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Agências e Operadoras / Vai e Vem

Luppa fala sobre trajetória na Trend e projeta o futuro com sua empresa V2G

Luppa deixa a Trend neste mês de dezembro

Luppa deixa a Trend neste mês de dezembro

Quando, em 2008, os então sócios da Trend Operadora, José dos Anjos e Washington Pretti convidaram o Vendedor Pit Bull, Luis Paulo Luppa, para capacitar a equipe de vendas da empresa, possivelmente não imaginavam onde isso iria parar. Após o sucesso daquela convenção de vendas – que foi realizada no Paraguai, Luppa foi convidado para prestar uma consultoria. Ao final, foi convencido por Anjos e Pretti a assumir a presidência da Trend. Hoje, praticamente dez anos depois, o faturamento da companhia saltou de R$ 220 milhões para R$ 1,5 bilhão. O que aconteceu no meio disso Luppa denomina como muito trabalho.

Veja abaixo a galeria de fotos com a trajetória de Luppa na Trend

“Deixo a Trend orgulhoso e confortável em ter cumprido à risca tudo que foi necessário na transição”, disse Luppa em entrevista exclusiva ao M&E. “Quando efetuamos a venda para a CVC Corp, a ideia era ficarmos juntos até 2021. Mas em um modelo como o da CVC, não cabe um líder carismático. É muito difícil ter uma referência sentada em uma cadeira de executivo. O perfil de empresário tem um ritmo e dinâmica diferente do executivo. Então, eu tinha o chapéu do cara que vendeu a empresa, do acionista e do diretor da unidade de negócios. É muita coisa”, explicou.

“Em um modelo como o da CVC, não cabe um líder carismático”

HISTÓRIA

Orgulhoso e emocionado, Luppa contou sobre a sua trajetória na Trend. Uma união que transformou os dois lados. A empresa passou a ser uma das maiores potências do setor no Brasil e o executivo, que já era referência como Vendedor Pit Bull, é agora também um ícone no Turismo, sendo responsável por levar a empresa a um outro patamar.

Ele lembra com carinho de como tudo começou. O primeiro contato com Pretti e Anjos foi na convenção de vendas, no final de 2008. No ano seguinte, foi contratado para uma consultoria, que acabou virando uma assessoria, já que junto com Luppa haviam mais dois executivos de sua equipe trabalhando dentro da empresa.

Onde tudo começou: o primeiro contato com José dos Anjos e Washington Pretti

Onde tudo começou: o primeiro contato com José dos Anjos e Washington Pretti

“Ao fim da convenção, os dois me chamaram para dar uma opinião sobre o que eu tinha visto. Com a minha resposta, eles pediram uma consultoria, que durou até quase o final de 2009. Nosso relatório final mostrava que naquele momento os agentes só tinham a Trend como opção, mas em um período curto de tempo grandes players internacionais iriam desembarcar no Brasil e que, naquele momento, a Trend não tinha a menor condição de concorrer com eles”, contou.

O relatório dizia ainda que o papel de Pretti e Anjos deveria ser essencial em um conselho e recomendava a contratação de um presidente para profissionalizar a empresa. “Eles gostaram do que apresentamos, mas duas semanas depois me chamaram para um almoço no Restaurante Califórnia [tradicional casa no centro de São Paulo, frequentado, na época, com assiduidade por Pretti]”, lembrou. “Naquele dia, me disseram que gostariam que eu fosse o presidente. Eu não queria, porque tinha muito consolidada minha loja virtual do Vendedor Pit Bull, livros best-sellers e uma média de 13 palestras por mês”, revelou.

Algum tempo depois, veio outro convite. Desta vez no Restaurante Bela Cintra. Português, por conta da origem de José Anjos. No cardápio, além do bacalhau e do vinho, uma nova seção de convencimento, desta vez com mais sucesso. “Disse que naquela altura eu não poderia entrar em nada que não tivesse participação. Depois de uma semana fiz a proposta onde eles tinham que assinar um planejamento sucessório. Sentei na cadeira de presidente da Trend no dia 4 de janeiro de 2010”.

MOMENTOS CRÍTICOS

Luppa afirmou que teve carta branca dos dois fundadores da empresa. Por isso, no meio do caminho aconteceram alguns fatos, como a saída dos cinco filhos de Pretti e Anjos, que deixaram a empresa e quando demitiu os representantes regionais para instituir uma equipe própria. “Estes eram pontos críticos, que resolvemos no primeiro ano. Outro momento difícil foi o desligamento de Daniel Santos, com 14 anos de empresa, mas naquele momento – sem crítica ao trabalho realizado por ele – precisávamos mudar nossa relação com nossos fornecedores”, relembrou.

TRANSFORMAÇÃO

Na visão de Luppa, a equação que faria as empresas do Turismo prosperarem consistia em gente e tecnologia. Com a primeira questão sendo readequada constantemente com capacitação e contratação de executivos, era chegada a hora de investir em tecnologia. “Precisávamos inovar e levar o sistema da Trend a um novo patamar. O agente tinha que se sentir em um ambiente B2C para se sentir acolhido como um cliente, mas ao mesmo tempo ter as características de um portal B2B”, definiu.

Luppa conta que sabia quais eram as premissas para seguir crescendo no mercado naquele momento: tecnologia, capacidade em prover um crédito forte aos agentes de viagens e, por último, um grau de remuneração interessante ao agente. Garante que desde a sua chegada foi um ferrenho defensor do agente. “Começamos com um comissionamento de 10%. Hoje chegamos a 12%. A profissão veio mudando ao longo do tempo, a consulta ao agente deixou de ser uma commoditie, mas ninguém viaja à Tailândia comprando tudo sozinho”, complementou o executivo, lembrando da cumplicidade da Trend com os agentes, incluindo a confecção de materiais, revistas e capacitações.

Vendedor Pit Bull em ação em uma de suas palestras

Vendedor Pit Bull em ação em uma de suas palestras

INTERNACIONALIZAÇÃO

Como um caixeiro viajante, Luppa foi buscar negócios fora do Brasil, uma vez que quando assumiu a companhia as vendas era basicamente de hotéis nacionais. Isso aconteceu até 2012, quando ele iniciou a participação nas feiras internacionais. “Batia na porta das empresas e não sabiam o que era a Trend. Hoje, já ganhamos prêmios de maiores vendedores de diversos fornecedores, incluindo a Disney”, contou orgulhoso.

E O FUTURO?

Luppa mal conseguiu se despedir dos colaboradores da Trend. Os últimos dias foram marcados por muita emoção, com homenagem durante o Encontro de Líderes e dos colaboradores da empresa. Conforme o M&E apurou, o executivo evitou visitar a sede da empresa para não se emocionar ainda mais. O passado, no entanto, fica para a história e serve como base para a construção de um novo desafio, a V2G, empresa fundada por Luppa com sede na Granja Viana, em São Paulo. Trata-se de uma empresa focada em assessorar companhias que querem se profissionalizar e crescer. Justamente o que fez com a Trend, agora transformada em portfólio e um case de sucesso nas mãos do Pit Bull.

“Não nasci no Turismo. Fiz uma trajetória muito bonita nestes dez anos e conquistamos muita coisa. Sou um cara de negócios e nestes últimos tempos, estruturei a V2G, que significa Vendas, Gente e Gestão”, revelou. “O objetivo é contribuir com as empresas para que elas consigam aquilo que conseguimos na Trend. Não se trata de consultoria, mas sim de assessoria, onde iremos realmente fazer”, explicou. A empresa já conta com nove consultores, contratados e capacitados pessoalmente por Luppa.

Embora reconheça que continuará atuando no Turismo de alguma forma, Luppa também garantiu que não irá, em hipótese alguma, concorrer com a Trend ou com as empresas da CVC Corp. “Vou me dedicar totalmente à V2G e é bem possível que a gente atenda empresas do Turismo. Nos últimos dias recebi inúmeras ligações de gente do mundo todo. Empresas que querem vir para o Brasil e outras coisas. Mas não tenho condições éticas e nem emocionais de concorrer com alguma empresa da CVC Corp”, ressaltou.

 “É lógico que a Trend passa a ter mais a cara da CVC. É natural, pois vai se moldar dentro desta nova estrutura”

O FUTURO DA TREND

Luppa acredita que o futuro da empresa é brilhante, ainda mais dentro de um grupo como a CVC e deseja que ela se perpetue e siga crescendo. Ele lembrou de toda a negociação feita com o então CFO, Luiz Fernando Fogaça e do encontro com Falco apenas na assinatura do contrato. Revelou ainda que negocia com a CVC Corp a venda de sua participação na VHC.

O vendedor Pit Bull acredita que um pouco do DNA moldado ao longo destes anos irá se modificar, o que considera natural. “É lógico que a Trend passa a ter mais a cara da CVC. É natural, pois vai se moldar dentro desta nova estrutura”, afirmou. “Por outro lado, a CVC Corp pode ganhar com uma característica forte da Trend: o inconformismo. Queremos sempre nota dez e infectamos a CVC com este nosso traço”, finalizou.

Veja abaixo a galeria de fotos com momentos marcantes da trajetória de Luppa na Trend:

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