SÃO PAULO – Em um momento decisivo para o turismo brasileiro, a Braztoa promoveu nesta quinta-feira (03), em São Paulo, um encontro estratégico que reuniu diretores e gestores das principais operadoras associadas à entidade. O evento, marcado por conversas francas e colaborativas, teve como foco principal temas estruturais do setor, como a Reforma Tributária, o IRRF sobre remessas internacionais e as boas práticas comerciais em um cenário de crescente complexidade econômica.
Fabiano Camargo, presidente da Braztoa, destacou a importância do encontro presencial, o primeiro do tipo desde a pandemia voltado exclusivamente para operadores. “O ambiente online é prático, mas frio. Aqui, conseguimos ter uma troca real, com foco e profundidade. A pauta é urgente: reforma tributária, IOF, IRRF, questões comerciais… Tudo isso impacta diretamente nosso setor”, afirmou.
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Camargo enfatizou ainda uma mudança de mentalidade entre os operadores: “Os dados do nosso anuário mostram que não se trata mais de vender por vender. As operadoras estão buscando mais rentabilidade, mais valor agregado. O volume por si só não garante sustentabilidade. Isso está claro nos números”, afirmou. Um outro encontro (dessa vez online) será realizado na próxima terça-feira para apresentar e destrinchar os dados do anuário, de uma maneira mais analítica e estratégia, segundo Fabiano – mas alguns dados foram pincelados no encontro de hoje.
Outro ponto central do encontro foi o debate sobre a concorrência entre os próprios associados, tema delicado, mas tratado com maturidade. “A competição existe, mas ela pode e deve ser saudável. Precisamos evitar práticas nocivas como parcelamentos irreais, que comprometem margens e afetam toda a cadeia. A Braztoa não regula o mercado, mas educa. Crescer junto é possível e necessário, até porque o mercado está em expansão e é complementar”, destacou Fabiano.
Marina Figueiredo, presidente executiva da entidade também ressaltou o valor do encontro como espaço de escuta e construção coletiva. “Esse não foi apenas um momento de repasse de informações, mas uma oportunidade única de troca entre os próprios operadores. Sem roteiro, sem formalidades. Eles se escutaram, riram, compartilharam dores e estratégias. Isso não acontece no online, onde tudo é cronometrado e impessoal”, disse.
Marina reforçou que a entidade pretende manter esses encontros presenciais com mais frequência, ao menos duas vezes por ano, além de seguir com sua programação digital mensal, que inclui sessões de inteligência com temas jurídicos, tecnológicos, de dados e tendências de mercado.
Para ela, o valor da associação vai além do networking – e o diferencial de se associar a Braztoa é poder participar da ‘construção do turismo’. “Estar na Braztoa é uma chancela. A operadora precisa ser aprovada por seus pares para entrar. E aqui dentro, ela não apenas consome informações: ela constrói o setor. Participa ativamente das decisões, como nas discussões sobre a reforma tributária. Ser associado é ser protagonista”, afirmou.
Além das pautas institucionais e econômicas, o evento também abordou as principais dores atuais das operadoras, como a alta taxa Selic, que encarece parcelamentos e reduz margens, e a instabilidade política, que inibe o consumidor e afeta previsibilidade. Ainda assim, o sentimento predominante foi de união e otimismo.
“O turismo é interdependente. Compramos e vendemos entre nós. Quem vê de fora acha que somos apenas concorrentes, mas na prática somos parceiros comerciais. E eventos como esse mostram como a colaboração pode fortalecer todo o setor”, finalizou Fabiano.
O próximo encontro presencial da Braztoa deve acontecer no fim do ano, com foco na confraternização. Até lá, o trabalho segue no campo digital, com novas entregas de inteligência e atualizações sobre o anuário 2025. Confira abaixo quem marcou presença no evento.
