Há poucos anos, o Oriente Médio era visto como um destino em ascensão por operadores turísticos para oferecer sua história, cultura, maravilhas antigas e paisagens desérticas. Mas desde que a guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro de 2023, o que era visto como potencial se transformou em desinteresse.
Procuradas pelas Travel Weekly, a maioria das operadoras de turismo tiveram que cancelar suas viagens para o Oriente Médio devido ao conflito estagnado.
“Nossas vendas para a região certamente diminuíram um pouco nos últimos seis a oito meses. Continuamos a promover e operar ativamente nossos passeios no Egito, Jordânia, Marrocos e Turquia com segurança e confiança”, disse Sean Benner, um dos diretores de produtos da G Adventures.
Da mesma forma, na Tauck, sediada em Wilton, Connecticut, as reservas para viagens ao Egito e Egito/Jordânia estão baixas, disse o gerente de comunicações de marketing Tom Armstrong: “Vimos um número significativo de cancelamentos imediatamente após os ataques de 7 de outubro”.
“Com a notável exceção da Turquia, onde as viagens continuam populares para um país que também está na Europa, a demanda por viagens para destinos no Oriente Médio continua caindo ano após ano”, disse Lael Kassis, vice-presidente de desenvolvimento de mercado da EF Go Ahead Tours. Mas afirmou que a demanda está mudando para as excursões Go Ahead na América Latina e Ásia, que oferecem uma experiência nova com menos riscos percebidos.
Já para a EF Ultimate Break, cerca de 30% dos viajantes entre 18 e 35 anos citaram o México e a América Central e do Sul como bons lugares para reservar uma excursão guiada nos próximos anos, em comparação com apenas 7,5% para o Oriente Médio.
CRISE TURÍSTICA
Entre as vítimas da crise estão fornecedores que investiram em infraestrutura na esperança de crescimento no Oriente Médio: hotéis foram construídos, ônibus foram encomendados, guias turísticos foram contratados e treinados, e sistemas de computador foram modernizados.
A maioria dos operadores turísticos norte-americanos, por exemplo, tenta se manter firme continuando com o cronograma de turismo planejado, combinando passeios de venda lenta ou mesclando saídas fracas com outras de melhor desempenho.
Mas nem todos os viajantes fogem da região. Lori Derauf, proprietária da Vacation Designers perto de Madison, Wisconsin, disse que as pessoas abertas a ir para o Oriente Médio tendem a ser mais aventureiras de qualquer maneira. “Os clientes que tenho que estão reservando mais longe são viajantes mais intrépidos. Eles não têm medo de ir a qualquer lugar.”
Outra área afetada foi a de cruzeiros fluviais no Nilo, com várias operadoras construindo navios para a hidrovia cada vez mais popular. Operadores disseram que após a queda na demanda por viagens pelo Nilo logo após os ataques as pessoas estão começando a voltar.
“A demanda definitivamente sofreu um golpe há um ano. Perdemos cerca de metade dos hóspedes que tínhamos reservado para 2024 naquele momento, disse Pam Hoffee, presidente da Avalon Waterways.
O presidente da Viking Holdings, Torstein Hagen, disse que os americanos “estão surpreendentemente dispostos a ir para o Egito”, onde a Viking opera 10 navios no Nilo. “Claro, isso foi um pouco prejudicado na ocupação, [mas] está se recuperando novamente”, disse ele.
ISRAEL
Com certeza, o país mais impactado pelo conflito intensificado no Oriente Médio foi Israel. A Collette não está oferecendo passeios lá até 2026. Quaisquer passeios restantes tendem a ser com operadores menores e específicos do país.
“Continuamos vigilantes e ansiosos para retornar quando possível. No entanto, não parece provável no futuro próximo, dados os eventos e as escaladas recentes”. disse Benner, da G Adventures.
Por mais prejudicial que a guerra tenha sido para as economias turísticas do Oriente Médio, o impacto no turismo em todo o mundo foi reduzido, disse Julia Simpson, CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo: “Atualmente, em termos de viagens e turismo, isso tende a afetar os países diretamente envolvidos e alguns países como a Jordânia e algumas partes do Egito. Mas, na verdade, não está impactando a posição global de viagens e turismo como está hoje.”