
Aérea garante financiamento bilionário, vê ações dispararem e projeta novo fôlego para seguir operando normalmente no Brasil e no exterior
A Gol Linhas Aéreas deu um passo decisivo para sair do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Em audiência realizada nesta terça-feira (20), o juiz responsável pelo caso aprovou o plano de reestruturação da companhia, que desde janeiro está sob o regime do Chapter 11 — equivalente à recuperação judicial no Brasil.
Com a aprovação, a expectativa da empresa é encerrar oficialmente o processo em junho. Ao longo do período, a companhia obteve US$ 1 bilhão em financiamento emergencial (DIP) e agora anunciou a captação de mais US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 10,8 bilhões) em financiamento de saída. Os novos recursos serão utilizados para quitar o empréstimo DIP, cobrir custos operacionais e reforçar a liquidez da empresa.
A notícia teve impacto imediato no mercado. Às 15h05, as ações preferenciais da Gol (GOLL4) subiam 6,5%, enquanto o Ibovespa operava em leve queda de 0,1%.
No primeiro trimestre de 2025, a Gol registrou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão, alta de 43,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado e recorrente chegou a R$ 1,54 bilhão (crescimento de 17,4%), com avanço também de 19,4% na receita líquida, impulsionado pela retomada da frota e pela demanda crescente.
No início de maio, o conselho de administração da Gol aprovou uma proposta de aumento de capital entre R$ 5,34 bilhões e R$ 19,25 bilhões, uma das maiores operações do tipo já anunciadas no país. A proposta será votada em assembleia marcada para o fim do mês.
Paralelamente, seguem as negociações entre a holding Abra — controladora da Gol — e a Azul para uma possível fusão. A operação é considerada estratégica para o fortalecimento do setor aéreo, mas encontra resistências em meio às incertezas financeiras da própria Azul, que permanece como a única grande companhia aérea brasileira que não entrou em recuperação judicial.
De acordo com o CEO da Gol, Celso Ferrer, a prioridade é concluir o Chapter 11 com uma estrutura mais sólida e com foco na continuidade das operações, independentemente de uma eventual fusão.
A reestruturação financeira bem-sucedida representa um novo fôlego para a companhia e sinaliza um impacto positivo para o setor aéreo nacional, especialmente em um momento de retomada das viagens e expansão de rotas no Brasil e no exterior.