Em mais um evento da série Encontro Departamental, promovido pela ABIH-SP, o assunto foi Alimentos & Bebidas. A condução coube a Carlos Bernardo, VP da entidade e Diretor de Operações Regional Mid & Eco Brasil do Grupo Accor, com a participação de Jussara da Silveira, gerente de A&B do hotel Intercontinental São Paulo; Emilio Piccardo, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Accor e Tales Matzenbacher, gerente de A&B do Hilton São Paulo Morumbi.
Durante o encontro, Carlos Bernardo pautou pontos fundamentais do setor de A&B no contexto da hotelaria. “Reunimos representantes das três grandes operadoras da hotelaria no Brasil – Hilton, Intercontinental e Accor. Ficou nítida a questão do aumento dos preços, quando comparados com 2019. E também a constatação de que temos de estar preparados para poder suprir as necessidades”, diz o executivo.
EXPERIÊNCIA MARCANTE – Carlos Bernardo, em sua abordagem, enfatizou a necessidade de se propor, aos clientes, uma experiência – e não somente um alimento e uma bebida. “Essa experiência pode se dar por meio de pratos diferenciados, serviços distintos, coquetéis que sejam marcantes para a experiência do hóspede. E para alcançar um padrão de excelência, atenção especial em relação aos fornecedores e o que eles podem oferecer de mais adequado”, sustenta.
BOAS PRÁTICAS – Segundo Jussara da Silveira, do Intercontinental, “a percepção de todos sobre a necessidade dos setores de A&B e de Compras se fortalecerem junto aos fornecedores, para obter qualidade e melhores condições comerciais, com foco nas boas práticas do ganha-ganha, foi um dos aspectos mais relevantes que o encontro departamental realizado pela ABIH-SP proporcionou”.
SUSTENTABILIDADE – “Também conversamos sobre a diminuição do uso de plásticos nos hotéis, a escolha de ingredientes mais saudáveis, ênfase nos componentes sazonais e tudo que implica em mais qualidade para os nossos clientes”, diz Bernardo.
PREÇO – Carlos afirma que “o maior problema, hoje, tem sido os aumentos praticados pelos fornecedores. Na área de alimentos, as fontes de proteína sofreram majoração de até 30%, nos últimos três anos. Por outro lado, verifica-se um fluxo crescente de moradores da cidade nos hotéis nelas localizados, especialmente para o café da manhã.
REPOSIÇÃO – Outra preocupação mencionada por todos os participantes é com a reposição e retenção de talentos. Durante a pandemia, muitos profissionais procuraram outros ramos de atividade, em função do impacto da crise na indústria hoteleira.
A&B dos hotéis precisa mudar
Para Emilio Piccardo, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Accor, é preciso direcionar esforços e estratégias às pessoas; criar sinergia entre as diferentes áreas da gestão hoteleira e ter clareza de que o consumidor mudou. Para tanto, a área de A&B dos hotéis também tem que mudar. “Nós convivemos com consumidores mais exigentes, providos de tecnologia, em um cenário conjuntural inflacionário, que exige muita criatividade e visão estratégica de médio e longo prazo”, afirma.
A realidade dos resorts em relação a alimentos, bebidas e entretenimento é mais tranquila. “Já nos hotéis, o item segurança tem uma grande importância. Percebemos um aumento considerável da frequência nos restaurantes dos hotéis, uma vez que muitos estabelecimentos de rua deixaram de funcionar. Assim, o hóspede prefere se valer dos serviços oferecidos pelos hotéis – o que eleva a movimentação dos mesmos em alimentação, bebidas e entretenimento”, observa Carlos Bernardo.