Lufthansa registrou prejuízo de € 6,7 bilhões em 2020; número de empregados caiu 20%

Faturamento do grupo caiu mais de 62%

O Grupo Lufthansa divulgou nesta sexta-feira (5) os resultados financeiros e operacionais do ano de 2020, que apontam para um prejuízo líquido de 6,7 bilhões de euros, contrastando com o lucro de 1,2 bilhão de euros de 2019. A companhia apresentou uma queda de 62,6% na faturamento, que passou de 36,4 bilhões de euros em 2019 para 13,6 bilhões de euros em 2020

Apesar das reduções de custo rápidas e extensas durante a pandemia, o Grupo Lufthansa reportou um EBIT (lucro antes de juros e impostos) ajustado de menos – 5,5 bilhões de euros (no ano de 2019 o resultado foi de + 2 bilhões de euros). Outro fator negativo foi a queima de caixa de cerca de 300 milhões de euros por mês.

Os custos com pessoal foram reduzidos significativamente por meio de reduções da força de trabalho, acordos de crise com parceiros sociais e redução do tempo de trabalho. No final do ano de 2020, o número de funcionários era 110 mil, cerca de 20% menor do que em 2019.

“O ano passado foi o mais desafiador da história de nossa empresa – para nossos clientes, funcionários e acionistas. Restrições de viagens e quarentena levaram a uma queda única na demanda por transporte aéreo viagens. Agora internacionalmente reconhecido, a vacinação digital e os certificados de teste devem substituir as proibições de viagens e quarentena para que as pessoas possam mais uma vez visitar a família e amigos, encontrar parceiros de negócios ou aprender sobre outros países e culturas”, afirma Carsten Spohr, CEO da Deutsche Lufthansa AG.

Carsten Spohr, CEO da Lufthansa Group, 

RESULTADOS OPERACIONAIS

Em 2020, as companhias aéreas do Grupo Lufthansa operaram menos de um terço (31%) dos voos de sua capacidade (ASK) normal. No ano foram 36,4 milhões de passageiros transportados, queda de 25% na comparação com 2019. A taxa de ocupação média no ano foi de 63%, queda 19,3 pontos percentuais.

O Grupo Lufthansa se beneficiou de seu sistema de hub. Ao contrário dos concorrentes, que oferecem apenas conexões ponto a ponto, as companhias aéreas do Grupo Lufthansa conseguiram agrupar os baixos volumes de tráfego em seus hubs e, assim, manter conexões importantes. Além disso, a estreita rede entre o tráfego de passageiros e carga nos centros tornou possível proteger as cadeias de abastecimento globais.

Lufthansa destaca que sistema de hub beneficiou a companhia

PANORAMA

O cenário de corte de custos seguirá na companhia em 2021. Em todo o mundo foram demitidos cerca de 28 mil funcionários. Na Alemanha, outros 10 mil cortes acontecerão ao longo deste ano. A frota do Grupo também será reduzida para 650 aeronaves em 2023. O Grupo espera que o nível de capacidade volte para 90% ao longo desta década. Além disso, a companhia analisa a possibilidade de alienação de subsidiárias que oferecem apenas pequenas sinergias com o negócio principal.

A Deutsche Lufthansa AG destaca em comunicado que sempre que restrições são reduzidas, as reservas tendem a aumentar fortemente na respectiva área de tráfego. Para todo o ano de 2021, o Grupo espera que a capacidade em oferta aumente para 40% a 50% dos níveis de 2019, e a expectativa permanece de que fluxos de caixa operacionais positivos serão gerados quando a capacidade em oferta estiver acima de 5%.

“A crise única está acelerando o processo de transformação em nossa empresa. 2021 será um ano de redimensionamento e modernização para nós. O foco permanecerá na sustentabilidade. Estamos examinando se todas as aeronaves com mais de 25 anos permanecerão no solo permanentemente. A partir do verão, esperamos que a demanda recupere assim que os limites restritivos de viagem forem reduzidos por uma nova implementação de testes e vacinas. Estamos preparados para oferecer para 70% de nossa capacidade pré-crise novamente no curto prazo conforme a demanda aumenta. Com um Grupo Lufthansa menor, mais ágil e mais sustentável, queremos manter nossa posição de liderança em todo o mundo e garantir o emprego de cerca de 100 mil funcionários a longo prazo”, finaliza o CEO.

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