Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Forum Conectividade

Aéreas apontam desafios na implementação de novas rotas entre Brasil e Europa

O painel foi mediado por Ralf Aasmann, diretor executivo da AirTKT e contou com a presença de Nelson de Oliveira da Alitalia Brasil e Mário Carvalho da TAP América do Sul

O painel foi mediado por Ralf Aasmann, diretor executivo da AirTKT e contou com a presença de Nelson de Oliveira da Alitalia Brasil e Mário Carvalho da TAP América do Sul


SÃO PAULO –
Um dos temas debatidos no II Fórum Conectividade promovido pelo M&E e a PROMO foi os desafios da diversificação de portões de entrada no Brasil, para o mercado europeu. Em 2017, houve um aumento continuo de europeus vindo para o Brasil, que cresceu 6%. Em 2018, 12% e previsão de 2019 é fechar com 15% de crescimento. Levando em consideração esses números, o painel discutiu como a Alitalia e a TAP enxergam o desenvolvimento para o Brasil e a diversificação das rotas fora do eixo Rio-São Paulo.

Mário Carvalho, diretor da TAP para a América do Sul explicou a escolha da aérea de investir nas entradas no Nordeste, que é um caso muito particular e que vem dado certo. “A TAP a alguns anos vem tratando de aproximar mais o Nordeste brasileiro com o grande mercado europeu. Saímos da concentração do eixo Rio-São Paulo para iniciar essa diversificação de portas de entrada no brasil. Vamos inaugurar no dia 12 de junho de 2020 uma nova rota em Maceió, nossa quinta porta de entrada no nordeste, de onze ao total no Brasil. Esse é um exemplo de sucesso dessa diversificação. Toda nossa grande concorrência tá baseada no eixo Rio-São Paulo”, afirmou o diretor.

Mário Carvalho, diretor da TAP para América do Sul (Foto: Eric Ribeiro)

Mário Carvalho, diretor da TAP para América do Sul (Foto: Eric Ribeiro)

A TAP atua no Nordeste a mais de 50 anos e vem aumentando suas rotas. Porém, a aérea acredita que é necessário um trabalho em conjunto com as autoridades brasileiras para intensificar ainda mais essa presença. “Fomos pioneiro em internacionalizar alguns aeroportos, mesmo com todas as dificuldades de infraestrutura mas nós conseguimos com a ajuda das autoridades. A composição de trafego no nordeste é diferente do sudeste. Nós enquanto TAP dependemos muito mais da atuação das autoridades de turismo brasileiras para a promoção do Brasil lá fora”, explicou Mário.

“É uma luta constante para que essa promoção seja consistente e a TAP investe muito nessa ação. O Brasil é o maior mercado internacional da TAP, é um país muito importante para nós”, finalizou.

Nelson de Oliveira, Country Manager da Alitalia no Brasil

Nelson de Oliveira, Country Manager da Alitalia no Brasil (Foto: Eric Ribeiro)

Já a Alitalia reforça sempre sua presença no Sudeste brasileiro mas não descarta a possibilidade de expansão no País. Nelson de Oliveira, Country Manager da Alitalia no Brasil afirmou que é necessário, primeiramente, entender porque as aéreas concentram suas operações no Brasil em São Paulo e no Rio de Janeiro.

“São Paulo tem uma série de características, além de ter uma segmentação extremamente abrangente causando uma demanda promissora, é um mercado com muita conectividade, não só internacional mas a malha domestica nacional também é forte. Isso dá o que a gente chama de Feed and Refeed e o Rio também consegue fazer isso. O receptivo do Rio de Janeiro nas rotas internacionais é muito forte e acaba sendo um Hub secundário excelente”, enfatizou.

PRINCIPAIS FATORES NA ESCOLHA DE UM NOVO DESTINO PARA UMA NOVA ROTA

Nelson também apontou quais são os principais fatores na escolha de uma nova rota. “Para iniciar uma operação aérea uma serie de variáveis tem que ser discutida. A primeira é a demanda mas temos que estratificar essa demanda para verificar se a conclusão final é de que essa demanda trará de beneficio, aí sabemos se dá para viabilizar ou não aquela rota”, explicou Nelson.

“Antes de você definir uma rota especifica ou adicional, todas essas leituras tem que ser feitas de maneira muito bem apurada porque se não as rotas são inciadas e são canceladas, como vemos bastante. A ideia agora é consolidar a operação Rio-São Paulo mas obviamente o Brasil é um país continental com várias oportunidades, sem dúvidas o nordeste é uma região importante para a gente mas outras cidades do Centro-Oeste e Sul estão também no nosso interesse”, finalizou.

Apesar de todas essas questões, Nelson acredita que o Brasil se apresenta em um momento muito positivo para todas as empresas aéreas do mundo inteiro. A melhoria e expectativa de crescimento de PIB mais sustentável faz com que as companhias acreditem no Brasil e que pensem em uma expansão de operações.

“10% da população brasileira tem ascendência italiana e é um mercado super importante pra gente do ponto de vista global e acreditamos que mais investimentos são necessário para que mais rotas sejam viabilizadas. O Nordeste em si, até por conta da sua proximidade com Europa é um ótima porta de entrada. Mas precisamos pensar em toda a parte de segmentação e do apoio que os aeroportos podem dar para as aéreas para que essas novas rotas sejam viabilizadas”, completou o Country Manager.

Já para Mário Carvalho da TAP, o comprometimento das autoridades, o potencial de desenvolvimento do destino, a questão de infraestrutura aeroportuária, a segurança pública do destino são pontos cruciais na definição de uma nova rota.

Ambos os representantes das aéreas concordaram que a falta de investimentos na promoção do destino no mercado europeu por parte das autoridades brasileiras é desanimador e que as autoridades poderiam melhorar as condições gerais.

“Não é obrigação da companhia aérea fazer a promoção do destino, apenas do seu produto. Mas somos obrigados a promover o destino por força das circunstâncias e o Brasil deixa muito a desejar neste aspecto. Em termos nacionais sabemos que a Embratur com suas limitações tem feito muito pouco. É complicado pois acredito que o Turismo pode recuperar a economia de um país. O Brasil com todo potencial que tem é vergonhoso receber só seis milhões de visitantes”, afirmou Mário de Carvalho.

“Ainda é baixo o número de estrangeiros que visitam o Brasil. 6 milhões de pessoas por ano é pouco pelo potencial que o País tem. A partir do ano que vem, no entanto, quando toda estratégia da Embratur começar ser implementada, acredito que vamos observar um crescimento no número de europeus no Brasil”, disse Nelson.

MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO PARA EXPANSÃO DE NOVAS ROTAS

Os painelistas também abordaram a necessidade de revisar a legislação brasileira, que por vezes prejudica as companhias aéreas. Atualmente, 98% das ações judiciais contra companhias aéreas acontecem no Brasil. Para os representantes, o poder público precisa encontrar um mecanismo legal para coibir esse tipo de prática.

“Em 80% dos voos entre o Brasil e os Estados Unidos por exemplo, acontece pelo menos um processo judicial. Já existem hoje startups que ajudam os passageiros a processar as companhias aéreas pelos motivos mais banais. Isso está tomando uma proporção que pode prejudicar a expansão nos próximos anos pois isso pode espantar investimento e afugentar novas rotas, criando um ambiente ruim para as aéreas operarem no país”, explicou o Country Manager da Alitalia no Brasil.

BARRA-DE-LOGOS_final-29-11

Receba nossas newsletters