Apesar dos custos operacionais decorrentes do querosene de aviação (QAV) e a judicialização do sistema, o setor aéreo brasileiro segue demonstrando resiliência. É o que diz o relatório “Insight da Aviação Brasileira 2023” da Associação Latino Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta). De acordo com os números, o segmento internacional de viagens foi um dos destaques, com uma elevação de 37% em relação a 2022.
O maior mercado de aviação na América Latina e Caribe (ALC), em termos de Assentos por Quilômetro (ASK), representa 26,3% da capacidade total da região. O México ocupa a segunda posição, correspondendo a 25,3% do total. Já o volume total de passageiros registrou um aumento de 14,7%, atingindo a marca de 115,5 milhões, em comparação com o ano anterior.
“O Brasil é o maior mercado da ALC e o relatório destaca a importância da conectividade para impulsionar um crescimento sustentável no país. Seguiremos com nosso compromisso de apoiar o setor em sua jornada para levar ainda mais oportunidades para as pessoas utilizarem esse meio de transporte seguro e essencial”, disse o CEO da Alta, José Ricardo Botelho.
INTERNACIONAL – No que diz respeito às conexões internacionais, a rota mais movimentada foi entre São Paulo (GRU) e Santiago (SCL), alcançando uma taxa de ocupação de 82%. Menos da metade das rotas internacionais foram diretas, reforçando a importância do Aeroporto de Guarulhos (GRU) como principal hub para essas conexões.
DOMÉSTICO – O tráfego em rotas domésticas atingiu cerca de 91 milhões de passageiros, indicando um aumento significativo em comparação aos cerca de 57 milhões em 2009. A rota entre Congonhas-Santos Dumont liderou esse mercado, registrando a maior demanda e uma sólida taxa de ocupação de 62%. Já a rota Congonhas-Fortaleza apresentou a maior redução no Brasil em termos de capacidade de assentos e tráfego de passageiros, com mais de 222 mil lugares retirados e uma diminuição de 160 mil viajantes em comparação com o ano de 2022.
ACUMULADO – A aviação no Brasil também apresentou consistência de 2009 a 2023, com uma taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 3,38% para voos domésticos e 3,75% para voos internacionais. Botelho lembra que um setor aéreo saudável é um motor essencial para o progresso.
“Mesmo diante das dificuldades, a aviação desempenha um papel crucial para o turismo brasileiro, contribuindo para os 7,8% do PIB que esse setor representa. Além disso, seu importante papel social pode ser exemplificado pelo transporte gratuito de órgãos, equipes e materiais. Precisamos trabalhar juntos, governo, cadeia produtiva e empresas para superar os obstáculos, garantindo que o Brasil voe cada vez mais alto”, destacou o CEO da Alta.