
Interrupção coloca em risco a capacidade da Azul de se reorganizar de maneira bem-sucedida sob a recuperação judicial (Divulgação/Azul)
A Azul pediu, neste domingo (22), à Justiça dos Estados Unidos, onde corre sua recuperação judicial, o impedimento da suspensão do fornecimento de combustível pela Raízen , segundo documento judicial. A expectativa é que a petição seja analisada pela Justiça norte-americana ainda hoje.
A Raízen, uma das maiores distribuidoras de combustível de aviação do Brasil, informou à Azul, no dia 18 de junho, que o agente fiduciário da 12ª emissão de debêntures da companhia aérea, Vórtx, comunicou que a empresa estava inadimplente no pagamento de amortização e remuneração do título desde 12 de junho.
“Assim, a Raízen solicita manifestação da Azul com urgência sobre eventual saneamento do inadimplemento e em tempo hábil para evitar a suspensão do fornecimento, diante do prazo de três dias úteis que a Raízen possui para implementação do mecanismo de ‘Stop Supply'”, afirmou a distribuidora de combustível na correspondência anexada pela Azul e entregue à Justiça dos EUA.
A companhia afirmou no pedido que a ação da Vórtx é “ilegal” e que a interrupção no fornecimento de combustível “coloca em risco a capacidade da Azul de se reorganizar de maneira bem-sucedida sob a recuperação judicial”. “A ação do agente fiduciário representa uma violação dos termos da recuperação judicial” e que a petição é uma “medida processual padrão para salvaguardar o fornecimento contínuo de combustível pela Raízen”, a quem classificou como “uma de suas principais parceiras de combustível”. “Essa petição busca proteger o contrato da Azul com a Raízen contra interferências de terceiros”.
A Vórtx afirmou que não se pronuncia fora os comunicados oficiais para o mercado. A Raízen disse que não vai se manifestar.
Segundo o texto da petição à Justiça dos EUA, a Azul afirma que a Raízen, uma joint-venture entre a Shell e o grupo Cosan, é responsável por cerca de 68% das necessidades de combustível da companhia aérea em rotas domésticas e a infraestrutura dela “se espalha por dezenas de aeroportos onde não há alternativas viáveis”. A interrupção do fornecimento causaria uma “cascata de eventos de voos cancelados, aeronaves em terra e prejuízo reputacional irreparável”.
*com informações UOL