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Destinos / Feiras e Eventos / Política

Em terceira passagem pela Embratur, Bruno Reis destaca desafios e planos para promover o Brasil

Bruno Reis Embratur Eric Ribeiro M&E

Bruno Reis, gerente de Mercados, Feiras e Eventos Internacionais da Embratur (Eric Ribeiro/M&E)

BERLIM – Difícil encontrar alguém no mercado de turismo, conhecido por quem faz acontecer como “trade”, que ficou insatisfeito com as escolhas da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) para compor seu time nesta nova gestão do governo federal. Nomes técnicos começaram a surgir desde quando o presidente Marcelo Freixo assumiu. Entre eles, o de Bruno Giovanni Reis, um verdadeiro “cria” da Embratur, que chega agora em 2023 à sua terceira passagem pela agência.

Em entrevista exclusiva ao M&E, a sua primeira como gerente de Mercados, Feiras e Eventos Internacionais da Embratur, Bruno Reis abriu definitivamente o jogo. Falou sobre sua vida profissional e pessoal, destacou suas conquistas, seu amadurecimento dentro do mercado e os desafios que passaram a fazer parte da sua vida nesta missão de mostrar o Brasil para o mundo todo ver. Prestes a fazer 40 anos de idade, Bruno tem quase duas décadas de experiência no setor e muito a somar.

Quem não conhece o Bruno? Seja como estagiário da Embratur, entre 2004 e 2007, seja como coordenador de Mercados, em 2012, seja como presidente da Empresa de Promoção Turística do Rio Grande do Norte (Emprotur), em sua última empreitada, entre 2019 e 2022, ou até mesmo na sua passagem pelo RIOgaleão, de 2016 a 2019. São muitas histórias para contar e uma bagagem de dar inveja em tantos outros profissionais que também somam décadas de trabalho no trade.

“Como a gente consegue posicionar o Brasil para fazer mais e melhores negócios? Vamos falar menos de que o Brasil é incrível, porque já está no mindset de todo mundo, e desenhar um plano competitivo, olhando para os concorrentes e colocando metas nas companhias aéreas e nas operadoras”

“E eu agora volto para Embratur com essa maturidade, do ponto de vista de geração de negócios, que é o que a agência justamente precisa neste momento, conversando também com essa mudança do ‘.gov para o .com’, para a gente ter de fato uma mentalidade de fazer negócios. Como a gente consegue posicionar o Brasil para fazer mais e melhores negócios? Vamos falar menos de que o Brasil é incrível, porque já está no mindset de todo mundo, e desenhar um plano competitivo, olhando para os concorrentes e colocando metas nas companhias aéreas e nas operadoras, além de aproveitar as nossas 19 ferramentas de promoção (a feira é uma delas), para casar, escalonar e posicionar o Brasil no exterior”, destacou Bruno Reis.

O gerente de Mercados, Feiras e Eventos Internacionais da Embratur sabe que este desafio é gigantesco, mas está confiante no time que Marcelo Freixo, presidente, e Jaqueline Gil, diretora de Marketing, Inteligência e Comunicação, ainda estão montando. “O trade sente e os estados também sentem que existe uma percepção diferente e que temos autonomia para isso. Estou realmente otimista com a maturidade que tenho hoje de assumir esse posto com bastante consciência do desafio que teremos por aí”, frisou.

A prioridade de Bruno Reis neste novo momento da Embratur

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Bruno Reis afirma que a Embratur tem que ser a matriz com a responsabilidade de direcionar o Brasil para determinados mercados com suas respectivas estratégias (Eric Ribeiro/M&E)

Bruno Reis assume a gerência de Mercados e Eventos com a prioridade de fazer a reconexão com os grandes atores do mercados internacionais, como companhias aéreas e grandes operadoras, que estão no radar prioritário de curto prazo. “Queremos e precisamos informar que o Brasil está de volta, agora com S, que temos esta cara, que trabalhamos desta maneira, e isso vai atingir todos os mercados, precisamos comunicar isso para todo mundo, sendo prioritário ou não”, disse ele.

Para isso, a Embratur vai utilizar as ferramentas das embaixadas, consulados e em conjunto com a APEX, criando sinergia com outros atores do Turismo. “Então nossa primeira entrega nestes próximos dois meses é esta grande reconexão. E, no pararelo disso, desenhar e entender como que estas ferramentas, como feiras, eventos e workshops, conseguem trazer mais negócios para o Brasil. Vamos discutir menos a estética do estande e mais sobre a geração de negócios que estas ferramentas podem proporcionar”, destaca.

Bruno Reis assume a gerência de Mercados e Eventos com a prioridade de fazer a reconexão com os grandes atores do mercados internacionais. “Queremos e precisamos informar que o Brasil está de volta”

E na visão de Bruno, em comparação com os principais concorrentes do Brasil, como Colômbia, Chile, Costa Rica, Peru, eles só são o que são hoje porque o Brasil deixou de ocupar este espaço há sete anos. “Eles aprenderam conosco, de 2000 a 2016, e ocuparam o espaço que deixamos de ocupar. Esta questão passa por diversas falhas, não só do governo federal, mas uma falha do trade como um todo. Passa pelas secretarias estaduais, municipais e passa pela renovação do empresariado que atende o mercado internacional”, revelou.

“O Brasil é legal, todo mundo gosta, mas a Colômbia se coloca profissionalmente. O Chile coloca dinheiro na operadora. A Argentina investe na companhia aérea, e aí é a hora de fazer negócios, algo que eles estão fazendo”

Então, o que temos que fazer? De acordo com Bruno, a Embratur tem que ser esta matriz, com a responsabilidade de direcionar o Brasil para determinados mercados com suas respectivas estratégias, desenhando todas as ações com estados, municípios e com o trade de maneira geral. “O Brasil é legal, todo mundo gosta, mas a Colômbia se coloca profissionalmente. O Chile coloca dinheiro na operadora. A Argentina investe na companhia aérea, e aí é a hora de fazer negócios, algo que eles estão fazendo”, alertou.

Nova gestão, novo estande nas feiras internacionais

Estande do Brasil nesta BTL 2023

Estande do Brasil na BTL 2023, a primeira feira em que Bruno já conseguiu realizar mudanças visuais no espaço do Brasil (Eric Ribeiro/M&E)

A nova gestão do governo federal se traduziu numa nova gestão da Embratur que, por sua vez, já começou a fazer mudanças no estande do Brasil nas feiras internacionais. As primeiras já foram vistas na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL 2023), com os postos de trabalho ostentando as nuâncias da Marca Brasil e uma maior fluidez para o estande como um todo, deixando-o mais amigável para os agentes de viagens e clientes, mas sem tirar a privacidade dos coexpositores e parceiros na ativação das feiras.

“O que vamos fazer a partir de agora é entender como podemos criar experiências para profissionais e público final experimentarem o Brasil mesmo dentro do estande, o que passa por inovação, pelo ambiente digital, pela realidade virtual, pela experiência de artesanato ao vivo, pela aula de capoeira ao vivo, pela aula de culinária ao vivo, trazendo toda a experiência Brasil para dentro de uma feira. O desafio é mostrar a diversidade do Brasil no exterior”, disse Reis.

“O que vamos fazer a partir de agora é entender como podemos criar experiências para profissionais e público final experimentarem o Brasil mesmo dentro do estande. E temos que entender quem é o turista, que tipo de produto ele quer comprar”

Segundo o gerente da Embratur, precisamos saber para onde vamos e onde investir, com mais eficácia e eficiência, convertendo assim mais turistas para o nosso país. “E temos que entender quem é o turista, que tipo de produto ele quer comprar, como ele percebe a questão da sustentabilidade, se está procurando por experiências autênticas… É esse tipo de percepção que tem que ser renovada nos nosso atores. Então como estados, municípios e incomings estão se posicionando para isso? É bom que teremos uma gerência dentro da Embratur justamente para cuidar destas experiências, algo que nunca tivemos”, destacou Bruno.

Gerência de Mercados, Feiras e Eventos Internacionais terá três coordenações

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Coordenação de Modais da Embratur vai ter uma equipe dedicada para olhar para o ponto de vista do transporte aéreo, marítimo e rodoviário (Alexandre Macieira/Riotur)

Bruno Reis afirmou que sua gerência terá três coordenações com intuito de pensar justamente na profissionalização da Embratur. A primeira delas será “Mercados Internacionais”, que definirá se teremos escritórios no exterior, de qual formato e com qual sinergia, que vai desenhar como vai funcionar tudo em relação a isso. A outra é a coordenação de eventos, que ficará encarregada apenas de levar a Embratur para os eventos, com critérios, contatos, definir estande, entre tantas outras responsabilidades.

“Temos que ter alguém na Embratur para desenhar cases de negócios junto aos aeroportos e companhias aéreas e atrair voos para o Brasil”

E a última coordenação é uma grande novidade, que Bruno Reis tentou sugerir para Ministério do Turismo, para Agência Nacional de Aviação Civil e para Secretária da Aviação Civil (SAC), mas acabou implementando na Embratur: coordenação de Modais, que vai ter uma equipe dedicada para olhar para o ponto de vista do transporte aéreo, marítimo e rodoviário. De acordo com o gerente, é preciso ter um especialista focado na atração de demanda e captação de voos internacionais.

“Temos vários parceiros novos envolvidos, como os aeroportos privados no Brasil, e vários desafios que têm que ser liderados por um time que cuide menos de regularização e de leis, que é alçada da Anac, e cuide mais de atração de demanda. Temos que ter alguém na Embratur com este ponto de vista de atração, para desenhar cases de negócios junto aos aeroportos e companhias aéreas e atrair voos para o Brasil. Teremos um time sensacional, liderado por um grande profissional conhecido do trade”, destacou Reis. “Sabemos da dificuldade de captar um voo e da dificuldade de manter um voo regular internacional”, completou.

A felicidade de Bruno ao voltar para Embratur

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Bruno Reis está feliz e realizado em seu retorno à Embratur (Eric Ribeiro/M&E)

Perguntei como Bruno estava neste seu novo momento na Embratur, sua terceira passagem pelo instituto que agora virou agência. O gerente não conseguiu esconder a felicidade que é estar de volta, algo que faz parte do seu propósito de vida. “Estou muito feliz porque, desde 2015, tenho focado no meu propósito de vida e é muito importante falarmos sobre saúde mental em relação ao trabalho. Eu passei por algumas dificuldades em certa época da minha vida e entendi a importância que isso tem quando trabalhamos com propósito”, disse ele.

“Estou muito feliz porque, desde 2015, tenho focado no meu propósito de vida e é muito importante falarmos sobre saúde mental em relação ao trabalho. Eu passei por algumas dificuldades em certa época da minha vida e entendi a importância que isso tem quando trabalhamos com propósito”

Bruno destacou que nunca procurou cargos pelo poder e pelo salário oferecido, mas quando fez isso, acabou se dando mal. “Eu entendi a diferença que isso tem no nosso dia a dia, a vida profissional e a vida pessoal. Estou muito feliz porque sinto que meu propósito é esse, de poder contribuir. É claro que fico triste por ter deixado os golfinhos de Pipa, eu tinha um estilo de vida que criei no Nordeste, com a Kombi, com o surfe, era uma forma de vender o destino”, revelou o gerente da Embratur.

Bruno destacou que nunca procurou cargos pelo poder e pelo salário oferecido, mas quando fez isso, acabou se dando mal. “Eu entendi a diferença que isso tem no nosso dia a dia, a vida profissional e a vida pessoal”

E na capital federal? “E agora em Brasília, eu estou morando numa cidade que é um museu a céu aberto, onde nasci e fui criado, então estou feliz por conta disso, o que também envolve toda esta questão de propósito e missão. É claro que foi uma decisão que demorou alguns meses de negociação, mas já estava no meu radar. A transição aconteceu com muita fluidez e facilidade, saindo de um estado incrível como o Rio Grande do Norte para ajudar a promover todo o Brasil. Estou realmente muito feliz!”, finalizou.

O M&E viaja com proteção GTA, apoio da Shift Mobilidade Corporativa e hospedagem Eurostars Berlin.

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