Os planos do governo português de vender parte da TAP podem ficar em compasso de espera por alguns meses. O país se aproxima de eleições antecipadas, o que pode adiar o processo de privatização da companhia aérea, segundo fontes ligadas ao assunto.
O primeiro-ministro Luís Montenegro, que comanda um governo minoritário, convocou um voto de confiança para o próximo dia 11 de março. Caso perca – o que parece provável, já que a oposição prometeu barrar a moção –, o governo será destituído e Portugal terá novas eleições em maio. Isso deixaria a gestão de Montenegro em caráter interino, sem poder avançar com decisões como a venda da TAP.
O governo pretendia iniciar a privatização da empresa agora em março, vendendo pelo menos 49% da companhia aérea – uma estratégia para tentar evitar resistência política. A meta era concluir o processo até o fim de 2025 ou início de 2026.
Apesar do interesse de grandes players do setor, como Air France-KLM, Lufthansa e IAG (dona da British Airways), o futuro da TAP segue indefinido. A companhia é líder nas ligações entre Europa e Brasil e transportou 16 milhões de passageiros em 2024, mas sua falta de escala para gerar lucros consistentes a torna um desafio financeiro para o governo português.
Agora, com a instabilidade política, a privatização deve ficar em segundo plano até que um novo governo assuma. Enquanto isso, o mercado segue atento aos desdobramentos da crise em Portugal.