Para corporativo, bilhetes aéreos tiveram alta de 17,3% no semestre

Carlos Prado, presidente do Conselho de Administração da Abracorp

SÃO PAULO – A suspensão das operações da Avianca Brasil, no último dia 24 de maio, não parece ter afetado os resultados do primeiro semestre no setor de viagens corporativas. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Agências Viagens Corporativas (Abracorp) mostram que o segmento de aéreo nacional registrou crescimento de 24,8%, passando de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,2 bilhões em vendas no primeiro semestre de 2019.

Além de um pequeno reaquecimento do setor, o aumento de faturamento foi impulsionado sobretudo pela alta no valor das passagens aéreas. Na comparação entre os dois períodos, o tícket médio teve uma variação de 17,3%, passando de R$ 628,94, em 2018, para R$ 737,22 em 2019.

Os dados da Abracorp também mostram que este valor médio só é percebido em passagens compradas com mais de nove dias de antecedência. De acordo com o levantamento mais de 59% dos clientes das associadas realizam a compram com nove dias ou mais de antecedência.

O maior aumento ficou por conta da Latam, com 26,3%, seguida pela recuperanda (entrou em Recuperação Judicial em dezembro), com 18,6%, Gol (13%), Passaredo (9,4%) e Azul (7,2%). A MAP foi a única a registrar redução no tícket médio no período (-9,5%).

O maior aumento ficou por conta da Latam, com 26,3%

Para o presidente da Abracorp, Carlos Prado, apesar de esta variação não ter muita influência nos resultados do primeiro semestre,  preocupa para o segundo, tendo em vista uma possível modificação de planejamento das empresas em caso de uma alta ainda maior nas tarifas.

“Para o segundo semestre a gente espera que o caso Avianca não traga mais aumento nas tarifas. Levando em consideração a sustentabilidade, não é adequado a gente sair de um bilhete de R$ 1 mil para R$ 2 mil, pois isso afeta o orçamento das empresas. Um empresa com 200 colaboradores não vai cortar metade e levar só 100, e sim optar por fazer algo na região, o que afeta todo o setor, pois não vai haver deslocamento. Por isso vemos isto com preocupação. A gente entende a questão da oferta e da demanda, mas temos que analisar a sustentabilidade”, analisa Carlos Prado.

ROTAS

Entre as rotas, o maior número de bilhetes emitidos fica por conta da ponte aérea, com 163,6 mil bilhetes

]Entre as rotas, o maior número de bilhetes emitidos fica por conta da ponte aérea, com 163,6 mil bilhetes, sendo 83,9 mil na rota Congonhas-Santos Dumont-Congonhas, e 79,6 mil na Santos Dumont-Congonhas-Santos Dumont. Completam a lista das dez rotas mais movimentadas no corporativo as ligações (dois sentidos) entre o Aeroporto de Congonhas e Brasília, Confins e Curitiba, e a ligação de Santos Dumont a Brasília.