A possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul tem gerado muitas dúvidas e expectativas no mercado aéreo brasileiro. Com um memorando de entendimento assinado pelas empresas, o processo promete ser um marco para o setor, podendo concentrar 60% do mercado nacional e trazer grandes transformações para passageiros, investidores e o cenário de aviação no país. Para esclarecer os principais pontos dessa união, respondemos as perguntas mais frequentes sobre o tema, abordando desde a estrutura da nova empresa até os impactos para os consumidores e as perspectivas futuras.
1. O que foi anunciado oficialmente sobre a fusão entre Gol e Azul?
As companhias aéreas Azul e Gol assinaram um memorando de entendimento para iniciar negociações visando uma possível fusão.
2. Caso seja concretizada, a nova empresa dominará quantos porcentos do mercado aéreo brasileiro?
Caso seja concretizada, a nova empresa resultante dominará cerca de 60% do mercado aéreo brasileiro.
3. Quando a fusão deve ser concluída?
A fusão depende de algumas condições, como o término da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, previsto para abril, e a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A expectativa é que o processo seja finalizado até 2026, mas o CEO da Azul, John Rodgerson, acredita que isso possa ocorrer antes, no final de 2025.
4. Quem será responsável pela gestão da nova empresa?
O novo grupo terá um modelo de gestão compartilhada. O conselho da companhia será formado por nove membros: três indicados pela holding Abra (que controla a Gol e a Avianca), três pela Azul e três conselheiros independentes. O CEO da Azul, John Rodgerson, será o diretor-executivo (CEO) do grupo, enquanto o presidente do conselho será indicado pela Abra.
5. As marcas Gol e Azul deixarão de existir?
Não. Apesar da fusão, as marcas Gol e Azul continuarão a operar de forma independente. No entanto, as duas empresas poderão compartilhar aeronaves e realizar voos da outra, o que aumentará a conectividade entre grandes centros e destinos regionais.
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6. Quais são os principais desafios para a fusão?
A conclusão da fusão depende de fatores financeiros e regulatórios. A alavancagem das duas empresas somadas, ou seja, o uso de recursos de terceiros para investimentos, não poderá superar a da Gol ao fim de sua recuperação judicial. Atualmente, a alavancagem da Gol está em 5,5 vezes, e o objetivo é reduzir para 4,5 vezes até abril. Se essa meta não for alcançada, a fusão poderá ser inviabilizada.
7. Haverá novos investimentos para a fusão?
Não. O processo de fusão não envolverá novos investimentos financeiros por parte das empresas. A união será baseada nos ativos já disponíveis. A Azul também continuará comprando aeronaves da Embraer e investindo em voos internacionais de forma independente.
8. Quais os benefícios esperados com a fusão?
A fusão pode trazer maior integração entre as rotas das duas companhias, fortalecendo a conectividade entre destinos regionais e grandes cidades. Além disso, a união tem potencial para melhorar a eficiência operacional das empresas e oferecer melhores opções de voos para os passageiros.
9. O que disse o CEO da Azul, John Rodgerson?
A Azul foi criada com o objetivo de expandir o mercado aéreo brasileiro, buscando aumentar o acesso dos brasileiros às viagens aéreas, independentemente de onde estejam no país, por meio da ampliação da conectividade. Essa combinação de forças proporcionaria a oportunidade de fortalecer o setor, aumentando o número de voos oferecidos, alcançando mais de 200 cidades atendidas no Brasil e a capacidade de competir em um setor altamente globalizado. O aumento da conectividade e a criação de empregos são alguns dos muitos resultados positivos esperados deste acordo, além de oferecer um serviço de alta qualidade e a busca pela melhor relação custo-benefício para o consumidor.
10. O que disse o CFO da Abra, Manuel Irarrázaval?
Temos o prazer de anunciar nossa intenção de explorar uma combinação dos negócios da Gol e da Azul para criar um player de aviação global mais competitivo e resiliente e aumentar a democratização do setor. Como parte da estratégia da Abra de fortalecer o mercado brasileiro, esta é uma oportunidade importante para intensificar ainda mais nossa presença no Brasil e fortalecer nossa rede global. Paralelamente, como Grupo Abra, continuamos a apoiar todo o trabalho que a administração da Gol e toda a equipe da Gol têm feito para a reestruturação bem-sucedida da Gol durante seu processo de Capítulo 11 e estamos entusiasmados com suas perspectivas de emergir como uma entidade autônoma bem capitalizada.