A alta temporada de viagens para os Estados Unidos pode se tornar um problema a partir de 10 de janeiro, quando estará de volta a obrigatoriedade do visto para o ingresso no Brasil de visitantes portadores de passaporte dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Isto porque tripulantes norte-americanos, canadenses e australianos também precisarão de vistos para entrar no Brasil, diferente das regras que tinham sido estabelecidas lá em 2005 antes deste retorno da exigência.
A nova regra, inclusive, vai impactar os contratos de transporte aéreo de cargas no Brasil, como afirma o CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), José Ricardo Botelho, em entrevista ao portal Broadcast. Botelhou revelou que a exigência atingirá mais de 100 mil tripulantes de American Airlines, Delta, United, Air Canadá, além do setor de logística como a Fedex, UPS, DHL, Cargolux, Qatar Cargo, Emirates Cargo, e várias outras, que hoje tem quase 100% da tripulação americana.
A Alta informou ainda que são operados 800 voos mensais de passageiros entre Brasil e Estados Unidos com tripulação norte-americana e 98 com tripulação canadense. Os voos de carga entre Estados Unidos e Brasil chegam a 271 por mês.
Tripulantes em serviço dos Estados Unidos, Canadá e Austrália estavam isentos de visto desde o decreto de 1413/1995. A normativa está alinhada com a Convenção de Chicago, da qual o Brasil é signatário, que define regras para facilitar o transporte aéreo. Aliás, mesmo antes, um outro decreto (32.040/1952) tinha o mesmo tom, confirmando que a tradição brasileira, há 70 anos, tem sido a mesma: isenção de visto e passaporte para tripulantes, em nome da facilitação do transporte aéreo.