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Opinião

OPINIÃO – Reflexões no Dia Internacional das Mulheres

Na data de hoje, Dia Internacional das Mulheres, é crucial lembrarmos dos desafios enfrentados pelas mulheres em todo o mundo. Enquanto muitos temas clamam por nossa atenção, faço questão de aproveitar essa data para refletir sobre a persistência da desigualdade de gênero, uma realidade que continua a afetar as vidas de milhões de mulheres.

Recentes dados divulgados revelam uma preocupante tendência: a diferença salarial entre homens e mulheres continua a crescer no Brasil. Em novembro de 2023, a disparidade atingiu uma média de 10%, representando o quarto mês consecutivo de aumento. Mais alarmante ainda é o fato de que enquanto o saldo de empregos para homens cresceu 118,3% no mesmo período, o número de empregos para mulheres diminuiu em 14,8% ao longo de 12 meses.

Esses números, embora chocantes, refletem uma realidade que as mulheres enfrentam diariamente: a desvalorização de seu trabalho e habilidades em comparação com seus colegas do sexo masculino. Essa disparidade é evidente em vários setores, incluindo o turismo, onde mulheres em cargos de chefia ainda são uma minoria. Acredito que a presença de mulheres em posições de liderança é crucial não apenas para promover a igualdade de gênero, mas também para inspirar e capacitar outras mulheres a buscarem oportunidades e reconhecimento em suas carreiras.

Tenho orgulho de fazer parte de uma empresa que entende isso. No M&E, temos mulheres fantásticas, a maioria em cargos de liderança, a começar pela nossa vice-presidente, Rosa Masgrau, pela diretora Comercial, Mari Masgrau, pela diretora Financeira, Roberta Saavedra, pela líder do nosso Operacional, Andréia Boccalini. Temos ainda nossas excelentes repórteres, Janaína Brito e Ana Azevedo. Eu tenho o prazer de comandar a equipe de Redação no cargo de diretora.

Infelizmente, o cenário vivido no M&E não é replicado na maioria dos lugares. Um estudo conduzido pela economista e professora de Harvard, Claudia Goldin, ganhadora do Prêmio Nobel de Economia em 2023, trouxe à tona uma questão crucial: a disparidade salarial entre homens e mulheres aumenta significativamente após a chegada do primeiro filho. De acordo com suas pesquisas, essa diferença salarial pode saltar de 8% para assustadores 27%, demonstrando as complexidades e desafios que as mulheres enfrentam ao equilibrar suas carreiras com as responsabilidades familiares.

Além disso, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua 2022, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam uma discrepância significativa no tempo dedicado por homens e mulheres aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Enquanto as mulheres dedicam em média 21,3 horas semanais a essas tarefas, os homens utilizam apenas 11,7 horas, destacando uma divisão desigual e injusta do trabalho não remunerado.

Neste Dia Internacional das Mulheres, é fundamental que não apenas celebremos as conquistas das mulheres, mas também renovemos nosso compromisso em combater a desigualdade de gênero em todas as suas formas. Devemos trabalhar juntos para criar um mundo onde todas as mulheres tenham oportunidades iguais de prosperar, onde seu trabalho seja valorizado e onde possam viver vidas plenas e autênticas, livres de discriminação e preconceito. Somente através da solidariedade e do empoderamento mútuo podemos verdadeiramente alcançar a igualdade de gênero que almejamos.

Natália Strucchi, diretora de Redação do M&E.

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