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Aviação / Feiras e Eventos

Alta Fuel & Sustainability Conference: aéreas e empresas discutem o futuro sustentável da aviação

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principal objetivo do evento foi abordar questões críticas relacionadas à produção, distribuição e fornecimento de combustíveis na indústria da aviação (Divulgação)

A segunda edição da conferência Alta Fuel & Sustainability reuniu representantes de 24 companhias aéreas que operam na América Latina e no Caribe, juntamente com fornecedores e autoridades. O principal objetivo do evento foi abordar questões críticas relacionadas à produção, distribuição e fornecimento de combustíveis na indústria da aviação. Além disso, foram discutidos os caminhos viáveis para alcançar uma operação mais sustentável, enfatizando as iniciativas ambientais, sociais e de governança corporativa que desempenharão um papel fundamental na promoção dessa pauta na região.

“Graças ao nosso modelo de negócios, em 2023 geramos 26% menos emissões por passageiro transportado em relação a 2019 e 20% menos emissões absolutas, enquanto atingimos cerca de 32 milhões de passageiros transportados em 2023, o maior número na história da Avianca”, disse Felipe Gómez, diretor de Relações Governamentais da Avianca, durante sua intervenção no painel que tratou de ações operacionais e ESG que melhoram a estratégia de sustentabilidade das companhias aéreas.

Já Diogo Youssef, gerente executivo de Eficiência da Azul Linhas Aéreas, destacou as ações da companhia. “Nós temos mais de 40 iniciativas para gerar eficiência e trabalhamos com todas as áreas da empresa, o que nos tornou a primeira companhia aérea com metas aprovadas pelo SBTi (Science Based Targets). Essa abordagem integrada nos permitiu reduzir o consumo de combustível, melhorar as operações e nos tornar mais eficientes. Na América Latina, somos responsáveis por menos de 0,05% das emissões do planeta, mas o compromisso de sermos mais eficientes segue forte”.

A Air France KLM, por sua vez, está usando Inteligência Artificial (IA) junto com os pilotos para revisar as medidas operacionais, analisar cada voo, a trajetória, a velocidade e outros fatores que permitam entender como está o consumo de combustível e como podem ser geradas eficiências que contribuam para a sustentabilidade. “Queremos continuar a promover a produção de SAF não apenas globalmente, mas também na América Latina, porque vemos potencial” disse Maristella Rodriguez, gerente de Vendas da Colômbia para Air France-KLM.

Marco Larson, líder de sustentabilidade da SKY Airline, falou sobre a inclusão e a igualdade de gênero. “Cerca de 40% do conselho de administração da SKY é composto por mulheres. Também temos o programa “Woman Dare to Fly”, que incentiva a participação de pilotos mulheres e, atualmente, mais de 10% dos nossos pilotos são mulheres. O compromisso com a inclusão, a educação e a sustentabilidade são fundamentais para a diretoria e para a empresa”.

Para Stephano Gachet, diretor de fornecimento de combustível e taxas aeronáuticas da Latam Airlines, o segredo é inovar e experimentar coisas novas. “Também é muito importante apoiar políticas públicas sustentáveis e justas. Na Latam, estamos trabalhando em estreita colaboração com a equipe de assuntos corporativos sobre isso e, com o MIT (Massachusetts Institute of Technology), estamos fazendo um estudo para determinar as melhores práticas para promover o SAF nesta região”.

Hidrogênio como alternativa

Além das discussões sobre sustentabilidade e eficiência de combustível, a conferência também incluiu um painel sobre a atualização do uso de hidrogênio na aviação, moderado por Carlos Mancilla, da H2 Colombia, e com representantes da Boeing, Airbus e Embraer. À medida que o setor de aviação procura maneiras de se tornar mais sustentável, o hidrogênio está surgindo como uma opção para produzir energia limpa sem gerar emissões de carbono.

No entanto, há desafios técnicos e logísticos que precisam ser enfrentados para viabilizar o uso do hidrogênio em larga escala na aviação. “Precisaremos de algumas décadas para alcançar o voo com hidrogênio, especialmente para alcançar aplicações de voo comercial com aeronaves maiores. Ainda temos desafios em termos de projeto, operação e manutenção, aquisição e certificações”, explicou Otavio Cavalett, diretor de Políticas Públicas e Parcerias de Sustentabilidade da Boeing para a América Latina e o Caribe.

Cesar Pereira, Assessor de Sustentabilidade e Estratégia da Embraer, afirmou que a empresa está estudando o tamanho mínimo das aeronaves para o uso do hidrogênio. “Acreditamos que a aplicação será primeiramente em aeronaves de até 50 assentos. No entanto, antes de falar sobre a aplicação, é importante falar sobre a necessidade do mercado”, disse

Já Guillaume Gressin, VP de Estratégia da Airbus, argumentou que não existe uma solução única. “Existem vários pilares para alcançar a sustentabilidade e estamos trabalhando lado a lado com suas oportunidades e desafios. Na Airbus, temos a meta de reduzir as emissões em 63% até 2030, em comparação a 2015, porque também usamos parafina em nossas operações. Estamos usando as soluções que estamos desenvolvendo. Este ano, já usamos 11% de SAF e, em 2030, usaremos 30%. Como fabricantes, temos que nos concentrar em que a tecnologia não seja uma restrição para o uso do SAF ou de outras inovações. Acreditamos que a América Latina será uma das primeiras regiões a ter hidrogênio devido à sua capacidade de produção e às principais rotas”, disse.

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