
Profissionais de Resgate de Empresas da África do Sul (BRP) deverão colocar em ação o plano de demitir todos os colaboradores da South African Airways. A dura medida é consequência direta da decisão do governo sul-africano de não fornecer mais qualquer financiamento para manter viva a companhia, como anunciado na última semana. A BRP lembrou aos sindicatos envolvidos que, sob as circustâncias atuais, é extremamente improvável que haja um resgate da companhia.
No fim de março, a South African até buscava adiar o prazo limite para possíveis investidores apresentarem seus respectivos planos de recuperação, mas a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) fez com que a grande parte dos investimentos fossem suspensos, ainda mais aqueles de maior risco. Sendo assim, a SAA irá propor a todos os seus 4,7 mil funcionários pacotes de indenização, mas que dependerá da alienação bem-sucedida de bens e ativos da companhia.
O Departamento de Empresas Públicas da África do Sul, encarregado de supervisionar a companhia em nome do governo, afirmou em nota que nenhum acordo ainda havia sido fechado e que conversas entre o BRP e os sindicatos continuariam. Por outro lado, o departamento já tinha avisado ao BRP que nenhum financiamento a mais seria realizado em apoio à sobrevivência da companhia, incluindo fundos adicionais apenas para manter vivo o processo de resgate da SAA.
No chão desde o fim de março, quando o governo sul-africano declarou lockdown em todo o país para tentar conter a pandemia do coronavírus (Covid-19), a South African Airways já sofre com dificuldades financeiras desde 2011. Em dezembro, entrou em concordata para criar um retorno melhor para seus credores e acionistas. Com ajuda do governo e possíveis interessados na companhia, a SAA passaria por um processo radical de reestruturação, garantindo sua sustentabilidade financeira e operacional. Mas, com o Covid-19, isto está cada vez mais difícil de acontecer.