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Aviação / Destinos / Política

Crise da Avianca Brasil pode fazer Salvador voltar a números de 2009

Claudio Tinoco, secretário de Turismo de Salvador

Claudio Tinoco, secretário de Turismo de Salvador

O Estado da Bahia foi um dos mais prejudicados com a atual e delicada situação da Avianca Brasil, que perdeu mais de 80% da frota desde dezembro, mês em que a companhia entrou com o pedido de recuperação judicial. Hoje com apenas cinco aeronaves, por falta de pagamento do arrendamento de outras 45 unidades já devolvidas, a Avianca Brasil, que dominava 29% de marketshare do Aeroporto de Salvador, hoje opera apenas um voo diário.

Em entrevista ao M&E, o secretário de Turismo de Salvador, Cláudio Tinoco, afirmou que toda a Bahia enfrenta com “muita dificuldade” o corte de oferta promovido pela Avianca Brasil. “Tivemos aumento de fluxo turístico em 2017 e 2018. No fim do ano passado, nossa expectativa já era de bater recorde agora em 2019, tanto é que o verão iniciou-se como o melhor da década. Ultrapassamos indicadores de fluxo de passageiros, taxa média de ocupação hoteleira e, a partir de abril, já começamos a registrar números menores do que no mesmo período de 2018”, frisou.

Claudio Tinoco espera logo a realização do leilão para que a crise da Avianca Brasil não se estenda por mais tempo. “Se este problema persistir, há uma ameaça de voltarmos a ter uma movimentação de passageiros no Aeroporto de Salvador de uma década atrás. Isto estaria diretamente associado ao fato da Avianca Brasil ter tido até 29% de marketshare no Aeroporto de Salvador e agora operar apenas um voo diário, uma ligação que eles mantém ProForma para não caracterizar a falência total da empresa, sobretudo pela questão do leilão”, revela.

“Se o problema persistir, há uma ameaça de voltarmos a ter uma movimentação de passageiros no Aeroporto de Salvador de uma década atrás”, diz secretário de Turismo de Salvador.

De acordo com Cláudio Tinoco, as pesquisas mostraram que dos oito maiores aumentos de passagens aéreas, quatro envolvem a cidade de Salvador. “São partidas de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, e Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro, os dois maiores mercados emissivos do Brasil. O impacto da redução da oferta e do aumento das passagens por conta do momento da Avianca Brasil, que até desenhava uma implementação de hub em Salvador, já em 2020, é de extrema preocupação para a cidade”, destacou o secretário de Turismo.

Questionado pelo M&E sobre o que o Estado da Bahia e a Prefeitura de Salvador têm feito em conjunto para tentar amenizar esta situação, Claudio Tinoco afirmou que está em negociações com companhias aéreas nacionais e internacionais, mas deixa bem claro que não é facil “conquistar” os cerca de 30% de markeshare que a Avianca Brasil tinha a curto prazo. “Não tem avião para todo mundo, embora estejamos trabalhando de forma intensa já há dois anos para aumentar as conexões. Salvador tem oferecido algumas vantagens competitivas”, revela Cláudio.

GUERRA FISCAL DO ICMS

Outra preocupação do secretário de Turismo de Salvador é a guerra fiscal do ICMS do QAV (combustível da aviação). Para Cláudio Tinoco, esta rivalidade entre os estados está sendo “muito nocivo” para o turismo nacional. “Não podemos pensar neste momento nos destinos de forma isolada, e o presidente do Fornatur, Hugo Veiga, com quem conversei sobre o assunto, tem a mesma posição. É claro que não depende muito de nós, mas sobretudo do governo federal em buscar uma coinciliação para que possamos ter um pensamento muito mais amplo para o turismo nacional em relação a estas questões da aviação”, finalizou o secretário de Turismo de Salvador.

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