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Entrevistas

​Com alta do dólar, Azul aperta os cintos e revê crescimento

Antonoaldo Neves

Antonoaldo Neves


Coma frota atual, a Azul Linhas Aéreas poderia obter um crescimento de 15% em 2015. Mas a previsão é chegar a 4%. A informação é do presidente da empresa, Antonoaldo Neves, que conversou com o M&E durante a apresentação do novo Airbus A330 da companhia. A nova aeronave será utilizada nas rotas internacionais da aérea. E por falar em internacional, um dos efeitos da alta do dólar foi adiar os planos de voar para Nova York, previsto ainda para este ano. “Isso não nos deixa felizes”, afirmou o executivo, reiterando que a intenção de voar entre Campinas e a Big Apple não será retomada até que o câmbio mostre sinais de estabilização. “A incerteza ainda é muito grande. Não olhamos o médio prazo. Minha malha é desenhada mês a mês”, complementou.

MERCADO & EVENTOS – A Azul, que já voa para Miami e Orlando, tinha planos de começar a voar para Nova York a partir de abril. Esse plano permanece?
Antonoaldo Neves –
Nesse momento não dá para voar na baixa temporada. Vamos esperar mais e quem sabe começar a voar em julho se a situação melhorar. Nesse patamar, o dólar está muito fluido. Um dia está mais que R$ 4,10, depois volta para R$ 3,80.

M&E – Qual o motivo da interrupção do voo que ligava Guarulhos a Orlando?
Antonoaldo Neves –
A alta do dólar e a fraqueza da demanda estão pesando na lucratividade. As taxas de ocupação ainda estão satisfatórias, entre 87% e 92%, mas a questão é a tarifa. Por exemplo, quando estreamos o rota Viracopos – Fort Lauderdale, em dezembro passado, os preços partiam de US$ 800 ida e volta, algo que custava aos brasileiros cerca de R$ 2 mil com o dólar a R$ 2,60. Hoje, os preços partem de US$ 400 e, mesmo com o dólar a R$ 4, o custo s caiu para cerca de R$ 1,6 mil

M&E- Qual a meta da Azul para este ano?
Antonoaldo Neves –
Com a nossa frota, poderíamos expandir em 15% a nossa oferta. Mas nossos aviões estão voando menos e não vamos crescer nem 4%. Isso não nos deixa felizes. O plano era atingir o breakeven [equilíbrio] em um ano. Mas isso tem oscilado muito. Perdemos dinheiro em março e abril. Para novembro, a operação está indo bem.

M&E – E em relação a aeronaves?
Antonoaldo Neves –
A Azul vai encerrar o ano com a frota estável, de cerca de 140 aeronaves, mas poderia ter expandido. A companhia continuou a receber aviões da Embraer e da Airbus neste ano, mas enxugou o portfólio com a venda de 14 turboélices ATRs e cinco jatos Embraer 175, que eram da Trip, adquirida pela Azul em 2012.

M&E – Recentemente a Azul apresentou o novo modelo do A330 com o interior totalmente novo. O que muda para o viajante?
Antonoaldo Neves –
Em mais um dia histórico para a companhia, introduzimos um produto que fará a diferença nas viagens de nossos clientes, que, sem dúvida, terão a melhor experiência de voo entre o Brasil e os Estados Unidos. Para isso, não medimos esforços e investimentos para oferecer o Padrão Azul, tão conhecido em nossas operações domésticas. Inovação é o aspecto chave da aeronave. Começamos as frequências para os EUA sem a reforma no interior, mas agora o resultado é magnífico.

M&E – Como a privatização da Tap pode beneficiar a Azul?
Antonoaldo Neves –
Uma aliança comercial com a Azul é o caminho natural e vai ser muito importante para dar conectividade dentro do Brasil para os clientes da Tap, e na Europa para os clientes da Azul.

M&E – A Braztoa acusa a Azul de oferecer preços mais baixos do que os de mercado para a Azul Viagens. Qual a sua opnião?
Antonoaldo Neves –
Trabalhamos em um mercado com liberdade para preços. O que estamos fazendo é acabar com a concentração do mercado. O mesmo aconteceu com a Azul Linhas Aéreas no início da sua história. Muitos acusaram a empresa de oferecer preços muito baixos e olha o resultado. Hoje somos uma companhia que oferece um ótimo serviço com preços muito convidativos. Trabalhamos duro para competir com o mercado. As queixas da entidade não passam de pressão a uma empresa em crescimento.

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