Donald Trump foi declarado vencedor das eleições presidenciais nos EUA, segundo projeção da Associated Press nesta quarta-feira (6). Com 78 anos, o republicano garantiu votos suficientes no Colégio Eleitoral para conquistar seu segundo mandato ao atingir 277 delegados, ultrapassando a marca de 270 necessária. A vitória ocorreu após triunfos em estados decisivos como Wisconsin, Pensilvânia, Carolina do Norte e Geórgia. O resultado, embora ainda pendente de contagem oficial, foi reconhecido pela sociedade americana como válido, prática comum em eleições presidenciais nos EUA.
Em discurso realizado durante a madrugada na Flórida, Trump, ao lado de familiares e do futuro vice-presidente JD Vance, prometeu intensificar o combate à imigração ilegal e afirmou que “promessas feitas serão cumpridas”. Ele classificou a vitória como “o maior movimento político de todos os tempos” e declarou: “Eu não vou descansar até devolver uma América segura e próspera que merecemos. Essa será a era de ouro da América”.
Além da presidência, o Partido Republicano recuperou a maioria no Senado, resultado da eleição de 34 novos senadores, revertendo a configuração anterior de 51 democratas e 49 republicanos. A apuração, ainda em andamento, sugere que Trump também pode vencer em estados-pêndulo restantes, como Nevada, Arizona e Michigan, consolidando o domínio republicano e ampliando a margem de vitória.
O impacto “Trump” no Turismo
Reeleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump planeja retomar políticas rígidas de imigração e segurança. Entre suas principais ações, estão a continuidade da construção do muro na fronteira com o México, intensificação das deportações em massa e revisão dos critérios de concessão de vistos de trabalho, promovendo um sistema baseado em mérito que privilegia profissionais qualificados. Ele também estuda reinstaurar ou ampliar proibições de viagem, semelhantes à ordem de 2017 que limitava a entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana.
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Trump pode reverter regras de divulgação de taxas extras, enfrentar possíveis atrasos em vistos com congelamentos de contratação no Departamento de Estado e reforçar triagens rigorosas. Sua plataforma inclui ainda investimentos em infraestrutura e uma política “America First”, com possíveis implicações para o setor de viagens e redução de regulamentações ambientais. Na questão dos refugiados, Trump deve manter medidas restritivas, como exigir que solicitantes de asilo permaneçam no México durante a análise de seus pedidos.
Contagem de votos
A Associated Press (AP) atua há 178 anos na coleta e divulgação de resultados das eleições nos Estados Unidos. Com um sistema descentralizado, cada estado conduz sua própria apuração, variando entre cédulas de papel, urnas eletrônicas e votação por correio. Esse processo pode levar dias, com resultados finais em estados como a Califórnia surgindo até dezembro.
A AP realiza projeções para antecipar vencedores antes da conclusão oficial da contagem, baseando-se em dados como andamento da apuração, histórico de votos e tendências demográficas. A editora-executiva Julie Pace destaca que a AP preenche o vazio deixado pela falta de um órgão eleitoral federa.
“Desde o início da república, as eleições nos EUA são geridas nos níveis estadual e local; não há um órgão federal que conte os votos ou compartilhe os resultados. É por isso que a AP entrou em cena para preencher esse vazio logo após nossa fundação em 1846 – para entregar os resultados das eleições ao mundo de forma independente”, disse em um artigo em outubro.
Com uma equipe de cerca de 4.000 repórteres, a AP coleta dados em escritórios eleitorais e utiliza fontes variadas para garantir precisão. Os resultados são transmitidos para o centro de entrada de votos, onde são verificados por múltiplas fontes. Mesmo em disputas acirradas, a análise comparativa de padrões eleitorais e dados demográficos auxilia na identificação do vencedor.