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Destinos

Covid-19: OMS critica fechamento de fronteiras com a África

Matshidiso Moeti, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Matshidiso Moeti, diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Matshidiso Moeti, diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, criticou a atitude de países que anunciaram o fechamento de suas fronteiras a fim de frear o espalhamento da nova cepa da Covid-19, a Ômicron. Holanda, França e Brasil são algumas das nações que já fecharam fronteiras por conta da nova variante.

“Se as restrições forem implementadas, elas não devem ser desnecessariamente invasivas ou intrusivas, e devem ter base científica, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional, que é um instrumento juridicamente vinculativo do direito internacional reconhecido por mais de 190 nações”, endossa.

Segundo a OMS, trata-se de “variante de preocupação” (VOC) e que levará algumas semanas para entender seu comportamento. Em comunicado oficial, a entidade declarou que “evidências preliminares sugerem um aumento do risco de reinfecção com esta variante, em comparação com outros VOCs”.

A organização disse que está aumentando seu apoio ao sequenciamento genômico na África para que trabalhem em plena capacidade. “A OMS apoia os países africanos que tiveram a coragem de compartilhar corajosamente informações de saúde pública que salvam vidas, ajudando a proteger o mundo contra a disseminação da Covid-19”, afirma.

Houve ainda o anúncio de ajuda adicional incluindo vigilância, tratamento, prevenção de infecções e envolvimento da comunidade nos países da África Austral. “A proibição de viagens não é informada pela ciência, nem será eficaz para prevenir a propagação desta variante. A única coisa que a proibição fará é prejudicar ainda mais as economias dos países afetados e minar a capacidade de resposta e também de recuperação da pandemia”, critica Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no último sábado (27), uma nota técnica complementar que inclui quatro países africanos na lista de restrição de voos e desembarque no Brasil. São eles Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. A Anvisa já havia emitido nota, acatada pelo governo, recomendando que visitantes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue não desembarcassem no Brasil. africano.

Vacinação e fronteiras

Tedros Ghebreyesus, diretor da OMS

Tedros Ghebreyesus, diretor da OMS

Com mais de 1,2 bilhão de habitantes, a África recebeu apenas 2% das mais de 5,7 bilhões de doses de vacina contra a Covid-19 aplicadas até o momento. Apenas dois países no continente atingiram a meta de 40% de sua população vacinada. A agência da ONU tem como meta que todos os países vacinem pelo menos 40% de sua população até o final deste ano e espera ajudar a garantir que 70% da população mundial esteja vacinada até o meio do próximo ano.

“Não é porque os países africanos não têm capacidade ou experiência para distribuir vacinas contra a Covid-19. É porque eles foram deixados para trás pelo resto do mundo

“Não é porque os países africanos não têm capacidade ou experiência para distribuir vacinas contra a Covid-19. É porque eles foram deixados para trás pelo resto do mundo, isso deixa as pessoas com alto risco de doenças e morte, expostas a um vírus mortal contra o qual muitas outras pessoas ao redor do mundo desfrutam da proteção” disse Tedros Ghebreyesus, diretor da OMS.

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