
Setor de eventos (feiras, congressos, encontros) realiza mais de 590 mil atividades por ano em todo o país
As associações brasileiras de Promotores de Eventos (Abrape) e Empresas de Eventos (Abeoc) e Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) são unânimes quando o tema é manutenção de eventos presenciais, sempre respeitando as orientações e implementando os protocolos sanitários de controle do coronavírus para encontros e reuniões do segmento MICE.
Responsável por 4,32% do PIB nacional e com movimentação anual de R$ 270 bilhões, só o setor de eventos (feiras, congressos, encontros) realiza mais de 590 mil atividades por ano em todo o país.
A Abrape considera prematuro o cancelamento de eventos. egundo dados da associação, com a paralisação que atingiu cerca de 97% do setor em 2020, cerca de 350 mil eventos foram cancelados e o ramo deixou de faturar, ao menos, R$ 90 bilhões. A retomada, ainda de acordo com a Abrape, é um processo que está em andamento, com várias atividades realizadas de forma segura, seguindo protocolos sanitários e sem que registrasse influência no número de novos casos de Covid-19.
Com a paralisação que atingiu cerca de 97% do setor em 2020, cerca de 350 mil eventos foram cancelados e o ramo deixou de faturar, ao menos, R$ 90 bilhões
No último trimestre de 2021, a entidade registrou o retorno de algumas atividades do setor, com restrições, mas importante para este ano que se inicia. “Este é o ano para começar a tentar se recuperar dos prejuízos e retomar aos índices pré-pandemia. O primeiro passo é esse, retomar o ritmo e, em seguida, recuperar as perdas acumuladas”, explica o presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior.
“Esperamos que 2022 tenha, pelo menos, o mesmo tamanho de 2019 e que os poderes públicos tenham a consciência de que não é o setor de eventos o responsável pelos índices epidemiológicos. Defendemos a continuidade do processo de retomada já iniciado e que tem se mostrado eficiente, sem retrocessos”, completou.
Alagev
No início de janeiro, a entidade emitiu um comunicado posicionando-se favorável à realização de eventos neste primeiro semestre. Nele, a diretora executiva Giovana Jannuzzelli pede que associados e parceiros não adiem seus eventos, já que é possível realizá-los com segurança.
Para a executiva, o principal desafio em 2022 é “conscientizar as pessoas da possibilidade de realizar eventos presenciais, sempre baseados em informações de profissionais da saúde que nos orientam até onde podemos ir”, destaca.
Informação e segurança são as armas mais proativas para o setor. “Informação clara desde o status da pandemia, passando por ações, cuidados e proteção contra o vírus é fundamental. E some-se a isso, vacinação”. Giovana explica a grande diferença entre os eventos presenciais, que “hoje se tornaram a cereja encima do bolo”, e os híbridos, com encontros virtuais.
“Tiramos bons resultados de ambos, mas nada substitui os relacionamentos, a percepção in loco da movimentação do mercado. Mais que um portfólio gigantesco apresentado on-line, e por melhor que seja, nada substitui o networking qualificado. A pandemia intensificou as trocas pessoais e a valorização dos negócios. Hoje somos muito mais CPFs que CNPJs”, disse.
Abeoc
Igualmente, a presidente da entidade, Fátima Facuri, acredita que não há motivo para adiamento ou cancelamento de eventos. “Na Expo Retomada realizada em julho passado, em São Paulo, ficou provadíssimo, inclusive com monitoramento posterior do público presente que não houve transmissão da Covid-19 pós-evento”, disse.
Para Facuri, a ideia errada que se faz do segmento de eventos não passa de preconceito. “Falam que os eventos transmitem. Não é verdade. Temos muito cuidado com os protocolos sanitários. Feiras e congresso já provaram ser ambientes seguros”. Otimista, a presidente não tem dúvidas que a nova variante ômicron anuncia o início do fim da pandemia. “Logo, logo essa virose será tratada como endemia”, acredita.
Também em janeiro, a Abeoc lançou a campanha pelo não cancelamento de eventos. O #nãoaocancelamento está em suas redes, reafirmando seu apoio à vacinação e aos protocolos, além de listar os danos econômicos com uma nova paralisação.