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Destinos / Feiras e Eventos / Política

Audiência na Câmara debate realização do Carnaval; Abrape e Anseditur são a favor

Deputado Bacelar (Podemos-BA), presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados

Deputado Bacelar (Podemos-BA), presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados

O Brasil está preparado para a realização do Carnaval de 2022? É o que a audiência convocada a pedido do presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, o deputado Bacelar, com a presença de diversos líderes de diferentes setores, debateu nesta quarta-feira (8), em Brasília.

Bacelar disse que teme as decisões individuais de governadores e prefeitos, e defende uma coordenação nacional, com diretrizes unificadas para tomar uma decisão sobre a festa. “Sabemos das dificuldades dos municípios, tanto do ponto de vista sanitário quanto turístico, mas é preciso tomar decisões conjuntas”, acrescentou Bacelar.

Bruno Wendling, presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), acredita que o Brasil precisa recuperar a imagem de um destino seguro. “A liberdade individual jamais poderá ser maior do que a responsabilidade coletiva” afirmou, ao defender o passaporte sanitário.

“O ministério (da Saúde) reconhece que o carnaval é uma cultura popular e é de extrema importância para economia de estados e municípios, mas não podemos retroceder”

Para a secretária de enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, “ainda não é o momento” de realizar grandes festas e aglomerações. Ela disse que a recomendação do ministério é manter o uso de máscaras, de álcool em gel, o distanciamento social, além da vacinação. Leite classificou tais medidas como ‘princípio da precaução’.

“O ministério reconhece que o carnaval é uma cultura popular e é de extrema importância para economia de estados e municípios, mas não podemos retroceder. Estamos em dezembro e até fevereiro a situação pode mudar. Hoje a recomendação é que as comemorações sejam suspensas.” Afirmou.

O Carnaval de São Paulo reuniu

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), representada pela diretora adjunta Daniela Cerqueira, também se manifestou contra a realização do festejo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), representada pela diretora adjunta Daniela Cerqueira, também se manifestou contra a realização do festejo. No início do mês de novembro, o órgão chegou a emitir uma nota técnica e alertas sobre o cenário epidemiológico da Covid-19.

O documento recomenda, entre outras itens, a exigência de um passaporte sanitário com o comprovante de vacinação para turistas estrangeiros que quiserem entrar no Brasil. A proposta, adotada em vários países do mundo, foi rejeitada pelo governo Bolsonaro que afirmou que “exigir um comprovante de imunização fere a liberdade individual e poderia afetar a economia.”

Os secretários estaduais de Saúde e o Conselho Nacional dos Municípios também são unânimes na reprovação. “É uma festa de aproximação e não tem como ter rigor nas medidas não-farmacológicas. Seria ilusão imaginar que, em Sambódromo ou em uma festa popular, movimentada, a gente consiga fazer com que as pessoas utilizem a máscara e mantenham o distanciamento social”, pontuou Fernando Avedanho, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

Abrape e Anseditur são a favor do Carnaval

Angelo Sanches, presidente da Anseditur

Angelo Sanches, presidente da Anseditur

Já o presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori, discordou dos demais participantes ao lembrar que atualmente já estão liberados grandes eventos como partidas de futebol, praias, festas. Para ele, há preconceito por parte do poder público. “Não pode haver o princípio da precaução seletiva. Há evento público, evento privado em espaço público, evento privado em espaço privado”, disse.

Já Ângelo Sanches, presidente da Anseditur (Associação dos Secretários de Turismo), sugeriu que o tema fosse discutido na reunião do Conselho Nacional de Turismo que será realizado na semana que vem (14). Para ele, estados e municípios estão preparados para retomada do setor e o cancelamento das festas pode prejudicar ainda mais a economia brasileira. “O momento é de cautela. Temos que cuidar da nossa saúde, mas estamos preparados. O trade tem condições de receber os viajantes”.

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