A chegada da alta temporada para o turismo tem contribuído para a revitalização da atividade no Brasil. É o que diz os dados recentes apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ao todo, o setor deve faturar R$ 169 bilhões apenas entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024 – alta real de 11% em relação ao mesmo período do ano passado. A projeção ocorre logo após o IBGE apontar alta no índice das atividades turísticas em 2023.
“O turismo foi a atividade mais afetada pela crise sanitária, tendo perdido dois terços das suas receitas apenas nos dois primeiros meses de pandemia. Em algumas atividades específicas do setor, como o transporte aéreo, as perdas foram ainda mais significativas, como diminuição de 95% no fluxo de passageiros, naquele período”, informou a CNC.
Passagens aéreas ainda estão encarecidas
Apesar do crescimento modesto do turismo, o encarecimento do transporte aéreo é apontado como um dos desafios pela pesquisa, indicado pela desaceleração da quantidade de passageiros transportados nos últimos meses de 2023. Os números registrados entre maio e agosto de 2023 superaram a quantidade de passageiros transportados em 2019.
Porém, com o recente reajuste das passagens aéreas, a demanda voltou a cair. Dos 377 avaliados mensalmente pelo próprio IBGE no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o subitem “passagens aéreas” foi o que mais contribuiu para a inflação no último trimestre de 2023.
Alta de empregos
O crescimento do turismo em 2023 também está relacionado com a alta dos empregos. Entre março e setembro de 2020, o setor teve que eliminar 470 mil vagas formais, em virtude da queda abrupta da atividade. Desde então, gerou quase 624 mil vagas de emprego celetista, superando em 254 mil postos a retração da força de trabalho verificada em 2020. Para 2024, a CNC projeta um saldo entre admissões e desligamentos de 158 mil postos de trabalho no setor.
Diante da expectativa predominante de menor crescimento econômico em 2024, a perspectiva da entidade é que as atividades turísticas apresentem avanço mais modesto, de 2,3%, que o do ano passado (7,3%).