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Opinião

OPINIÃO – Remando contra a maré!

É difícil trabalhar com o turismo no Brasil. Embora saibamos que outras grandes atividades, como o próprio agronegócio, têm uma participação bem maior no PIB brasileiro, as cabeças pensantes que lideram o executivo e o legislativo infelizmente não conseguem entender a devida importância da nossa indústria. Apesar de ultimamente termos tido motivos suficientes para comemorar medidas que auxiliam o desenvolvimento do setor, como a própria aprovação do IRRF reduzido para a remessas ao exterior, que desafoga os setores das agências, operadoras e cruzeiros, só a gente, do trade, sabe as dificuldades que temos que passar diariamente para movimentar esta indústria limpa e sustentável, capaz de movimentar mais de 50 atividades da economia direta ou indiretamente.

Milhares de líderes do nosso setor já cansaram de repetir as mesmas frases e índices. Que o setor gera 1 a cada 4 empregos no Brasil. Que o Turismo é uma indústria sem chaminé. Que somos o presente e o futuro… Mas quem verdadeiramente nos escuta? Pouco tempo depois de celebrarmos a redução do IRRF, uma verdadeira batalha, recebemos com receio e desapontamento a decisão do presidente Lula de voltar a exigir vistos para turistas norte-americanos, canadenses, australianos e japoneses. Em nome da reciprocidade, demos um passo atrás justamente no desenvolvimento deste nosso setor que enfrenta diversos percalços para celebrar vitórias.

A decisão será péssima para as pretensões do país de receber cada vez mais estrangeiros. Enquanto nós, brasileiros, continuaremos pagando o que for e esperando anos numa fila para tirar um visto para os Estados Unidos, o norte-americano, assim que souber que voltamos a dificultar sua vinda para o Brasil, vai rapidamente mudar os planos e preferir destinos tão bonitos quanto o nosso para visitar. Já era difícil disputar com os belos destinos do Caribe mesmo sem o visto. Imagina agora? Se já não bastasse a distância geográfica, agora temos mais um impeditivo para receber estes turistas.

É só se colocar no lugar do norte-americano, por exemplo. Ele vai preferir visitar uma ilha no Caribe, sem a necessidade de visto e bem mais perto de sua casa, ou pagar centenas de dólares para conseguir um visto e ainda viajar muito mais horas para chegar ao Brasil? E tem mais. Nossos vizinhos sul-americanos, como Chile, Colômbia, Peru e Argentina, não exigem visto dos cidadãos norte-americanos. Ou seja, nossa concorrência, que já é grande, pode ficar ainda maior.

E a gente segue remando contra a maré!

Roy Taylor é presidente do MERCADO & EVENTOS.

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