Cultura, arte e tradição na Salvador de ontem, hoje e amanhã

Museu do Carnaval

SALVADOR – Um dos destinos mais desejados do Brasil, Salvador respira cultura, música, dança, alegria e tradição. Simplesmente encantadora, a capital soteropolitana é a essência da Bahia. São muitos atrativos, e sempre se renovando, para que o visitante viva uma experiência cultural completa na cidade, com tudo junto, misturado e por que não, incluindo: gastronomia, igrejas e monumentos seculares, espaços e equipamentos revitalizados. Em Salvador, a arte fala mais alto e resgata o que a cidade tem de melhor: tradição ancestral, Centro Histórico preservado e roteiros imersivos.

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Um passeio pelo Centro Histórico de Salvador, cidade declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1985, é de tirar o folego daqueles que preferem a contemplação e história. Os mirantes e construções seculares oferecem vistas que deixam qualquer um sem palavras. pelo patrimônio histórico e cultural, com suas igrejas e casarios preservados.

Não perca: O Elevador Lacerda, o Mercado Modelo e todo o em torno desta cidade que é um verdadeiro museu a céu aberto. A gastronomia é um caso à parte. Destaque para os restaurantes  Amado Restaurante, o Barravento e Boteco da Tetê – Casa Bohemia, que valem uma degustação antes de conferir mais à noite algum espetáculo, como o Balé Folclórico, por exemplo.

Casa do Rio Vermelho

Fachada de a Casa-Museu de Jorge Amado e Zélia Gattai

Jorge Amado e Zélia Gattai viveram desde 1963 na Casa do Rio Vermelho, lar da família por 40 anos e sempre aberta aos amigos e artistas do escritor dos mais célebres do Brasil, traduzido para mais de 50 idiomas. A casa-museu também é morada de muitas histórias, arte, desejos e amores misturados com o todo que envolve, não somente a vida e obra dos escritores, mas das lembranças que deixam nesse espaço de encanto indescritível por tudo que representa e a áurea que cativa o visitante.

“Amores e amantes”, nome relativo às personagens femininas das obras de Jorge Amado brinda o quarto de dormir do casal. Um audiovisual roteirizado com som e imagens descreve passagens de romances no espaço que guarda o mobiliário original e a arte estampada nas paredes, incluindo uma das centenas de esculturas de sapo, bicho pelo qual Jorge Amado era apaixonado.

Mais de 3 mil peças expostas de artistas baianos como Caribé, brasileiros e internacionais, como Picasso, compõe o acervo do Museu. A casa foi sendo construída com a contribuição de muitos artistas (Mário Cravo, Jenner Augusto e arquiteto russo Lev Smarcevscki), amigos do casal e tantos outros que também se hospedaram no mesmo lugar: o quarto de visitas da Casa do Rio Vermelho. Entre outros Tom Jobim, Pablo Neruda, Jack Nicholson e Simone de Beauvoir.

A Casa do Rio Vermelho conta com sala de visitas, biblioteca, duas cozinhas, quarto de hóspedes, suíte do casal e varanda onde estão expostos centenas de itens, além de um grande bosque.

Balé Folclórico da Bahia

Pantheon dos Orixás, Balé Folclórico da Bahia

Desde 1988, a companhia de dança folclórica de Salvador mostra algumas das expressões mais importantes do folclore baiano e danças do Candomblé, religião de matriz africana, na qual a música e a dança têm importância fundamentais. O espetáculo é um dos mais concorridos na cena artística da capital baiana e pode ser aplaudido no Teatro Miguel Santana, (R. Gregório de Matos, 49 – Pelourinho). O programa está dividido em cinco apresentações.

Pantheon dos Orixás – Coreografia baseada na criação do mundo, de acordo com a mitologia africana e a personalidade de cada Orixá: Ogum, Oxum, Omolu, Iansã e Oxóssi.

Puxada de rede – Manifestação popular onde pescadores, acompanhados por suas esposas, vão pescar à noite. Durante todo o tempo realizam rituais para a deusa do mar, Iemanjá, através de canções e danças.

Maculele – Dança que se originou nas plantações de cana- de-açúcar, em Santo Amaro/BA, na era colonial. Dançado pelos escravos, o maculelê comemorava a boa colheita e também foi usado como meio de defesa contra os senhores feudais.

Capoeira – Luta de origem africana trazida para o Brasil juntamente com o povo que foi escravizado.

Samba de roda – Uma das formas mais antigas e autênticas do samba brasileiro. Era dançado pelos escravos nas “senzalas”.

Museu do Carnaval

Museu da folia faz uma viagem visual e sensorial nos recortes temáticos da festa

No Centro Histórico da capital baiana, na nobre da Praça Ramos de Queirós, funciona mais um importante e significativo equipamento cultural inaugurado em 2018: a Casa do Carnaval da Bahia, justo ao lado da Catedral Basílica de São Salvador, entre o Terreiro de Jesus e a Praça da Sé. Restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para receber o museu, a obra e adequação do espaço contou com R$ 6 milhões um investimento da Prefeitura de Salvador.

O primeiro museu do Carnaval ocupa o térreo, com biblioteca e mostra de peças, figurinos e instrumentos doados por artistas da festa. Ao lado, um pequeno corredor leva à área de exposição, escura, com destaque para as extensas vitrines expositoras de milhares de itens carnavalescos, desde fantasias de todos os blocos e grupos que fizeram e fazem o carnaval baiano, passando por roupas de carnaval – emprestadas ou doadas – usadas por artistas famosos, como Ivete Sangalo e Claudia Leite, até figuras representando personagens da folia.

Com o uso da tecnologia e da interatividade, a Casa do Carnaval conta a história da festa de Momo em uma viagem visual e sensorial por corredores que, a cada curva e nova vitrine, permite ao visitante vivenciar as músicas, ritmos e sensações que marcaram a folia baiana.

O museu conta, ainda, com fotos e documentos históricos e dois cinemas no primeiro andar, onde os visitantes podem participar e aprender ritmos da festa, devidamente caracterizados. Várias projeções em vídeo também fazem parte do acervo. A Casa do Carnaval dispõe também de um subsolo com conteúdo digital para pesquisas e terraço com vista privilegiadas da Baía de Todos os Santos.

Cidade da Música

Estação Interativa com painel teach

Mantendo o compromisso de inaugurar uma grande obra na cidade a cada dois anos, o último equipamento entregue pela Prefeitura Municipal de Salvador/Secult foi o prédio Cidade da Música da Bahia. Instalado no emblemático Casarão de Azulejos Azuis, como todos se referem ao antigo casarão com fachada de azulejos portugueses, o prédio foi especialmente restaurado para abrigar o museu e seu acervo 100% audiovisual.

No térreo, o visitante é recebido ao som de música baiana e projeção de fotos de compositores, cantores e percussionistas baianos. No segundo, terceiro e quarto andares ficam as exposições permanentes. Cada espaço é um mergulho na cultura musical baiana.

Na sala de depoimentos, relatos de personalidades da música baiana, já no espaço dedicado aos workshops de percussão os visitantes poderão descobrir seus talentos e, quem quiser soltar a voz nada melhor que as salas de karaokê.

A Cidade da Música é um equipamento completo. A sala Nova Música vai além do passado e presente. O espaço atrai os que querem conhecer alguns dos novos talentos da música baiana.

Outro espaço, mais que futurista em sua concepção resgata a história da música soteropolitana em cada bairro e região de Salvador. Trata-se da Estação Interativa – uma grande sala com mini arquibancadas, onde o público, através de projeções no chão e num grande painel touch na parede, faz uma “visita” a cada bairro da capital baiana e conhece o ritmo que nasceu por lá.

Novos equipamentos – Próximo equipamento a ser entregue pela Prefeitura de Salvador/Secult é o Arquivo Público de Salvador, na Praça Cairu, bairro do Comércio, na Cidade Baixa. O espaço vai abrigar mais de quatro milhões de documentos históricos, desde a descoberta do Brasil até os dias atuais.

Importante saber: a visitação de todos os museus e equipamentos culturais administrados pelo município são gratuitos às quartas-feiras. Durante a semana, sábados e domingos, a maioria deles cobra R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

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