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Entrevistas / Turismo em Dados

Mulheres no Turismo: Empoderadas, elas pedem passagem no setor

Por Ana Azevedo e Janaina Brito

Acadêmica, empreendedoras, líderes dos setores de cruzeiros aviação hotelaria e seguro-viagem compartilham dicas e experiências para inspirar mulheres do turismo

Acadêmica, empreendedoras, líderes dos setores de cruzeiros aviação hotelaria e seguro-viagem compartilham dicas e experiências para inspirar mulheres do turismo

O mundo comemora o Dia Internacional da Mulher nesta terça-feira (8). E discutir a igualdade de gênero dentro do Turismo é cada vez mais necessário, visto que somente 37% das ocupações em empresas das Atividades Características do Turismo (ACT) incluem os termos “diretor” ou “dirigente” em nomenclaturas de colaboradoras, conforme o Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO) de 2020, enquanto nos demais cargos, mulheres totalizam 49%.

A participação feminina hoje ganha destaque nas regiões Sul (54%) e Nordeste (45%), de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2020. Por segmentação, o volume de mulheres está ligado às agências e operadoras de turismo e serviços de alojamento (57%), além do setor de alimentação (53%). Nas demais atividades, o percentual é inferior a 50%, chegando a apenas 15% no transporte rodoviário.

Ana Clévia, co-fundadora do Mulheres do Turismo em Rede (MTR)

Ana Clévia, co-fundadora do Mulheres do Turismo em Rede (MTR)

A data é celebrada, mas também lembrada por tantos desafios que as mulheres passaram na história. “Existe uma necessidade de, por meio do diálogo, promover uma mudança cultural para que haja oportunidades equânimes para as mulheres, pois é dessa forma que a sociedade conseguirá amadurecer e se desenvolver”, declara Ana Clévia, co-fundadora do Mulheres do Turismo em Rede (MTR), em entrevista ao M&E

Criado em 2020, o projeto conta também com a fundação de Mariana Aldrigui e Marianne Costa, duas lideranças no segmento, que diante da defasagem do mercado, viram a necessidade de oferecer uma rede de apoio às profissionais por meio da conexão e troca de ideias, a fim de promover inclusão no setor.

Ana cita o sentimento de não pertencimento da mulher em cargos de liderança, o qual relaciona com a visão machista ainda presente na sociedade. “Vemos que há, em muitos casos, uma visão natural de que o homem tem que ocupar determinados cargos e isso não é estendido para as mulheres. Precisamos, por meio do diálogo e da intenção de mudança, fazer com que essa lógica se reverta”, disse.

“Vemos que há, em muitos casos, uma visão natural de que o homem tem que ocupar determinados cargos e isso não é estendido para as mulheres. Precisamos, por meio do diálogo e da intenção de mudança, fazer com que essa lógica se reverta”

Em números, a declaração de Ana pode ser observada no volume de ocupação das mulheres empreendedoras, que segundo a Receita Federal, tem apenas 35% de todos os sócios de empresas de turismo no Brasil. Dentre os nichos nos quais o sexo se destaca estão agências de viagens (38%), serviços de alojamento (38%) e serviços de alimentação (39%).

Em termos de remuneração a disparidade é ainda maior. O Global Gender Gap Report (Relatório Global sobre a Lacuna de Gênero de 2021) afirma que levará 267 anos para que as mulheres alcancem um salário equivalente ao dos homens.

O Global Gender Gap Report (Relatório Global sobre a Lacuna de Gênero de 2021) afirma que levará 267 anos para que as mulheres alcancem um salário equivalente ao dos homens

Em 2019, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que as mulheres que desempenham Atividades Características do Turismo (ACTs) recebem 24% menos do que os homens e a maior desigualdade média é observada na região Sudeste (-27%), seguida pela região Nordeste (-18%).

SEGMENTO – Por segmentação a diferença se intensifica no transporte aéreo (-46%), seguido pelo transporte rodoviário (-31%), serviços de alimentação e hotelaria (-15%), agências de viagens (-8%) e nas locadoras de automóveis (- 2%), conforme constatação da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2020.

“Não há nada que justifique tamanha desigualdade, seja na oferta de oportunidades ou na remuneração. É muito comum ver a pessoa do sexo feminino se auto empoderar para conquistar espaço e respeito no seu meio de trabalho. É importante esclarecer, que não há uma briga entre os gêneros, precisamos de equilíbrio e união, para que juntos consigamos promover mudanças efetivas”, conclui Ana Clévia.

M&E ouve líderes do turismo acerca de suas trajetórias, desafios e conquistas.

Marta Rossi, CEO do Rossi & Zorzanello Eventos e Empreendimentos. Foto: reprodução

Marta Rossi, CEO do Rossi & Zorzanello Eventos e Empreendimentos. Foto: reprodução

Segundo Marta Rossi, diretora/ e undadora da empresa Rossi & Zorzanello, responsável pela organização de uma das maiores feiras de turismo do País, o Festuris, não há justificativas plausíveis para que a balança continue neste desequilíbrio. “Hoje, o número de mulheres com ensino superior completo já superou o de homens no Brasil. Isso comprova que a desigualdade de condições que ainda temos em cargos de liderança não é por falta de empenho e luta das mulheres”, explica.

Para Marta, mesmo com o aumento constante de mulheres líderes no mercado de trabalho formal, aind faltam ambientes propícios ao tratamento igualitário entre homens e mulheres.

“Uma cultura que reconheça os méritos e o conhecimento de cada um em primeiro lugar, ao invés de o gênero ser o primeiro critério de avaliação ao se escolher uma liderança. Acredito muito na força da mulher, que já superou tantas dificuldades e vai superar muitas outras ainda. Criar um ambiente favorável, remunerações justas e oferecer oportunidades iguais é tudo o que precisamos”, reforça a empresária.

“Uma cultura que reconheça os méritos e o conhecimento de cada um em primeiro lugar, ao invés de o gênero ser o primeiro critério de avaliação ao se escolher uma liderança

Para Marta, quando uma empresa coloca mulheres na mesma proporção dos homens em cargos de liderança, impacta num maior respeito ao ser humano. “Eu acredito muito que a diversidade tem influência direta no desenvolvimento dos negócios e na geração de valor para a sociedade. O meio corporativo será muito mais rico e desenvolvido no momento em que o ser humano conseguir ser respeitado pela sua existência e conhecimento, e não apenas no aspecto gênero, cor ou raça”, afirma.

Match de destinos

Renata Franco, ex-CEO da Stella Barros e fundadora do Pinguim

Renata Franco, ex-CEO da Stella Barros e fundadora do Pinguim

Motivada pela demanda de mulheres que desejam viajar e não têm companhia, Renata Franco, ex-CEO da Stella Barros e membro do conselho do Escritório de Turismo da França no Brasil, lançou, aos 45 anos, o aplicativo de viagens Pinguim.

 

“Eu sou a CEO e fundadora e faço parte dos 4% de mulheres que estão à frente de startups no Brasil, que é um nicho que tem por definição ser disruptivo, mas que ainda precisa de um aumento da presença feminina. Sou mãe e esposa e sempre digo que podemos sim, como mulheres de muitas responsabilidades, arcar com todas e com qualidade”, comenta.

Com três anos de mercado, a aplicação disponível para sistemas Android e iOS já conta com mais de 90 mil downloads, e tem para 2022 a meta de atingir 500 mil usuários, além de duas novidades: o B2B e o marketplace para vendas diretas, datados para estrearem neste mês de março.

“Sou mãe e esposa e sempre digo que podemos sim, como mulheres de muitas responsabilidades, arcar com todas e com qualidade”

A executiva pontua que somente 17% das mulheres na América Latina viajam sozinhas e por meio do aplicativo elas podem encontrar companhia e se empoderarem. Em sua trajetória profissional, Renata afirma que buscou inspiração em outras mulheres para vencer os desafios.

“Desde o início da minha carreira tive líderes mulheres e passei por empresas que ofereciam uma rede de apoio. Mas, em alguns momentos, ocupei espaços onde era a única mulher presente e estava em uma posição de liderança. Acredito que temos que ser vistas pelo nosso trabalho e capacidade, sermos resilientes e flexíveis. Essa é uma luta para que as gerações futuras não passem por constrangimentos e não aceitem menos do que merecem. O futuro é de todos nós”, enfatiza.

Turismo tem desafio de manter a qualidade e a competência do serviço

Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora de Turismo da USP

Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora de Turismo da USP

A professora e pesquisadora de Turismo da USP, Mariana Aldrigui, também acredita que o caminho para que haja mais oportunidade para mulheres em cargos de liderança está na criação de oportunidades e na profissionalização e fidelização dos mais jovens neste setor.

 

“Nosso setor é dominado ainda por uma mentalidade muito conservadora e datada. As ideias que circulam nas lideranças são muito conservadoras, nos costumes, na repetição. O grande desafio de fato está nos profissionais mais jovens conseguirem ser bons sinalizadores dessas tendências e modificações. Eu coloco muita fé na voz de sinalizações dos mais jovens”, explicou Aldrigui.

Para a pesquisadora, o grande desafio do Turismo para os próximos dez anos será manter qualidade e competência do serviço, especialmente porque a pandemia da Covid-19, a ausência de empregos combinada com a falta de atrativos e baixa remuneração dos cargos, fez com que o Turismo perdesse uma importante mão de obra jovem que foi em busca de algo melhor em outros setores.

“Nós teremos cada vez profissionais menos qualificados porque não damos qualidade e melhores condições para os mais jovens. Como o setor se manterá atrativo para jovens talentos e não perder aqueles que a gente já formou e que de repente precisam sair para se sustentar é o x da questão”, completou Mariana.

Necessidade de metas claras e duradouras

Como ponto inicial para termos cada vez mais mulheres em cargos importantes, Mariana Aldrigui revela que, “do ponto de vista das empresas, é preciso ter estratégias claras de curto, médio e longo prazo para criar estas oportunidades”.

Mas como fazer isso? Ela acredita que existem algumas soluções simples. “Para começar, a empresa precisa conhecer a sua realidade e da sua organização. Por exemplo, pode-se tirar uma fotografia do quadro de funcionários e ver qual o nível de igualdade, pensar no passado, como foram realizadas promoções e escolhas dos processos seletivos para conseguir mensurar se talvez esteja aí a problemática”, questiona.

“Não dá apenas para importar uma campanha de diversidade se não combinar com a empresa. Do médio para o longo prazo, pode ser que você vá procurar pessoas que representem essa diversidade e vai cair no discurso preguiçoso de que não tem ninguém com essa qualificação ou disponibilidade para a vaga. Aí você pode lançar programas de criação de profissionais como vimos no Nubank e no Magalu, que nos inspiram. Treinar e construir esses estagiários para já serem os representantes dessa nova diversidade”, finalizou.

Abrindo caminhos para a presença feminina

Annette Taeuber, country manager da Lufthansa no Brasil

Annette Taeuber, country manager da Lufthansa no Brasil

A Country Manager da Lufthansa no Brasil, Annette Taeuber, também acredita que os cursos, metas e treinamentos são a melhor forma de implantar na cultura da empresa essa diversidade e abrir o caminho para ter cada vez mais a presença feminina em grandes cargos.

“É importante que a organização de trabalho tenha uma política com metas e planejamentos claros e uma conscientização da importância da diversidade em todos os aspectos, incluindo as mulheres”

“Estou há 32 anos na Lufthansa e quando eu olho para trás eu vejo que quando comecei era uma das únicas country managers mulher da empresa. É importante que a organização de trabalho tenha uma política com metas e planejamentos claros e uma conscientização da importância da diversidade em todos os aspectos, incluindo as mulheres”, reforçou a executiva.

Ela destacou os treinamentos frequentes sobre diversidade dentro do Grupo Lufthansa, que conta hoje com mais de 110 mil funcionários no mundo, de mais de 67 nacionalidades. “É fundamental termos cursos e uma conscientização, mas o sucesso da diversidade feminina neste caso tem que ter uma meta, tem que ter um número específico atrelado, pois sabemos que os homens têm certa facilidade na hora de conseguir os cargos”, destacou.

Hoje, no highboard, a Lufthansa tem uma meta de possuir 25% de mulheres nas posições de top management e, para o cockpit, que é uma função muito masculina, já há volta de 15% de mulheres pilotando. Há metas ainda para todas as áreas da empresa,, com objetivo de ter mais mulheres participantes em posições chaves.

“No Turismo em geral, temos um número muito maior de mulheres. É um pouco contraditório ter muitas mulheres e poucas em cargos de liderança. Tem que mudar. Iniciativas como essas ajudam e temos que chamar atenção para este assunto. Isso contribui para que tenhamos um futuro mais equilibrado. Quando pensamos em turismo, pensamos em diversidade, cultura e troca. Se nós não formos diversos, quem mais vai ser?”, questiona a country manager.

Verbalizar os desejos e ambições como mulheres também é de extrema importância. “Lá atrás, muitas das minhas colegas não verbalizavam suas vontades, como ‘eu quero subir, eu quero crescer na empresa’. Se fazer ouvir é muito importante”, ensina Annette Taeuber.

Influência de sucesso

 Valéria Pereira, gerente de Produtos da Affinity Seguro Viagem. Foto: reprodução

Valéria Pereira, gerente de Produtos da Affinity Seguro Viagem. Foto: reprodução

É com bons exemplos, trabalho duro e estudo que se conquista o sucesso, segundo Valéria Pereira, gerente de Produtos da Affinity Seguro Viagem. Com 22 anos de atuação no Turismo, a profissional fala sobre a importância da troca de experiências para o desenvolvimento pessoal e profissional.

 

“No início da minha carreira eu tive uma gerente que foi minha grande inspiração, foi quem me mostrou que é possível crescer no mercado. De lá para cá, trabalhei muito e busquei aprender com homens e mulheres, mas quem me deu a grande oportunidade na vida foi Marilberto França, hoje CEO do Affinity”.

Com uma visão otimista, a executiva diz que vê no Turismo um meio de transformação, bem como a importância de um ambiente de trabalho, leve, onde há confiança e comprometimento, gerando sinergia. “Não importa se é um homem ou uma mulher é preciso ter respeito ao ser humano e aproveitar como essa pessoa agrega ao negócio. Vejo que os líderes de hoje em dia são muito mais humanos e isso contribui para a solidez da empresa, além de manter os talentos na equipe”, compartilha.

“Não importa se é um homem ou uma mulher é preciso ter respeito ao ser humano e aproveitar como essa pessoa agrega ao negócio”

Para atingir a meta de vendas de 2022, que visa a comercialização de 300 mil seguros Covid+, produto lançado no final do ano passado a partir da demanda do mercado, Valéria declara que usará os desafios como motivação para ela e seu time. “Hoje eu vejo o mercado mais preparado para ter líderes mulheres e digo que todo dia é uma nova oportunidade para fazer o seu melhor e conquistar seu objetivo. Por isso, temos que manter o foco e seguir em frente”, finaliza.

Com mulheres no poder, meninas voltam a sonhar

Cacau de Paula, secretária de Turismo e Lazer do Recife (Foto: Dondinho/Seturl)

Cacau de Paula, secretária de Turismo e Lazer do Recife (Dondinho/Seturl)

Para Cacau de Paula, secretária de Turismo de Recife e presidente da Associação Nacional dos Secretários e Dirigentes Municipais de Turismo (Anseditur), o medo é um sentimento que deve ser encarado de frente, mesmo diante dos desafios.

 

“Quando se tem uma grande responsabilidade é comum, que por ser mulher nos julguemos e nos cobramos muito, e às vezes até repensemos se realmente desejamos abraçar esse desafio. Temos que nos estimular, arriscar, dar o nosso melhor, porque é assim que mudaremos o mundo para viver em uma sociedade menos desigual”, enfatiza.

A dirigente ressalta que Recife é a única capital no país que contém 50% de mulheres à frente das pastas das secretarias, fator que por meio da representatividade estimula o interesse feminino na política. Nas demais regiões, o volume é de 23%.

“Quando se tem uma grande responsabilidade é comum, que por ser mulher nos julguemos e nos cobramos muito, e às vezes até repensemos se realmente desejamos abraçar esse desafio. Temos que nos estimular, arriscar, dar o nosso melhor, porque é assim que mudaremos o mundo”

“Esse é um universo ainda com presença predominante de homens. Na Anseditur, por exemplo, a vice-presidente também é mulher, e no geral, temos apoio dos demais membros, temos voz e espaço. A busca por igualdade começa dentro de casa com a divisão das tarefas e a partir daí se expande para os outros espaços que ocupamos”, explica.

A importância da sororidade na atuação profissional

Estela Farina, Diretora da NCL no Brasil

Estela Farina, Diretora da NCL no Brasil

Única mulher diretora de escritório da Norwegian Cruise Line Holding no mundo, Estela Farina enfatiza a importância da sororidade na atuação profissional. “Eu vejo que no passado havia muitas mulheres que não apoiavam umas às outras e que não reconheciam as próprias conquistas. Passar por provações para conquistar o nosso espaço é algo que nunca deveria acontecer e que acredito que no futuro, por conta de todos os movimentos feministas, não será mais necessário.

“Eu vejo que no passado havia muitas mulheres que não apoiavam umas às outras e que não reconheciam as próprias conquistas”

Presente no conselho da Academia de Excelência da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Estela, que divide o projeto com Marina Figueiredo e Philipe Moura, destaca a abertura de vagas para o público feminino, bem como a neutralidade no tratamento durante o conteúdo.

“Não temos planos de fazer segmentações, até porque queremos promover o compartilhamento de informações em prol do crescimento do mercado, sem que cause a sensação de distinção ou favoritismo a um gênero. Como mulheres temos que fazer nosso caminho e não deixar que as dificuldades nos desanimem”.

Mulheres, usem suas vozes! E façam barulho!

Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels. Foto: reprodução

Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels

Como diz o velho ditado, “quem não chora, não mama”. Enquanto questões como essa ficam engavetadas como planejamentos que nunca são colocados em prática e a pauta for adiada nos ambientes do Turismo, não haverá evolução. É preciso que o tema seja discutido todos os dias e não só em painéis que acontecem duas vezes por ano e são assistidos, em sua maioria, apenas por mulheres.

É preciso que a conversa avance em todos os lugares, em todos os setores. Precisamos falar sobre este desequilíbrio na balança, nos corredores das feiras, nos coffee breaks dos eventos, nas nossas empresas. Para Chieko Aoki, presidente da Blue Tree Hotels, colocar a questão em cima da mesa é o primeiro passo. “Afinal, as questões passam a ter atenção quando começam a se falar delas”, afirma.

“A mulher tem feito uma transformação que apesar de necessária, ainda não é muito barulhenta. Deveria ser mais forte, porque eu acredito que a saída para a evolução da humanidade está dentro dessa humanidade da mulher”

“Essa situação incomoda e precisa ser melhorada. É fato que temos menos mulheres nos cargos de liderança. Até poucos anos atrás, essa era uma situação pacífica. Agora, mulheres estão reivindicando esses cargos. Precisamos deixar claro que isso é injusto e descobrir maneiras de como se resolver isso. A mulher tem feito uma transformação que apesar de necessária, ainda não é muito barulhenta. Deveria ser mais forte, porque eu acredito que a saída para a evolução da humanidade está dentro dessa humanidade da mulher”, conclui a empresária.

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