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Aviação

Mario Carvalho: nas asas da Tap, uma trajetória de sucesso

Mario Carvalho

Mario Carvalho


A Tap completou em 2015 70 anos de operações. Destes, os últimos 15 tiveram o Brasil como protagonista, fato que deve continuar ocorrendo nos próximos anos, haja vista que os novos controladores da companhia já afirmaram que Estados Unidos e Brasil são os principais focos da “Nova Tap”. Este período em que a aérea passou a cobrir todas as regiões do país, coincide com a gestão de Fernando Pinto na presidência da aérea e de Mario Carvalho como diretor para a América do Sul.

Para o trade, Mario é a cara da Tap no Brasil. E não é para menos. Ele esteve envolvido nos momentos mais marcantes da presença da aérea no país. O executivo recebeu a reportagem do M&E na sede da empresa, em São Paulo, para um bate papo e contou um pouco da sua trajetória no mundo da aviação.

Ingressou na companhia pela primeira vez em 1971, e permaneceu por 15 anos. Nesta primeira passagem pela companhia portuguesa, o executivo, na época baseado em São Paulo, participou para a abertura de um escritório em Campinas e em seguida Buenos Aires. Depois, recebeu a missão de desenvolver o mercado de Toronto, nos Estados Unidos. Esta foi a última parada de Mario Carvalho neste primeiro voo a bordo da Tap.

Nos cinco anos seguintes, Carvalho comandou outro projeto ambicioso, a chegada da Canadian ao Brasil. Depois disso, o executivo esteve a frente da expansão internacional da Vasp, que já contava com escritório em Bruxelas, na Bélgica, para onde ele se mudou, após passar um tempo sendo o responsável pelas vendas internacionais da aérea. De lá, o plano era abrir novas bases na Europa e ampliar o número de voos para o Velho Continente.

Com os estudos feitos e a companhia recebendo novos equipamentos, foram abertos voos para Suíça, Alemanha, Espanha (Barcelona e Madri), Atenas e Marrocos. Lá ele permaneceu até 2001, quando a companhia brasileira decidiu fechar as suas rotas internacionais e tentar uma reestruturação.

Foi então que voltou à Tap para atuar no Brasil, pouco depois da chegada de Fernando Pinto à presidência da companhia portuguesa. “A empresa passava por um momento complicado. Por ser uma empresa estatal e com o agravante do governo não poder injetar capital, foi um milagre o que a Tap cresceu neste período”, lembrou. “Foram 15 anos de muita luta e agora muito sucesso”, complementou o executivo, remetendo a implantação de uma gestão profissional na companhia.

O crescimento foi mesmo vertiginoso. Neste período, a Tap passou de 17 para 84 voos semanais entre o Brasil e Portugal (incluindo Lisboa e Porto). Esta ampliação tornou o Brasil um dos principais pilares da aérea, e responde atualmente por aproximadamente 25% de toda a receita da companhia. “Encurtamos a distância entre o Brasil e a Europa. Demos acesso também às regiões Nordeste e Sul”, contou. “Nesta época, a Tap voava para São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife”, adicionou Carvalho, lembrando que atualmente há frequências também para Manaus, Belém, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza e Campinas.

Mario Carvalho explicou que a implantação desses voos no país fazia parte da estratégia de conectividade com o desenvolvimento do hub de Lisboa. Isso aconteceu no início dos anos 2000 e a meta era conectar a Europa com o Brasil e com a África por meio da capital portuguesa. De acordo com ele, a implantação desses voos tiveram como objetivo também ampliar a vinda de europeus para o Brasil. Na opinião de Carvalho, a companhia portuguesa acabou ocupando um espaço deixado pelo desaparecimento da Varig. “A Tap é a cara do Brasil na Europa”, garantiu. “Entre as aéreas estrangeiras, somos a mais brasileira”, completou.

O executivo reiterou que esta identificação da companhia com o Brasil – mesmo tendo o nome de Transportes Aéreos Portugueses – se deve também pelo empenho da companhia em promover o país em toda a Europa. “Nosso pessoal lá fora é especializado em Brasil, por isso que há esta conotação de que somos a cara do Brasil. Trabalhamos bastante para estimular a demanda para o país”, disse.

Futuro – “Continuo fazendo a mesma coisa. Junto com a minha equipe, ajude a Tap a ter no Brasil um dos principais pilares da companhia”. Foi com esta frase, que Carvalho definiu o seu futuro na “Nova Tap”, agora privatizada. Ele reiterou que as sinergias com a Azul já tiveram início e o primeiro passo é a implantação do codeshare, que já está aprovado e deve ter início em dezembro.

Além disso, o executivo reiterou que o aperfeiçoamento dos serviços também está no radar da aérea. Há uma grande encomenda de novas aeronaves há caminho e Carvalho lembrou de um dos grandes diferenciais da Azul – fundada por David Neeleman, um dos novos proprietários da companhia portuguesa.

Mesmo com a diminuição de oferta de diversas companhias, Mario acredita que isso não ocorrerá com a Tap. Ele reiterou que por conta do atual momento da economia do país, houve uma pequena queda no número de passageiros e uma diminuição no faturamento no Brasil. Mas reitera que a companhia segue acreditando em uma retomada da economia nos próximos anos. “Nossa visão do Brasil é de longo prazo”, finalizou.

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