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RTD6 discute avanços do turismo sustentável

Harold Goodwin com a mediadora Doris Ruschmann, da Univ Vale do Itajaí

Harold Goodwin com a mediadora Doris Ruschmann, da Univ Vale do Itajaí


​Em uma das apresentações do primeiro dia da 6ª Conferência Internacional sobre Turismo Responsável, o vice presidente executivo da Fedetur do Chile, Eugenio Yunis, avaliou o progresso da sustentabilidade ao longo dos anos do turismo. Para ele, os avanços aconteceram, mas ainda são poucos se comparado à demanda existente. “Até a Rio 92, o turismo – assim como a sustentabilidade – não estava na agenda dos governos, das indústrias e dos consumidores. A partir de então, os conceitos foram sendo implementados e hoje já vemos resultados como conscientização, know how do tema, pesquisas e tecnologia, mas ainda assim não é visto como uma abordagem responsável”, disse.  


Para ele, apesar do grande movimento social criado em sua volta, o turismo sustentável ainda é um tema disperso na sociedade. “Muitos destinos continuam crescendo sem considerar o ambiente e a população local. Nem foi reconhecido universalmente pelos consumidores”, explicou. Segundo o executivo, isso é devido a falta de comprometimento dos governos, que esperam resultados a curto prazo enquanto o turismo responsável é um projeto a longo prazo. “A falta de conhecimento, financiamento e estímulo da demanda fazem com que o tema seja muitas vezes renegado a segundo plano. A redução da pobreza pelo turismo ainda é muito limitado e não existe continuidade das atividades, o que causa frustração”, disse. Em sua conclusão, Yunis disse: Precisamos restabelecer o foco estratégico do desenvolvimento do turismo, que precisa estar no plano geral de uma nação”, finalizou. 

Quem concorda com a conclusão de Yunis é Harold Goodwin, fundador do International Centre for Responsible Tourism e professor de Gestão Responsável do Turismo da Leeds Metropolitan University. “O grande desafio é usar o turismo para atingir o desenvolvimento sustentável. Usá-lo para melhorar o lugar onde as pessoas moram e visitam, ter preocupação com a população local”, explicou. Ele citou como exemplo bem sucedido a cidade de São Paulo. Segundo ele, o turismo não é visto de forma global. “As coisas são feitas muito individualmente e se não conseguirmos dar a devida importância à sustentabilidade dos destinos não conseguiremos atingir o progresso”, disse. Para ele, mercados do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) devem ser prioridades no desenvolvimento do tema. 

Finalizando sua apresentação, Goodwin ainda lembrou da importância da participação de todos no processo. “Se cada um aceitar a sua parte na responsabilidade, tudo se torna mais fácil. O processo será contínuo se todos os interessados participarem. Essa é uma ação que não deve ser restrita ao Ministério do Turismo, deve haver persistência de todas as partes. Ser responsável é fazer algo q respeito do tema”, declarou. “Turismo sustentável não é uma lista a ser seguida e sim prioridades de cada destino trabalhado, pensando nos impactos e benefícios para o destino e sua população”, concluiu.

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