MADRI – A possibilidade de fusão entre Azul e Gol tem gerado expectativa no setor de turismo e aviação. Com impactos diretos no mercado, grandes players analisam como essa união pode transformar a conectividade, as operações e as relações comerciais no Brasil. A seguir, confira as declarações de lideranças e instituições que acompanham de perto os desdobramentos dessa possível integração.
Empetur
Para Eduardo Loyo, presidente da Empetur, a fusão é acompanhada com atenção, dado o impacto que pode gerar na conectividade aérea de Pernambuco. “Pernambuco tem sete aeroportos, sendo que a Azul é determinante para nosso desenvolvimento econômico e turístico, principalmente com a Azul Conecta, que leva voos ao interior. Já Gol e Latam nos conectam aos principais aeroportos de Recife, Petrolina e Fernando de Noronha”, afirmou.
Ele demonstrou confiança no compromisso das empresas em manter a malha aérea local. “Essa possível integração traz uma atenção natural ao assunto, mas estou seguro de que os CEOs e executivos dessas companhias não farão nada que prejudique os estados. A Azul, por exemplo, é essencial para o escoamento de produtos econômicos, como o gesso de Araripina, maior polo gesseiro do Brasil, e as frutas de Petrolina, que representam quase 90% da exportação de uvas e mangas do país”, destacou.
CVC Corp
A maior operadora de turismo da América Latina também acompanha o tema de perto. Segundo Fabio Godinho, CEO da CVC Corp, o foco está na saúde financeira das companhias. “A gente precisa das empresas saudáveis no Brasil. Em termos de volume já vendido com cada aérea do Brasil, temos mais de R$ 500 milhões já pagos com as aéreas. Precisamos delas voando, essa é a nossa prioridade”, afirmou.
Ele destacou a boa relação da CVC com ambas as empresas. “Temos uma relação muito boa, nunca esteve tão bem na história da CVC. Juntas ou separadas, o importante é crescer. Isso faz com que a gente cresça também”, finalizou.
Abav Nacional
Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional, se mostrou cautelosa ao comentar o tema. “Hoje, eu não tenho muito o que falar, porque, na verdade, eles assinaram um memorando de entendimento, e esse memorando tem vários ‘se’. Ainda tem que passar pelo Cade e pela Anac. Eu acredito que esses órgãos vão verificar o que é melhor para a população brasileira, para os empresários, para os agentes de viagem e para as próprias empresas”, disse.
Ela destacou que, como empresária do setor de turismo e usuária das companhias, torce pelo melhor desfecho. “Com certeza será feito o que for melhor para o Brasil e para todo mundo. Estamos na expectativa e aguardando”, concluiu.
Setur-SP
Já para o secretário de Turismo de São Paulo, Roberto de Lucena, não há motivo para preocupações imediatas. “Evidentemente, é muito bom para o mercado e para o consumidor quando temos uma diversidade de oferta, mas não acredito que para o Estado de São Paulo a fusão trará qualquer impacto negativo”, afirmou.
Ele também ressaltou o potencial competitivo do mercado paulista. “Temos um ambiente muito favorável ao desenvolvimento e, inclusive, a possibilidade de outras companhias estarem operando a partir de São Paulo neste ano. Vamos acompanhar os desdobramentos, mas no momento não há preocupação nossa em relação a isso”, encerrou.
É visível que os discursos vão da cautela à confiança, e as opiniões refletem o impacto e as incertezas geradas por um movimento que pode redesenhar o cenário aéreo nacional e influenciar a dinâmica do turismo brasileiro. Seguimos acompanhando os próximos passos.
*O M&E viaja com apoio da Shift Mobilidade Corporativa e proteção GTA