Após 27 meses, o volume de receitas do setor de turismo alcançou, em maio, o nível pré-pandemia, com avanço mensal de 2,6%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE. O resultado positivo, em plena baixa temporada, levou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar a expectativa de crescimento anual do setor de 2,8% para 3,5%.
Segundo a entidade, essa reação tem se refletido no mercado de trabalho. Depois que a redução das atividades levou o setor a eliminar 529,2 mil vagas formais, um encolhimento equivalente a 15% da força de trabalho no segmento, recuperou 319,2 mil vagas entre outubro de 2020 e maio de 2022. No período, os destaques ficaram por conta das aberturas de oportunidades nas atividades de bares e restaurantes (+240,1 mil) e serviços de hospedagem (+63,5 mil).
A expectativa da CNC é que o turismo brasileiro também restabeleça o nível de ocupação do período pré-pandemia a partir do início do período de contratações para a próxima alta temporada, encerrando 2022 com 314,6 mil postos de trabalho criados.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que a pandemia provocou prejuízos significativos para o turismo brasileiro. Apesar de os cálculos baseados nos números do IBGE indicarem perda acumulada de R$ 254,5 bilhões em relação ao nível pré-pandemia, a perda referente ao potencial de geração de receitas, considerando a tendência de crescimento que o setor apresentava antes do início da crise sanitária, foi ainda maior, de R$ 517,7 bilhões.
Diante disso, Tadros comemora as projeções. “Apesar do aumento recente de casos de covid-19, o fato de mais de 83% da população acima de cinco anos estar vacinada reduz significativamente a possibilidade de novas medidas restritivas, como aquelas implementadas em 2020 e início de 2021. O cenário é favorável para que o turismo avance no caminho da recuperação”, avalia.