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Aviação

Snea: demanda do primeiro semestre chega 13 bilhões de RPK

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias divulgou nesta terça-feira (21) o estudo “Análise setorial do Snea – mercado internacional de passageiros – 2º trimestre de 2012”, realizado pela Diretoria Técnica. Em junho de 2012, as empresas aéreas brasileiras que atuam no mercado internacional de passageiros transportaram 2,10 bilhões de passageiros quilômetros pagos (RPK), correspondendo a um aumento de 3,11% sobre a demanda de junho de 2011 (2,04 bilhões).

O mês de junho marcou o início da recuperação do setor, após três meses de retração, quando comparado com 2011 (jan: 3,4%, fev: 8,77%, mar: -2,96%, abr: -1,7%, mai: -2,72%, jun: 3,11%). A demanda acumulada no primeiro semestre de 2012 ficou em 13,04 bilhões de RPK, ou seja, somente 1,15% acima de idêntico período de 2011 (12,89 bilhões).

As empresas brasileiras mantiveram a oferta no mercado internacional quase estável em junho de 2012, disponibilizando 2,66 bilhões de assentos quilômetros (ASK) com um crescimento de 1,01% sobre junho de 2011 (2,63 bilhões). A pequena expansão da oferta no sexto mês deste ano indica que as empresas aéreas continuam acompanhando com atenção o comportamento da demanda no segmento internacional (jan: -4,11%, fev: 0,96%, mar: -3,14%, abr: -1,65%, mai: -3,36%, jun: 1,01%). Esta cautela das empresas aéreas levou a redução de 1,8% na capacidade de transporte de seus voos de/para o exterior durante o primeiro semestre de 2012, que se situou em 16,26 bilhões de ASK, abaixo do semestre inicial de 2011 (16,55 bilhões).

Em junho de 2012, a contenção da oferta (1,01%) pelas empresas aéreas em relação ao crescimento da demanda mensal (3,11%) resultou em um fator de aproveitamento (LF) de 79,3%, superior em 1,6 pontos percentuais ao mesmo mês de 2011 (77,7%). O bom equilíbrio entre a oferta e a demanda mensal de janeiro a junho de 2012 elevou o fator de aproveitamento (LF3) médio para 80,2%, com 2,3 pontos acima do primeiro semestre de 2011 (77,9%).

Os resultados globais, publicados pela International Air Transport Association (IATA), apontam para um crescimento de 7,4% na demanda mensal (RPK), no mercado internacional de passageiros, comparando junho de 2012 com junho de 2011, o que representa mais do que o dobro da taxa incremental de 3,11%, alcançada pelas empresas aéreas brasileiras. De forma similar, a demanda acumulada (RPK) das empresas aéreas brasileiras, que atuam no mercado internacional, também registrou um aumento de apenas 1,15% no primeiro semestre de 2012 sobre 2011, quase sete vezes menor do que as suas congêneres estrangeiras (7,5%). Por seu turno, o fator de aproveitamento (LF) mensal das aeronaves operadas pelas empresas brasileiras (79,3%) foi um pouco inferior ao de suas congêneres estrangeiras (81%). No entanto, de janeiro a junho de 2012, as companhias brasileiras alcançaram um fator de aproveitamento (LF) de 80,2%, superando em 2,4 pontos percentuais a média das empresas associadas à IATA (77,8%).

Com o aumento da demanda (RPK) por transporte aéreo de 3,1%, em junho de 2012, houve uma sinal de recuperação no mercado internacional de passageiros para as empresas aéreas brasileiras. Entretanto, a crise em alguns países da União Europeia e o ainda fraco desempenho da economia dos Estados Unidos, com seus reflexos negativos sobre o Brasil não permitem uma previsão otimista para o segundo semestre de 2012. Cabe destacar ainda que a cotação do dólar americano permanece um pouco acima dos R$2,00, agravando o seu impacto sobre toda a cadeia dos custos setoriais, desde o leasing/aquisição das aeronaves até a manutenção, peças e suprimentos e, principalmente, sobre o preço do combustível (QAv) com o valor do barril de petróleo, se situando próximo de 90 dólares.

Mesmo considerando que a atividade setorial é mais aquecida no segundo semestre, o pequeno crescimento da demanda acumulada (RPK) de 1,15% entre janeiro e junho de 2012, em relação ao mesmo período de 2011, torna necessário reduzir em um ponto percentual a previsão anual do SNEA para o mercado internacional passageiro, que deverá ficar em 2,5% (entre 1% e 4%).

Filipe Cerolim

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