Costa: “Custa uma fortuna para um navio sair do Rio”

Altas taxas e muita burocracia impedem o crescimento do setor de cruzeiros no Brasil. Foi desta forma que Márcia Galvão, gerente de Vendas e Marketing da Costa Cruzeiros no Brasil, começou o treinamento de capacitação para um grupo de agentes de viagens, realizado hoje (26/03), no Rio de Janeiro. A empresa fechou o escritório que tinha na capital fluminense em outubro passado. De acordo com Márcia, isso ocorreu devido aos altos custos cobrados pelos portos cariocas e, consequentemente, a diminuição das saídas dos cruzeiros a partir do porto da cidade. “Custa uma fortuna para um navio sair do Rio, não compensa manter um escritório”, desabafou Galvão.

Ela completou: “Temos pessoas e instituições, como a Clia Abremar, que estão tentando
negociar para que haja mais incentivo e diminuição das taxas, mas é
preciso que o Governo tome consciência dos valores absurdos e de como a
economia brasileira está sendo prejudicada com isto; e providencie ações
para resolver essa questão”, disse Márcia.

Para Vinícius Freitas, executivo de Contas da Costa, o custo de operar cruzeiros no exterior é muito mais barato. Por esse motivo, a armadora vem incentivando os agentes de viagem a venderem o produto internacional. De acordo com Freitas, a diferença do valor não varia muito e o cliente tem muito mais opções de roteiros, uma vez que a armadora traz apenas dois navios da frota, que contém 15 transatlânticos. “Antigamente costumávamos trazer mais navios para o Brasil, navios menores. Hoje estamos com dois grandes navios, que supre a demanda. No doméstico não tem muito mais o que fazer, mas os cruzeiros internacionais tem muitas possibilidades”, ressalta Vinicius.

Embora o executivo de Contas aponte que a demanda na Costa não diminuiu, o índice de cruzeiristas que viajam pelo Brasil vêm caindo ao longo dos anos. Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Abremar), a temporada de cruzeiros 2012/2013 transportou 732.163 cruzeiristas, o que significa uma diminuição da ordem de 9,06% sobre o total da temporada anterior (2011/2012), que registrou 805.189 passageiros. Para a temporada deste ano, que teve início em novembro de 2013 e vai até abril de 2014, a expectativa é ainda menor: apenas 648 mil passageiros devem embarcar. O número de transatlânticos também diminuiu consideravelmente. Foram 17 em 2011/2012, passado para 15 em 2012/2013 e finalmente 11 nesta última temporada.

Fotos: Zenite Machado