Dia Mundial do Turismo: Sabino quer união com o trade na luta por equilíbrio fiscal às atividades turísticas

Celso Sabino, ministro do Turismo (MyKe Sena/Câmara dos Deputados)

O ministro do Turismo, Celso Sabino, conversou com o M&E sobre seus planos para os próximos anos à frente da pasta. Ainda em setembro, a ideia é apresentar ao presidente Lula o Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, que já está em construção. Outro ponto importante que vem levantando questionamentos do trade turístico diz respeito à Reforma Tributária.

“Logo que assumi o cargo, pude participar, juntamente com a Embratur, de uma reunião no Ministério da Fazenda para discutir essa questão. A nossa intenção é, juntamente com o trade, construir uma proposta que contemple o equilíbrio fiscal e proporcione um fôlego extra para atividades turísticas”, diz o ministro nesta conversa exclusiva. Confira toda a entrevista abaixo.

MERCADO & EVENTOS – Na sua posse, o senhor disse que vai trabalhar para ampliar a participação do Turismo no PIB e o número anual de visitantes estrangeiros. Quais estratégias serão usadas para atingir as metas?

Celso Sabino – Antes de mais nada, é importante destacar que estamos trabalhando nesse momento na construção do Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, que devemos apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em setembro, com ações e metas para os próximos cinco anos. E iremos monitorar semestralmente e anualmente essas metas. Entre os programas de fomento ao fluxo interno temos o Viaja Mais Brasil/Conheça o Brasil, com descontos para a melhor idade em hotéis para viagens fora de alta temporada e, também, passagens a preços mais acessíveis para trabalhadores.

“Entre os programas de fomento ao fluxo interno temos o Viaja Mais Brasil/Conheça o Brasil, com descontos para a melhor idade em hotéis para viagens fora de alta temporada e, também, passagens a preços mais acessíveis para trabalhadores”

No campo internacional, estamos trabalhando para a melhoria da conectividade aérea, a oferta de stopover no setor aéreo, descontos nas entradas de atrativos e parques nacionais e o fortalecimento da promoção no exterior. É importante destacar que todas as políticas serão construídas de maneira conjunta com o trade e com demais órgãos do governo federal.

M&E – Como atuar para que a Reforma Tributária não prejudique certos setores do Turismo que já evidenciaram descontentamento com o modelo atual?

Celso Sabino – Existe uma pauta que une todo o trade e pode favorecer de sobremaneira o fomento de nossa atividade. Refiro-me à inclusão de serviços turísticos entre os setores que contarão com uma alíquota reduzida na reforma tributária. Com uma tributação mais favorável, que proporcione a redução de custos, vamos conseguir avançar em questões essenciais ao desenvolvimento de todo o setor, como a diminuição do preço das passagens aéreas, das hospedagens e dos pacotes como um todo.

“A nossa intenção é, juntamente com o trade, construir uma proposta que contemple o equilíbrio fiscal e proporcione um fôlego extra para atividades turísticas”

Logo que assumi o cargo, pude participar, juntamente com a Embratur, de uma reunião no Ministério da Fazenda para discutir essa questão. A nossa intenção é, juntamente com o trade, construir uma proposta que contemple o equilíbrio fiscal e proporcione um fôlego extra para atividades turísticas.

M&E – Em maio, o Turismo brasileiro teve o maior faturamento para esse mês desde 2014: o volume de receitas totalizou R$ 36,1 bilhões, o que representa aumento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Quais são as projeções e perspectivas para fechar 2023?

Celso Sabino – Estamos tendo, dia após dia, a confirmação do momento positivo que vive o turismo brasileiro. Prova disso é a recente previsão apresentada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que prevê que o crescimento da atividade turística em 2023 será de 8,6%, valor acima da expectativa inicial, de 8,1%.

“Até o fim do ano, as mais de 50 cadeias econômicas do turismo também serão responsáveis por 7,9 milhões de empregos. Então, acredito que estamos em um terreno fértil para que nossa atividade se desenvolva cada vez mais”

O Relatório de Impacto Econômico produzido pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) também traz um cenário otimista, com a previsão de que o setor arrecade neste ano R$ 752,3 bilhões, o equivalente a 7,8% do PIB nacional. Valor 5% maior do que o registrado no pré-pandemia (2019), quando foram registrados R$ 716,5 bilhões.

Até o fim do ano, as mais de 50 cadeias econômicas do turismo também serão responsáveis por 7,9 milhões de empregos. Então, acredito que estamos em um terreno fértil para que nossa atividade se desenvolva cada vez mais, de modo a confirmar a atividade turística na liderança da geração de emprego e renda em nosso país.