Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Aviação

Eficiência e novas aeronaves pautarão crescimento da Azul em 2019

John Rodgerson, presidente da Azul (Foto Eric Ribeiro/M&E)

John Rodgerson, presidente da Azul (Foto Eric Ribeiro/M&E)

SÃO PAULO – O presidente da Azul, John Rodgerson, recebeu o M&E na sede da empresa, em Alphaville. A companhia ocupa três andares de um moderno edifício na Grande São Paulo. Em reforma por conta da ampliação, o 9º andar, onde fica a sala do executivo, tem ainda caixas e quadros empacotados por conta das mudanças estruturais. Em sua sala, objetos de decoração que remetem a destinos brasileiros, como um miniatura de uma onça pintada, além de quase uma dezena de maquetes de aeronaves da Azul.

Há dez anos no Brasil, o norte-americano tem um leve sotaque, com o qual vai logo dando o tom da entrevista: otimismo com a economia, mas insatisfação com os altos custos das operações no País. “A demanda está boa. Há um grande otimismo no País, pois quando há uma troca de governo o clima muda”, disse. “A demanda sempre foi boa no Brasil. O problema aqui sempre foram os custos e o câmbio. Tem sim muita gente querendo viajar”.

No ano passado, a companhia registrou uma alta de 16% na demanda, crescimento quase quatro vezes maior do que o do mercado. Para Rodgerson, isso é fruto de uma eficiência operacional, além da qualidade dos serviços. “Temos que lembrar que estamos trocando muitas aeronaves com 118 lugares (Embraer E1) para novas com 174 (Airbus A320). Se você olhar as partidas, crescemos 1 ou 2%, então isso acontece mais pelo fato de termos aeronaves maiores nas mesmas rotas do que uma oferta maior. Se eu posso voar em uma aeronave que tem 56 assentos a mais com o mesmo preço do combustível, tenho a obrigação de fazer isso todo dia. Não é oferta só para ter oferta, mas sim com melhor custo possível”, destacou.

John Rodgerson acredita que os custos de operação no Brasil são muito altos

John Rodgerson acredita que os custos de operação no Brasil são muito altos

A companhia já recebeu oito Airbus A320neo e até a metade de 2019 chegarão mais cinco. Segundo o presidente da companhia, eles irão fortalecer muito os voos domésticos. “Temos destinos onde queremos substituir o Embraer pelo A320neo. A queima do combustível deste equipamento é menor do que o Embraer, mas com 56 assentos a mais. Mas a Embraer tem os E2s chegando no final deste ano, que serão ainda mais eficientes. Nosso foco é trocar todas as aeronaves antigas por outras desta nova geração. Isso é muito importante no Brasil mais do que qualquer outro País porque o preço do combustível é alto”, disse.

ALTOS CUSTOS

Para Rodgerson, operar no Brasil é um grande desafio por conta dos altos custos, especialmente no que diz respeito ao combustível. Por isso, a busca por eficiência é uma obsessão da Azul. Por outro lado, ele cita os estados que fizeram ações para diminuir o ICMS, que estão tendo sucesso na captação de voos. Para ele, este é o caminho para ampliar a conectividade aérea do País. “Se olharmos Pernambuco, por exemplo, a arrecadação certamente não caiu, porque o número de voos foi ampliado”, destacou.

INTERNACIONAL

No último ano, a oferta internacional da companhia cresceu 45,3%. Para Rodgerson, isso é motivo de comemoração, mas ele destaca que a Azul é uma companhia nacional, que investe e aposta no Brasil. Ele ressalta que o mercado interno é muito grande e que há espaço para avançar.

“Vamos continuar crescendo no internacional neste ano e 2020, mas o principal é a rentabilidade. Existem algumas coisas que são atraentes, como voar para Lisboa, para o Porto, mas outras que não são tão atraentes, mas são rentáveis, como as rotas dos nossos hubs de Recife e Confins para os mesmos destinos no exterior, como Orlando ou Fort Lauderdale”, destacou. “Somos os maiores operadores em Campinas, Confins, Cuiabá e Recife. Temos que conectar todos os passageiros nestes locais. Se você pensar que sem estes voos os passageiros precisavam descer até São Paulo para depois voltar, muita gente desiste da viagem. Então, a conectividade para a gente é muito importante”, finalizou.

A entrevista completa será publicada na edição 360 impressa e digital do MERCADO & EVENTOS.

Receba nossas newsletters