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Entrevistas

​Capacitação e gestão são pilares para tornar o Brasil competitivo

Depois de ter apoiado na última Feira das Américas, a Vila do Saber e coordenado a Rodada de Negócios, o Sebrae assinou no final de setembro um convênio com o Ministério da Cultura, sobre economia criativa e, firma também, até o final deste mês um convênio com o Ministério do Turismo  num valor estimado de R$ 3,5 milhões, com o objetivo de criar modelos de gestão e programas de capacitação e empreendedorismo. De acordo com o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto as iniciativas vão de encontro a carência do mercado nos quesitos que dizem respeito a melhoria na formação da mão de obra, bem como nas políticas de fomento ao pequeno e médio empresário, por meio de programas de gestão e empreendedorismo. Nesta entrevista ao M&E, o dirigente que já esteve à frente do Mtur, antes de assumir a presidência do Sebrae, fala da contribuição que o órgão tem dado ao setor, que deve receber até 2017 cerca de R$ 52 milhões em investimentos, por meio de programas de capacitação e na área de empreendedorismo do pequeno e médio empresário. Desse total apenas R$ 12 milhões estão sendo investidos apenas para esse ano no Turismo.

Mercado & Eventos – O Brasil se prepara para receber megaeventos. Como o Sebrae tem dado sua contribuição para melhorar a qualidade do nosso turismo receptivo?
Luiz Barretto –
Posso garantir que o Sebrae tem tudo a ver com turismo.O grande desafio do nosso país é melhorar a qualidade da gestão, a competitividade e a formação dos profissionais de turismo. É muito importante profissionalizar e certificar novos trabalhadores para o setor, de forma que estejamos preparados para os megaeventos que acontecerão no país, e esse é o objetivo da Sebrae, através da participação em programas direcionados as pequenas e micro empresas que atuam no país. Lembro que as pequenas e micro empresas vêm tendo um enorme crescimento e a expressiva participação desse setor não pode ser deixado de fora. Desde a sua concepção, o Sebrae aposta na formação e capacitação dos pequenos negócios brasileiros. Temos a intenção de tornar esse segmento mais competitivo e forte, não só pelas circunstâncias dos grandes eventos esportivos que o Brasil está recebendo, mas para o futuro. Por isso, a melhoria da gestão empresarial é um tema que sempre está na nossa pauta de atuação.

M&E – Recentemente o ministro Gastão Vieira confirmou que em breve estará sendo formalizado um convênio com o Sebrae. Como estão as negociações e qual o objetivo
Luiz Barretto –
De fato estamos numa negociação com o Ministério do Turismo. A ideia é que até o final deste mês, o Sebrae e o MTur estejam assinando um convênio,que prevê diagnósticos e modelos de gestão a fim de contribuir na melhoria do nosso receptivo para os megaeventos. No nosso cronograma de ações o volume de investimentos até 2017 é de R$ 52 milhões apenas para o setor de Turismo. Esse ano já investimos perto de R$ 12 milhões em programas de gestão e capacitação para o pequeno e médio empresário. O importante é investirmos na qualidade dos produtos e serviços de modo a nos alinharmos no processo de desenvolvimento turístico. Outras ações também estão em andamento e o Sebrae tem um programa criado para disseminar o empreendedorismo e tirar dúvidas dos donos de pequenos negócios e internautas sobre temas relacionados à Copa do Mundo da FIFA 2014. O programa já está na quarta edição do Papo de Negócios e o último tema discutiu resultados da Copa das Confederações e as perspectivas para o mundial do ano que vem.

M&E – O Sebrae também firmou um acordo com o Ministério da Cultura para estimular a economia criativa. Quais os benefícios desta iniciativa?
Luiz Barretto –
O convênio irá permitir uma série de ações para estimular o desenvolvimento de pequenos negócios da chamada Economia Criativa, um setor que envolve negócios no país na ordem de R$ 104 bilhões. É um setor que envolve arte popular, audiovisual, artesanato e outras áreas. Atualmente op Sebrae conta com mais de 150 projetos desta área no país.“Ser criativo é inerente ao brasileiro e, em um país de dimensões continentais e de imensa diversidade cultural, a Economia Criativa exerce um peso importante. A intenção do Sebrae ao firmar esse convênio é incentivar a qualificação dos empreendedores do segmento e gerar oportunidades de negócios e espaço no mercado para esses grandes talentos.

M&E – O Sebrae criou um programa específico direcionado as cidades sede da Copa do Mundo. Qual o objetivo desta iniciativa e outras ações para os megaeventos?
Luiz Barretto –
Em relação a Copa do Mundo de 2014,  criamos o programa Sebrae 2014, que reúne todas as ações da instituição voltadas para o evento e que podem ser aproveitadas em outros grandes eventos internacionais. A primeira ação do programa foi realizar um mapeamento de todas as oportunidades que serão geradas para os pequenos negócios antes, durante e depois da Copa. Encontramos um total de 930 oportunidades que serão geradas nas 12 cidades-sede. O mapeamento foi feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O trabalho identificou os requisitos necessários às MPE para conseguir comercializar produtos e serviços com foco nessas oportunidades. Identificamos nove setores que serão mais beneficiados: turismo, produção associada ao turismo (que inclui gastronomia, artesanato e toda a economia criativa), tecnologia da informação e comunicação, construção civil, comércio varejista, serviços, têxtil e vestuário, madeira e móveis e agronegócio. Agora estamos trabalhando para realizar encontros de negócios nos diversos segmentos para aproximar compradores de vendedores e apresentar linhas de crédito disponíveis aos pequenos negócios. Já para a Olimpíada e Paraolimpíada de 2016, que ocorrerão no Rio de Janeiro, vamos capacitar e preparar as micro e pequenas empresas para adquirirem requisitos necessários para serem fornecedores do Comitê Organizador e das grandes empresas que fornecerão para o Comitê. Temos cursos como o Sebrae Mais e o Sebraetec que ajudam ao empreendedor a adquirir indicadores de gestão e de sustentabilidade nesse sentido.

M&E – Os investimentos do Sebrae para o setor de turismo têm crescido. Qual a meta para esse ano? Que legados os megaeventos podem gerar para o país?
Luiz Barretto –
Até o final deste ano estamos trabalhando em projetos de Turismo integrados ao programa Sebrae 2014. Nossa meta é atender cerca de 30 mil pequenos negócios em todos os estados. Negócios relacionados à tecnologia da informação para o turismo, à sustentabilidade e à certificação e normalização de empreendimentos do segmento de aventura, além de bares, restaurantes, empresas de eventos e meios de hospedagem. Os negócios terão destaques até 2016, considerando as grandes oportunidades geradas pelos megaeventos no Brasil e o nível de exigência do turista que está cada vez mais alto, buscando serviços ágeis, inovadores  e sustentáveis. Quanto aos legados dos megaeventos podemos falar em dois grandes momentos de oportunidades para os pequenos negócios. Antes do evento, se beneficiam principalmente empreendimentos da construção civil nas obras de construção e reforma das arenas, e as de tecnologia da informação, que desenvolveram softwares e aplicativos para diversas finalidades, como gerenciamento de rotas, transportes, idiomas, mobilidade, gestão de restaurantes e hotéis. Em uma segunda fase, a partir de agora, após a Copa das Confederações, ganham destaque empresas que oferecem diretamente a experiência do consumo de produtos e serviços aos visitantes. São empreendimentos do turismo, economia criativa – como cultura e entretenimento –, artesanato, moda e serviços.

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