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Brasil se mantém entre os cinco maiores mercados internacionais de Nova York

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Ana Azevedo

Publicado - 18/06/2025 - 17:40

Tiffany Townsend, vice-presidente executiva de Comunicação do NYC Tourism + Conventions (Ana Azevedo/ M&E)
Tiffany Townsend, vice-presidente executiva de Comunicação do NYC Tourism + Conventions (Ana Azevedo/ M&E)

CHICAGO – O Brasil deve encerrar 2025 como o quarto maior mercado emissor de turistas para Nova York, com previsão de 562 mil visitantes. Apesar do otimismo, o número representa leve queda em relação a 2024, quando a cidade recebeu 586 mil brasileiros. A informação foi confirmada por Tiffany Townsend, vice-presidente executiva de Comunicação do NYC Tourism + Conventions, durante o IPW 2025, no McCormick Place, em Chicago.

A retração é atribuída a fatores como a alta do dólar – que atualmente gira em torno de R$ 6 –, entraves no processo de emissão de vistos de longa duração e preocupações com a experiência de entrada nos Estados Unidos. “Mesmo que esteja um pouco abaixo, não estará muito abaixo. O Brasil continua sendo um mercado forte para nós”, afirmou Townsend.

Segundo os dados oficiais do NYC Tourism, o Brasil mantém posição de destaque no ranking de países emissores. Em 2024, o país ficou atrás apenas do Reino Unido (1,063 milhão), Canadá (1,006 milhão) e França (706 mil). Para 2025, as projeções indicam que o Brasil seguirá à frente de mercados como Alemanha (558 mil), México (509 mil) e Austrália (458 mil).

Para recuperar parte da demanda, a organização planeja retomar ações de imprensa e relacionamento no Brasil ainda este ano. “Não fazemos esse tipo de evento há mais de 18 meses. Está na hora de voltar”, disse Townsend. A entidade também mantém representantes locais por meio da Interamerican Network.

Desde outubro de 2024, Nova York veicula uma campanha internacional com foco na hospitalidade e na mensagem de que a cidade continua aberta e acolhedora. A ação, segundo a executiva, segue ativa em mercados estratégicos, incluindo o Brasil.

Com o objetivo de atrair visitantes que viajam com orçamento mais restrito, Nova York aposta em iniciativas sazonais no primeiro trimestre do ano – período que coincide com as férias escolares no Brasil. A programação inclui ações como a Broadway Week, Restaurant Week e Must-See Week, com ingressos e refeições no formato 2 por 1 e descontos em hotéis e atrações culturais.

No segmento de alto padrão, Nova York recebeu 10,7 milhões de turistas afluentes em 2024, o que representa 17% do total de visitantes. Apesar da proporção, esse público gerou impacto econômico três vezes superior ao do visitante médio, segundo o NYC Tourism + Conventions. O crescimento foi de 23% em relação a 2019, indicando a consolidação da cidade como destino de luxo.

Entre as ações voltadas a esse público, a organização criou o Luxury Hub, uma plataforma com acesso restrito e exclusivo para agentes de viagem. Trata-se da primeira iniciativa do tipo entre organizações de marketing de destino (DMOs). O canal oferece conteúdos atualizados, ferramentas comerciais e materiais de apoio para a promoção do turismo de alto padrão nos cinco distritos da cidade.

Também foi lançado, nesta semana, um módulo voltado ao segmento de luxo dentro da NYC Travel Trade Academy, curso de capacitação online destinado a agentes de viagens. A proposta é fornecer treinamento especializado sobre experiências, produtos e perfis de consumo desse público.

Em 2024, Nova York recebeu 64,5 milhões de visitantes, que geraram impacto econômico estimado em US$ 79 bilhões. Desses, mais de US$ 51 bilhões foram gastos diretamente pelos turistas, apoiando 388 mil empregos nos setores de lazer e hospitalidade.

Novidades em Nova York

As novidades incluem reabertura do Four Seasons, a estreia do Faena New York prevista para agosto, e a reabertura do Waldorf Astoria, marcada para setembro. Experiências exclusivas, como passeios náuticos com curadoria gastronômica e exposições como “Vermeer’s Love Letters”, integram o portfólio do destino.

Reaberto em novembro de 2024 após quatro anos fechado, o Four Seasons Hotel New York está localizado na West 57th Street, região conhecida como “Billionaires’ Row”. O hotel conta com 219 suítes e passou por reforma completa. Já o Waldorf Astoria New York, que também passou por um longo processo de restauração, reabrirá em setembro de 2025 com 375 quartos, incluindo algumas das maiores suítes de Manhattan, um spa Guerlain de 30 mil pés quadrados, o restaurante Lex Yard sob comando do chef Michael Anthony, além do retorno do icônico Peacock Alley.

O Faena New York, com abertura prevista para agosto de 2025, terá 120 acomodações, das quais 40 são suítes. Localizado próximo ao High Line, o hotel da marca argentina oferecerá spa, experiências gastronômicas e espaços de entretenimento, incluindo um speakeasy.

Outras inaugurações relevantes na hotelaria incluem o Warren Street Hotel, da Firmdale Hotels, aberto em fevereiro de 2024 em Tribeca, com 69 quartos, restaurante, salão de eventos e bar. Em junho do mesmo ano, a Marriott lançou o The Luxury Collection Hotel Manhattan Midtown, com 562 suítes a poucos metros do MoMA e do Carnegie Hall. Em setembro, foi a vez do The Manner, que conta com 97 quartos, restaurante e rooftop exclusivo para hóspedes até 17h, aberto ao público à noite.

O The Surrey, da rede Corinthia, reabriu em outubro de 2024 após reconstrução completa. São 70 quartos e 30 suítes, com arquitetura inspirada na tradição do Upper East Side. A cidade também reforçou ações de afiliação com hotéis de luxo por meio de renovação de filiações e estratégias de marketing B2B voltadas a esse público.

No segmento de experiências exclusivas, o Aman New York lançou o programa Adventures on the Water, que funciona de junho a outubro. São passeios personalizados de barco saindo do Porto de Nova York, com roteiro e gastronomia customizados. A parceria é com o Barton & Gray Mariners Club, e os roteiros são realizados em iates da própria frota do hotel.

Na área cultural, a The Frick Collection reabriu em abril de 2025 após investimento de US$ 220 milhões. Pela primeira vez, o público tem acesso ao segundo andar da mansão histórica. A exposição “Vermeer’s Love Letters” fica em cartaz até 31 de agosto. Ao todo, Nova York reúne neste verão dez obras de Vermeer — quase um terço do acervo conhecido do pintor holandês.

Entre os novos espaços para eventos, o Summit Events abriu em maio de 2025 no 72º andar do One Vanderbilt. Com vista para o Chrysler Building, capacidade para 150 pessoas e menu do chef Daniel Boulud, o local se destaca por atender ao público corporativo de alto padrão.

No varejo, a Printemps abriu sua primeira flagship nos Estados Unidos em março de 2025, em Wall Street. A loja de departamentos francesa oferece serviços personalizados, spa e cinco operações gastronômicas. Na Fifth Avenue, destacam-se a reinauguração da Tiffany & Co. Landmark e novas lojas como a Prada dedicada ao público masculino e o Le Café Louis Vuitton. Na Madison Avenue, seguem em expansão marcas como Boucheron, Giorgio Armani, Jimmy Choo e Van Cleef & Arpels.

A cena gastronômica também teve reforços com a chegada do restaurante La Tête d’Or, de Daniel Boulud; Locanda Verde, de Andrew Carmellini, no Hudson Yards; Time and Tide, do chef Danny Garcia, vencedor do Top Chef; e Maison Passerelle, de Gregory Gourdet, instalada na Printemps.

Ainda em 2024, o Barclays Center estreou o Crown Club, espaço exclusivo para sócios da temporada do Brooklyn Nets e do New York Liberty, além de alguns shows selecionados. Também foi inaugurado o JetBlue at The Key, área com assentos premium no estádio, com acesso restrito.

Por fim, a cidade já iniciou a comercialização de pacotes de hospitalidade para a Copa do Mundo FIFA 2026. Nova York e Nova Jersey sediarão oito partidas, incluindo a final. Os pacotes estão disponíveis para empresas e consumidores finais.

*O M&E viaja com proteção da GTA e apoio da Shift Mobilidade.