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Aviação

Pratt & Whitney atrasa entrega de motores e cria efeito dominó para as companhias aéreas

Airbus A320neo

Airbus depende do GTF PW1100G para motorizar seus A320neos, mas já entregou aeronaves do mesmo modelo com motores LEAP-1A criados pela CFM

O efeito dominó está formado para boa parte da indústria comercial de aviação. A fabricante Pratt & Whitney confessou, nesta terça-feira (20), que está levando mais do que o dobro do tempo ideal necessário para construir as engrenagens e pás das hélices de motores turbofan (GTF). De acordo com o CEO da United Technologies Corp. (UTC), Greg Hayes, que domina as operações da P&W, esta é a causa primária dos atrasos nas finalizações dos equipamentos e, consequentemente, nas entregas de aeronaves aos seus clientes.

Para o executivo, a meta de entregar 200 motores GTF em 2016 será esquecida. A previsão é que apenas 150 equipamentos sejam entregues este ano às respectivas fabricantes de aeronaves, atraso que causará um prejuízo incalculável aos clientes de grande porte que vivem de planejamentos e estratégias. A fim de amenizar este revés, o CEO da UTC se comprometeu em realizar pagamentos às companhias aéreas como forma de se desculpar pelo atraso. “As aéreas não estão felizes porque não estão recebendo. E nós não estamos felizes por não entregá-los”.

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Detalhes fazem a Pratt & Whitney demorar mais do que o dobro do tempo estimado para finalizar um motor GTF Turbofan

Variantes de motores GTF já entraram em cena este ano, como o próprio A320neo PW1100G e as aeronaves da Bombardier CSeries, mas ambos os programas tiveram atrasos nas entregas e receberam diversas críticas de seus clientes. Um exemplo é a Qatar Airways, que seria pioneira no recebimento da aeronave mais moderna da Airbus, mas decidiu cancelar o recebimento por causa dos problemas nos motores, enquanto a canadense Bombardier já avisou que oito de suas 15 aeronaves sofrerão atrasos na entrega.

O GTF Turbofan tem sido uma imensa pedra no sapato da Pratt & Whitney. Os motores que também equiparão as aeronaves Embraer E-Jet E2, Mitsubishi Aircraft Corp. MRJ e Irkut MC-21, pelo menos já tiveram as restrições de partida do motor resolvidas. Segundo fontes do setor, o equipamento instalado nos A320neos sofria com algumas restrições devido ao hardware e ao software, que após o acionamento necessitava manter a marcha lenta por três minutos. O problema impedia que a aeronave iniciasse os procedimentos de taxi, algo considerado extremamente sério em aeroportos movimentados, podendo comprometer inclusive a utilização de slots.

Bombardier é outra fabricante a sofrer com os atrasos na entrega dos motores

Bombardier é outra fabricante a sofrer com os atrasos na entrega dos motores

O CEO Hayes, por sua vez, disse estar confiante em ultrapassar esses problemas e voltar ao ritmo de entrega normal já para 2017. “Eu estava visitando nossas fábricas, na última semana, e eles já têm uma estratégia para contornar o problema. Estou bem aliviado com isso”, disse. O executivo ainda confirmou que trabalha ao lado das companhias aéreas e fabricantes de aeronaves a fim de revisar as previsões de entrega. “Ninguém está feliz, nós não estamos satisfeitos em atrasar as entregas, mas temos um plano que traz confiança. É um crescimento de produção sem precedentes para a P&W e precisamos lidar com isso”, completou o CEO.

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