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Destinos / Política

Setur-SP e Sebrae beneficiam mais de 100 empresas com Programa SP Ecoaventura

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens de São Paulo (Foto: Ana Azevedo/M&E)

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens de São Paulo (Foto: Ana Azevedo/M&E)

A Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur) e o Sebrae promoveram, nesta quarta-feira (14), o lançamento da terceira fase do Programa SP Ecoaventura. A iniciativa visa a implementação de um sistema de gestão para garantir a segurança dos turistas, com base na norma ISO NBR 21101 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

“Tínhamos uma ação tímida no segmento de Ecoaventura, e hoje, conseguimos alocar um dos maiores investimentos disponíveis. Tudo começou com o programa Investe Turismo e este se transformou no Programa Sebrae de Turismo, até chegarmos onde estamos”, resgatou Rodrigo Matos do Carmo, gerente da Unidade Setorial e Territorial do Sebrae SP na capital.

O objetivo é tornar as empresas aptas a serem auditadas e certificadas pela ABNT, promovendo melhoria na qualidade do atendimento e melhorando o ranqueamento do destino no setor. O projeto, que beneficiará 120 empresas do estado, será executado pela Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

“Esse é um caminho seguro [a utilização da ISO], já que em todas as regiões do estado há potencial de natureza que podem acolher a vertente de Ecoaventura”

“Entramos agora em uma nova fase, capacitamos parcialmente 900 empresas, e essas poderão, no futuro, dar andamento e chegarem ao status dessas 120 que receberam a última etapa, que é a certificação. Esse é um caminho seguro [a utilização da ISO], já que em todas as regiões do estado há potencial de natureza, que podem acolher a vertente de Ecoaventura, como Brotas e o Vale do Ribeira, que com o evento da ATTA angariou atenção internacional. Essa é uma estratégia com Estado e com o País de nos posicionar utilizando a potência natural”, frisa Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens de São Paulo.

Potencial de mercado

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Segundo Lummertz, o Vale do Ribeira o Vale do Ribeira, após o evento da ATTA, angariou atenção internacional (Foto: Ana Azevedo/arquivo pessoal)

Em uma análise de mercado, Vinicius destacou o potencial de market share do nicho. De acordo com dados da Adventure Travel Trade Association, a vertente em escala global, representa US$ 683 bilhões em negócios. Em 2013 o valor estimado era de US$ 375 bilhões. Além disso, o setor cresce cerca de 20% ao ano, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT).

“Quando pensamos em São Paulo, pensamos em agrobusiness e indústria, mas nós [da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado] investimos muito para valorizar o nosso potencial natural. As pessoas não imaginam a pluralidade de belezas que temos dentro do território, como no Vale do Paraíba. Quando unimos a tecnologia e a natureza, criamos qualidade de vida, seja para o viajante local ou para aquele que vem de fora”, endossa Lummertz em exclusividade ao Mercado & Eventos.

Segundo levantamento da US News & World Report, o Brasil é o país número um do mundo quando o assunto é turismo de aventura. O ranking leva em consideração atributos como hospitalidade, clima, divertimento e cenário. Lummertz aproveitou a oportunidade para endossar o potencial de ecoturismo dos Parques Naturais de São Paulo, apontando que o turismo nas Unidades de Conservação (UCs brasileiras) movimenta aproximadamente R$ 4 bilhões por ano e é responsável por gerar cerca de 3 mil empregos e R$ 1,5 bilhão ao PIB do País.

A Abeta e o Ministério do Turismo também constataram, que mais de 5 milhões de pessoas viajam no país com foco em turismo de aventura e há mais de duas mil empresas especializadas no território. O nicho, conforme o Mtur, é responsável por movimentar R$ 500 milhões por ano. Nessa análise, São Paulo se destaca ao reter 20% do volume de viajantes, o equivalente a 1 milhão de pessoas.

“Nos Estados Unidos há parques naturais registrando volume de 6 milhões de visitantes, enquanto no Brasil, temos três vezes mais área de cobertura vegetal e mais biomas, no entanto, um volume inferior de uso desses equipamentos”

“Nos Estados Unidos há parques naturais registrando volume de 6 milhões de visitantes, enquanto no Brasil – temos três vezes mais área de cobertura vegetal e mais biomas – , com exceção dos Parques da Cataras, em Foz do Iguaçu (PR) e da Tijuca, no Rio de Janeiro, em geral, temos um volume inferior de uso desses equipamentos”, analisa.

Em comparação com o mercado internacional, Lummertz abordou o dado de que o Turismo no mundo cresce de 3% a 4% ao ano, enquanto o Ecoturismo e o Turismo de Aventura cresce 20% ao ano e corresponde a 25% do mercado mundial. Nos últimos cinco anos houve alta de 81% no volume de gastos com a vertente de ecoturismo, saindo de 374 bilhões de dólares em 2013, para 683 bilhões em 2018. Além disso, em relação a mão de obra, a comparação entre o turismo de massa e o de Ecoaventura indica disparidade.

14% das divisas e empregos ficam em destinos que operam o turismo de massa, gerando 1,5 empregos a cada 100 mil dólares, enquanto  65% das divisas e empregos ficam em destinos que operam o turismo de Ecoaventura, gerando 2,6 empregos diante da mesma soma, diz a Organização Mundial do Turismo (OMT).

Estrutura

O Programa SP Ecoaventura dividiu o estado de São Paulo em oito áreas, que foram subdivididas em dois grupos para a promoção de capacitações de gestão com o Sebrae. Das 900 empresas contempladas, 120 estão a caminho da quarta e última etapa, a certificação. Ao todo, o levantamento definiu mais de 20 regiões turística no estado.

“Esse governo está investindo 10 bilhões de reais no Turismo, que é o dobro do investido a nível federal, por isso, estamos fazendo estudos para entender os gargalos necessários de obras, para investirmos corretamente”

Os primeiros a serem capacitados foram: o Polo 1 – São Paulo (Polos de Ecoturismo Parelheiros e Cantareira); Polo 2 – Litoral Norte Expandido; Polo 3 – Litoral Sul. Vale do Ribeira e Cânions Paulista; Polo 4 – Nordeste Paulista (Entre Rios). Já na segunda etapa, a divisão contemplou: o Polo 5 – Vale do Paraíba e Mantiqueira Paulista; Polo 6 – Campinas e Região; Polo 7 – Sudoeste paulista (Pontal do Paranapanema); e o Polo 8 – Nordeste paulista (Alto Mogiana). O sistema permanecerá nesse formato para novas capacitações.

“Esse governo está investindo 10 bilhões de reais no Turismo, que é o dobro do investido a nível federal, por isso, estamos fazendo estudos para entender os gargalos necessários de obras, para investirmos corretamente. Dá para subir e muito a questão de investimento, porque demanda no turismo há”, salienta Lummertz.

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens de São Paulo durante sua fala no auditório do adverse para o lançamento da terceira edição do projeto Ecoaventura SP (Foto: Ana Azevedo/M&E)

Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens de São Paulo durante sua fala no auditório do adverse para o lançamento da terceira edição do projeto Ecoaventura SP (Foto: Ana Azevedo/M&E)

Nas consultorias os temas abordados foram o Planejamento financeiro para operadores de atividades de turismo de aventura; Formação de Preço (on-line); Marketing / Comercialização de produtos de turismo de aventura e mídias sociais (on-line); Implementação de processos / Orientação e dicas para implementar Normas ABNT (on-line); Gestão de equipes (on-line).

“Queremos estabelecer com clareza, que o que se constrói em São Paulo é importante para o Estado e para o país”

“Queremos estabelecer com clareza, que o que se constrói em São Paulo é importante para o Estado e para o país. Desejamos transformar essa ação em uma política de Estado, pois atuamos com o maior ativo desse país, que é o ativo ambiental. Como um exemplo das ações que criamos, implementamos o ICMS Verde, que beneficia localidades que atuam com aspectos de conservação da Mata Atlântica, na recuperação de 3% da área desde a implementação da medida”, diz.

É válido salientar, que no encontro estiveram presentes empresas e municípios que receberam e receberão a consultoria em oficinais virtuais e presenciais, previstas para acontecer até o primeiro semestre de 2023. Todas já participaram de seminários e cursos de gestão com o Sebrae.

“Empreender é um conjunto de atividades que exige investimento e aptidão, e sobre esse quesito, temos um em 11 capacitados, o que não quer dizer que há algum impeditivo para que aqueles que não continuaram no Programa SP Ecoaventura, possam retomar. Esse índice de descontinuidade no investimento faz parte do perfil do país”, declara.

A terceira fase consiste na oferta ao acesso do conteúdo da norma técnica, apresentado durante o processo de assessoria. Em fases anteriores, a Setur – SP realizou ações para mobilizar o público-alvo, diagnosticar o segmento, além de campanhas, ações promocionais, feiras e eventos estratégicos para gerar novos negócios.

É interessante esclarecer, que o processo de certificação está sendo ofertado para uma atividade por empresa, e para tanto, é preciso que todos estejam em conformidade com as normas abordadas, sejam no trato com o cliente, na posse de equipamentos de segurança ou na estrutura.

“Empreender é um conjunto de atividades que exige investimento e aptidão e esse índice de descontinuidade no investimento faz parte do perfil do país”

Para aqueles que precisarem fazer investimentos e aquisições, programa de créditos já existentes serão abordados, a fim de, por meio do Programa SP Ecoaventura oferecer conhecimento aos participantes e meios para as adequações necessárias. No caso dos empresários que vendem atrativos em combo ou desejam mais certificações, o valor da certificação para cada equipamento deverá ser negociado com a ABNT.

Destino carbono neutro

Vale do Ribeira (Foto: Ana Azevedo/arquivo pessoal)

Vale do Ribeira (Foto: Ana Azevedo/arquivo pessoal)

Seguindo uma tendência mundial para diminuir os impactos negativos no meio ambiente, já causados pelo homem, entidades, governos e empresas têm apresentado esforços para chegarem a taxa de emissão neutra de carbono. E nessa linha, São Paulo também demonstra iniciativa, assim como o o Mato Grosso do Sul, que está atuando para certificar Bonito como o primeiro destino ecoturístico carbono neutro do mundo.

A medida se dá por meio da compra de crédito de carbono. Trata-se de de uma prática mercadológica que promove a troca entre quem gera crédito com quem precisa de crédito, para compensar o volume de suas emissões na atmosfera.

“Começando por lados diferentes, em comparação com o Mato Grosso do Sul e em algum ponto vamos nos encontrar, faremos o que eles fizeram e eles farão o que fizemos. Estamos caminhando com o um olhar para o que está por vir e vemos que a comercialização de carbono se estabilizará no próprio mercado. O mercado é um mecanismo que pode ser utilizado para o bem e essa é uma oportunidade para isso”, comenta.

Política duradoura

Como salientado por Lummertz, a pasta está focada na criação de políticas que perdurem e tragam benefícios a São Paulo, no entanto, o risco de uma descontinuidade dos projetos e ações em vigor, em vista de novos governos não é descartado. Para evitar, o objetivo é transformar os projetos em política de Estado.

“Às vezes no Brasil, que tem tendência de avançar dois passo e retroceder três, para novamente avançar dois, vemos a descontinuidade de programas públicos com as mudanças de gestão. Acreditamos que a sociedade tem que ser guardiã dos programas que consideram importantes e impulsionam o avanço da economia. Um exemplo de critica de Governo que se tornou política de Estado são os Distritos Turísticos, que caíram no interesse do Público tornando-se lei”, exemplifica.

“A nossa expectativa é positiva, porque temos um país rico com um enorme potencial e um mercado a pleno crescimento”

Ao finalizar a entrevista com o M&E, Vinicius reforça a disponibilidade do Programa SP Ecoaventura e a expectativa de seu bom desempenho. “Temos recursos públicos envolvidos, tempo e sonhos, tanto daqueles que estão aqui quanto daqueles que iniciaram a participação no Programa SP Ecoaventura e descontinuaram, mas que podem retornar. A nossa expectativa é positiva, porque temos um país rico com um enorme potencial e um mercado a pleno crescimento”.

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