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Hotelaria paulista mantém ritmo de crescimento em maio, aponta ABIH-SP

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Felipe Abílio

Publicado - 18/06/2025 - 09:00

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Hotel cheio, lucro estável e mão de obra em falta: o raio-X da hotelaria em SP(FreePik/Estúdio DC)

A hotelaria do Estado de São Paulo continua apresentando sinais positivos em 2025. É o que revela a 59ª edição da Pesquisa de Desempenho da ABIH-SP, que analisou os dados de maio e confirmou uma tendência de alta, mesmo diante de variações pontuais em alguns indicadores.

Na comparação com abril/25, a Taxa de Ocupação subiu 1,66%, fechando maio em 61,29%. Já o RevPar (indicador de rentabilidade por apartamento disponível) teve alta de 0,65%, chegando a R$ 315,69. Por outro lado, a Diária Média apresentou leve queda de 1%, sendo registrada em R$ 506,64.

Mesmo com a retração na diária média, a performance do setor é vista como estável e promissora, especialmente considerando que maio é o terceiro mês seguido de sazonalidade corporativa. Isso favorece o desempenho de hotéis voltados a negócios, enquanto o segmento de lazer tende a se aquecer com a chegada do inverno e das férias escolares em junho e julho.

Expectativas para junho e julho

Para os próximos meses, a ABIH-SP projeta alta no turismo de lazer, com destaque para o feriado de Corpus Christi, que tradicionalmente eleva a demanda em regiões como o Circuito das Águas e a Serra da Mantiqueira, especialmente Campos do Jordão. Em São Paulo capital, a realização da 22ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ e da Marcha para Jesus, no mesmo período, também deve impulsionar a ocupação hoteleira.

Panorama regional e categorias

Das 15 Macro Regiões Turísticas (MRTs) do estado, 14 participaram da pesquisa — apenas o Planalto Paulista segue sem responder desde o início de 2025, o que pode motivar uma revisão da amostragem. Seis regiões apresentaram queda na taxa de ocupação, mas isso foi compensado pela alta nas demais. O Litoral Norte e o Litoral Paulista registraram as quedas mais significativas, influenciadas pela sazonalidade.

Entre os hotéis respondentes, 52,29% são da categoria econômica, 38,53% midscale e 9,35% upscale. Já em relação ao tipo de operação, 56% têm foco corporativo, 33% atuam em ambos os segmentos (corporativo e lazer), e 11% são voltados exclusivamente ao lazer.

Desafios na gestão e rentabilidade

A relação entre número de funcionários e unidades habitacionais (Uhs) caiu para 0,49 em maio, refletindo uma queda acumulada de 18,33% desde julho/2020, quando a série começou. O dado reforça o desafio recorrente do setor: falta de mão de obra qualificada.

A proporção de despesas sobre receitas manteve estabilidade após meses de alta. A média em maio foi de 58,98%, resultando numa rentabilidade estimada de 41,02% — praticamente o mesmo índice de abril. Essa estabilidade é importante após um quadrimestre de pressão inflacionária nos custos operacionais dos hotéis.

Outro destaque da pesquisa é o crescimento no uso do Portal do Hoteleiro, ferramenta da ABIH-SP. Em maio, 63,75% dos associados disseram já ter acessado o portal, contra 41,27% no início do levantamento. Apenas 20% ainda não acessaram, enquanto 16,25% manifestaram intenção de utilizar a plataforma.

Entre os conteúdos mais valorizados pelos associados, os temas “Retrofit Tecnológico” (23,75%) e “Encantamento dos Hóspedes na Recepção” (21,25%) lideram o ranking de relevância. A pesquisa também mostrou que todos os setores da gestão hoteleira foram apontados como áreas que enfrentam dificuldades, o que demonstra uma distribuição equilibrada de desafios no setor.

Participação e representatividade

A pesquisa contou com respostas de 107 propriedades, mantendo taxa semelhante ao mês anterior (109). A representatividade foi alta:

  • 91,11% dos municípios turísticos respondentes;

  • 93,59% das UHs desses municípios;

  • 8,68% das UHs em todo o estado.

“Só com uma boa amostragem é possível obter resultados mais precisos”, reforça a ABIH-SP, que voltou a cobrar participação das MRTs que não têm colaborado com os levantamentos — com destaque para o Planalto Paulista e Noroeste Paulista.

A pesquisa é coordenada por Roberto Gracioso, com dados tratados pela gerente operacional Gláucia Sangiovanni. A entidade é presidida por Marcos Vilasboas.