Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Aviação

Entenda como é o processo de criação de novas rotas aéreas

shutterstock_422962645

Antes de uma aeronave decolar para um novo destino há um extenso projeto, muito planejamento e uma análise criteriosa da viabilidade econômica da frequência. Esta parte do processo é pouco familiar ao grande público e inclui três etapas, começando pela análise financeira.

De acordo com a gerente de Planejamento e Análise Competitiva da Latam, Gabriela Mundim, o primeiro passo é conferir se existe a demanda para um novo voo ou destino e a partir daí calcular os custos operacionais e a previsão de receita gerada. “Inicialmente vemos se o voo é rentável. Estimamos a possibilidade de tarifa e demanda e analisamos se vai dar certo ou não. Para isso, olhamos os indicadores econômicos. Velocidade do aumento de passageiros x crescimento do PIB. Outra forma de analisar é olhar rotas em saturação. Com alto número de passageiros. É uma demanda que começa a ser reprimida e precisa de mais aeronave para reforçar”, enfatiza a gerente, afirmando que a empresa também verifica as rotas a partir da concorrência, para ver como podem penetrar nesse mercado.

“Olhamos os indicadores econômicos e velocidade do aumento de passageiros x crescimento do PIB”

Segundo a executiva, mesmo com uma alta demanda, o número de passageiros locais é responsável apenas por 35% da ocupação da aeronave. O resto da porcentagem é preenchida com a demanda de passageiros da América do Sul para o novo destino; demanda de passageiros de outras regiões do país; de pessoas do destino que desejam vir para o Brasil e pessoas que utilizam a rota como escala tanto para ir pra outras cidades no Brasil como para outras cidades no destino selecionado. “Usamos uma serie de simuladores buscando um equilíbrio entre custo e demanda”, afirma.

Após confirmar que o voo é viável, o segundo passo é formular uma análise estratégica. “Este projeto é o melhor uso que a companhia faria para a aeronave? Qual rota dará mais retorno? Quais são os riscos? Qual a probabilidade que esse cenário analisado pela Cia acontecer? Vale a pena? Essas são algumas das perguntas que buscamos responder”, enfatiza Mundim.

shutterstock_496129984

Outro fator é analisar quando da receita é proveniente da aeronave que fará o novo voo e quanto será diluído na utilização de outros aviões que foram utilizados para conexões e escalas, por exemplo. “Com isso é necessário pensar se essa nova rota está canibalizando uma rota que já existe em termos de preço. Por exemplo, uma rota Buenos Aires – Guarulhos – Joanesburgo, será que o primeiro trecho está muito mais barato do que ele costuma custar? Vale a pena?” esclarece a profissional.

“Além de encaixar o voo dentro das minhas próprias aeronaves, eu preciso encaixar de acordo com o que me é permitido operar no aeroporto (slots)”

Por fim vem a análise operacional. Nesta etapa a aérea confere se existem slots disponíveis no aeroporto e como é possível encaixar o voo na malha sem alterar os horários das demais rotas. Caso não seja necessário, será preciso uma nova aeronave. “Além de encaixar o voo dentro das minhas próprias aeronaves, eu preciso encaixar de acordo com o que me é permitido operar no aeroporto (slots)”, pontua. Outro fato é em relação ao aeroporto do destino, que incluem informações sobre equipamento, espaço e equipamento para manutenção, tripulação disponível e horário de voo da equipe, infraestrutura para check-in e outras variáveis.

Se todos esses detalhes conseguirem ser acertados, a companhia consegue anunciar um novo voo e começa todo o projeto de marketing para a promoção do destino e o início das vendas. Assim nasce uma nova frequência.

Receba nossas newsletters