
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado em Recife (PE). A prisão ocorre em meio às investigações que apuram possíveis tentativas de obstrução da Justiça e favorecimento pessoal ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo próximo.
De acordo com informações da CNN, junto a fontes da PF, Machado teria atuado para tentar viabilizar a saída do tenente-coronel Mauro Cid do país, buscando, em 12 de maio, a emissão de um passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A solicitação foi feita ao consulado de Portugal na capital pernambucana.
O caso levou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o ex-ministro, com base nas suspeitas de obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal. O pedido também incluiu autorização para a realização de buscas e apreensões, que poderiam contribuir com a coleta de provas relacionadas às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Segundo a PGR, embora Machado não tenha conseguido obter o passaporte para Cid, existe o temor de que ele ainda esteja tentando alternativas junto a outras representações diplomáticas. Além disso, a atuação de Machado nas redes sociais também chamou a atenção dos investigadores: ele teria promovido, via Instagram, uma campanha de arrecadação de dinheiro supostamente em favor de Bolsonaro.
Para a Procuradoria-Geral da República, os indícios sugerem envolvimento direto do ex-ministro na tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal que apura a tentativa de subversão da ordem democrática no país. A expectativa é de que a análise de documentos, dispositivos eletrônicos e outras provas recolhidas nas buscas ajude a esclarecer o papel de Machado e de eventuais cúmplices nas ações investigadas.