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Aviação

Leilão da Avianca arrecada US$ 147 milhões; resultado ainda depende da justiça

Leilão acontece no prédio sede da Mega Leilões, em São Paulo.

Leilão botou Gol e Latam em disputa

O leilão da Avianca Brasil, realizado na tarde desta quarta-feira (10), arrecadou um total de US$ 147.320.000 com a venda de cinco das sete UPIs leiloadas, sendo três para Gol (UPIs A, D e E) e duas para a Latam (UPIs B e C). Duas UPIs (F e Programa Amigo) não receberam lances e terão seu futuro definido pela Assembleia Geral de Credores da recuperação judicial. Os ativos consistem em slots (horários de pouso e decolagem) nos aeroportos de Guarulhos, Santos Dumont e Congonhas.

CONFIRA TUDO QUE ACONTECEU NO LEILÃO 

Apesar de o fundo Elliot, principal credor da recuperação judicial da Avianca, prever inicialmente uma arrecadação de US$ 21 milhões, os resultados do leilão foram considerados surpreendentes, tendo em vista que uma das UPIs (UPI E), que tinha lance inicial de US$ 10 mil, foi arrematada por R$ 7,3 milhões, elevando o montante.

Apesar de concluído, o leilão deve ganhar novos capítulos na justiça, já que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) entrou com um recurso contra a decisão que liberou o leilão com o objetivo de redistribuir os slots. A expectativa é de que o leilão também seja questionado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Caso a justiça aceite o recurso da Anac o leilão se torna sem validade.

O LEILÃO

As sete UPIs foram dividias em lotes. As UPIs A e B, mais valiosas do leilão, integraram um lote cada. As UPIs C, D e E, foram incluídas em um terceiro lote. Todas tinham lance mínimo de US$ 70 milhões.O evento foi realizado na sede da Mega Leilões, em São Paulo.

O leilão aconteceu com apenas duas das principais interessadas, Gol e Latam. A Azul, apesar de inscrita previamente, não se credenciou para participar do leilão. No início, o certame parecia ocorrer como o previsto pelas participantes, com a Gol arrecadando a UPI A e a Latam arrecadando a UPI B, por US$ 70 milhões cada.

Mas a falta de interesse pelo terceiro lote mudou o cenário do leilão. Com a ausência de lances, o lote foi desmembrado e três lotes, cada um com uma UPI. A UPI C não registrou interesse inicialmente. Já a UPI D foi arrecada pela Gol pelo lance mínimo de US$ 10 mil. O movimento da Gol fez com que a Latam iniciasse uma sequência de pedidos de intervalo, para avaliar as decisões nos lotes seguintes.

Para a UPI E, a Latam tentou seguir a estratégia da Gol e arrematar pelo valor mínimo de US$ 10 mil. No entanto, a Gol cobriu o lance e as duas companhias protagonizaram uma disputa que ultrapassou os 150 lances, a única do leilão. No fim, a Gol saiu vencedora com um lance de US$ 7,3 milhões, 73.000% a mais que o lance inicial.

As UPIs F e UPI Programa Amigo completaram o leilão, e não registram lances. No fim a Latam solicitou um novo leilão pela UPI C, arrematando-a por US$ 10 mil.

POSICIONAMENTO DA AZUL

Em nota, a Azul destacou que o leilão não estimulou a participação de outras concorrentes e que só aumentou a concentração no Aeroporto de Congonhas. “Como a Azul vem ressaltando publicamente, o leilão de ativos da Avianca não estimulou o interesse de outros concorrentes a não ser Gol e Latam, que, por sua vez, não competiram entre si nas UPI (Unidades Produtivas Isoladas) A e B, com maior volume de slots. O resultado do leilão traz maior concentração em Congonhas, único aeroporto fechado do país e com 90% de suas operações concentradas em apenas duas companhias”, destaca o texto.

A Azul ainda criticou a falta de lances pelo Programa Amigo, afirmando que a disputa prejudicou funcionários e clientes. “Nessa disputa, funcionários da Avianca e Clientes saem perdendo, assim como os participantes do programa de milhas “Amigo”, que não recebeu nenhum lance. A companhia, no entanto, reafirma a confiança de que os órgãos reguladores brasileiros trarão uma solução que estimule a maior competitividade no setor”, termina a nota.

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