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Agências e Operadoras

Abracorp reúne parceiros para diagnóstico e ações durante e após a crise

Carlos Prado e Gervasio Tanabe, presidente e presidente-executivo da Abracorp

Carlos Prado e Gervasio Tanabe, presidente e presidente-executivo da Abracorp

As agências associadas à Abracorp se reuniram – via teleconferência – na tarde desta terça-feira (07) com alguns convidados de peso para discutir ações imediatas e a preparação para a retomada. Estiveram presentes André Sena, da rede Accor; Eduardo Bernardes, da Gol; Igor Miranda, da Latam; e Paulo Henrique Pires, da Localiza. A reunião teve apoio logístico da plataforma HI CONNECTA da Inteegra & Hoffman.

“Pós Covid-19 Preparando-se para o Amanhã” foi o tema do encontro virtual. Com audiência máxima, de 100 participantes, Gervasio Tanabe e Carlos Prado, respectivamente presidente executivo e presidente do Conselho de Administração da entidade, conduziram a pauta. Todos os debatedores foram unânimes em considerar que a pandemia do novo Coronavírus impacta de maneira drástica o setor de viagens e turismo. Quanto às medidas preparadas para dar início à lenta e gradual retomada da demanda, eles também concordam que o momento exige medidas capazes de repor a confiança dos viajantes.

Debate reuniu TMCs e representantes da Gol, Latam e Localiza

Debate reuniu TMCs e representantes da Gol, Latam e Localiza

MUDANÇAS IMEDIATAS

Na hotelaria, “já substituímos o sistema de buffet”, informou Senna. Envelopar o volante dos veículos e agilizar o lançamento do “Localiza Fast”, novo sistema que dispensa o cliente de ir até o balcão para retirar o carro, foram as alternativas consideradas por Pires, da Localiza. Bernardo e Igor enfatizaram que, na aviação comercial, os procedimentos de sanitização já adotam elevadíssimos padrões. Bernardes ainda lembrou que, a cada três minutos, 99,7% do ar que circula a bordo é totalmente renovado. Ambos concordam que a tendência do modal aéreo é incorporar novas tecnologias e são unânimes ao afirmar que a demanda retornará à normalidade.

Indagados por Tanabe sobre possíveis mudanças na dinâmica de relacionamento com as agências de viagens TMC´s, os quatro debatedores convidados acreditam que é preciso evitar guerra de preços. “Esta é a postura da Accor”, cravou Sena, ponderando que a alternativa pode ser “diminuir o ritmo de abertura de novos hotéis; agir de maneira mais cautelosa e, por isso, estar mais próximos das TMC´s”, destacou.

“A sustentabilidade é uma preocupação da Abracorp”, disse Prado, lembrando que vários gestores acompanhavam o debate. Após a crise, “a precificação será diferente. Vai mudar. Precisa mudar”, insistiu. “Se hoje as empresas estão robustas, amanhã sairão feridas. Não adianta vender por preços insustentáveis”, argumentou.

“Se hoje as empresas estão robustas, amanhã sairão feridas. Não adianta vender por preços insustentáveis”

RELAÇÃO COM AGÊNCIAS

“Neste momento, tendo a acreditar que não haverá mudanças importantes na relação com as TMCs”, disse Miranda, para quem “é fato que a demanda estará reprimida pós-crise, com a possível retomada para a normalidade no prazo de um a dois anos”. Assim como fez Miranda, mas sem projetar prazos, Bernardes aposta que a recuperação terá início com a retomada da demanda por voos domésticos, inclusive porque países que fecharam as suas fronteiras dificultam a operação dos voos internacionais.

“Estamos tentando ver a crise como oportunidade”, afirmou Miranda, após compartilhar que “a Latam tem, atualmente, se dedicado a estudar o impacto de todas as crises anteriores”, levando em conta que a companhia investiu um bilhão de dólares no ano passado; viveu um ano de recuperação, em 2019; adquiriu novos equipamentos; e havia iniciado um excelente 2020.

Para Bernardes, o que vai mudar é a relação das TMC´s com os clientes. “Para qualquer indústria no mundo, as TMCs são importantes e isso não vai deixar de existir. Mas com a cobrança de fees [praticados até então pelas TMC´s], elas não vão continuar, considerando o reduzido valor cobrado dos clientes”, explicou. “Caso as cias aéreas resolvam retomar a mesma oferta de voos, também não conseguirão sobreviver”, comparou.

Para qualquer indústria no mundo, as TMCs são importantes e isso não vai deixar de existir

ASCENSÃO RÁPIDA

“A tendência é a retomada ser do tipo Nike; uma curva lenta em ascensão”, descreveu Pires – para quem “essa questão do fee da TMC” não atinge a locação. “Nosso produto é acessório”, disse e acrescentou: “as locadoras podem ter um ganho com a tendência de substituição do carro próprio pela locação; caso isso de fato se confirme após esse período”, ponderou.

RODOVIÁRIO

Tanabe questionou se o modal rodoviário poderá ter crescimento mais rápido, neste momento em que a retomada da oferta aérea é mais lenta. “A locação de carro passou a ser uma alternativa diante de aeroportos fechados. Esta é uma oportunidade. Com relação aos ônibus, não sei dizer, mas a carência da oferta rodoviária dificulta substituir o modal aéreo. Em trajetos curtos, as pessoas estão optando pela locação de carro”, respondeu Pires em nome da Localiza.

“No curtíssimo prazo, o modal rodoviário tende a ser beneficiado, mas a médio e longo prazo a tendência é que o modal aéreo retome os patamares”, afirmou Igor Miranda. “Vejo como complemento os dois modais. Por restrições de recursos, parcela da população pode recorrer aos ônibus, mas no médio prazo os voos interestaduais, que já eram mais atrativos, devem retomar a competitividade de antes”, avaliou Bernardes, em nome da Gol. “O rodoviário deve cobrir algumas rotas que perderam voos com a redução da malha aérea”, acrescentou Prado.

IMPACTO NAS VIAGENS DE NEGÓCIOS

Em seguida, Prado apresentou outra questão aos convidados: “A videoconferência tende a competir com a mobilidade das pessoas, após o uso intensificado da tecnologia neste período?”.

Para Miranda, no pós-crise, a busca por eficiência estimulará todas as empresas a otimizarem viagens com o uso de tecnologia da videoconferência. “Eu prefiro as reuniões presenciais”, afirmou. Ele também lembrou que a Latam foi a companhia que mais repatriou brasileiros do exterior: “Foram mais de 13 mil passageiros e ainda estamos empenhados neste sentido”.

Para Bernardes, essas ferramentas já existiam e vieram muito à tona nesses dias de quarentena. “O que aconteceu foi uma forçada de barra para todos experimentarmos essa tecnologia – o que pode gerar a percepção de valor [das videoconferências] neste momento; por conta da crise. O que faz a economia crescer são as viagens. As empresas sairão economicamente com problemas, mas acredito que em médio prazo as viagens serão retomadas”. Já para Pires, “num primeiro momento, todos estarão saturados de conference call e vão querer viajar”.

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