Infraestrutura; impostos e altas taxas operacionais são os principais problemas do setor de cruzeiros

O setor de cruzeiros marítimos no Brasil deve apresentar um crescimento de 4% na temporada 2010/2011 em relação ao período anterior. Entretanto; a expectativa poderia ser muito maior se não fossem alguns aspectos que tem reduzido o crescimento do setor; como a infraestrutura portuária; os altos tributos e os custos com taxas operacionais. Esses foram os principais pontos levantados por André Pousada; vice-presidente executivo da Abremar; durante palestra no Fórum Anual Portos do Brasil; hoje (16/06); no Hotel Plaza Copacabana; no Rio de Janeiro. André substituiu o presidente da Abremar; Ricardo Amaral.

 

“Hoje; o Brasil ocupa a 45ª posição em competitividade no mercado de cruzeiros marítimos mundial; e dentre as razões para isto estão estes entraves; que impossibilitam o crescimento pleno do setor no país”; afirmou André. Nesta temporada; a costa brasileira irá receber 20 navios; dois a mais do que na temporada anterior; incluindo o Mariner of the Seas; da Royal Caribbean International; maior embarcação da temporada no país; com capacidade para 3.835 hóspedes. Para André; a falta de infraestrutura dos portos para receber grandes quantidades de tripulantes ainda é o principal problema a ser contornado. “Contamos apenas com quatro portos com infraestrutura adequada para receber grandes volumes de passageiros e que já estão se tornando obsoletos; tendo em vista o crescimento do setor nos últimos anos”; complementou.

 

O processo de emissão de vistos aos tripulantes também justifica a preocupação do setor já que 75% dos passageiros em média são estrangeiros. “Além dos altos custos; existe o problema da lentidão para a concessão e emissão dos documentos. O Governo Federal estuda abrir exceções para o processo durante o período da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016; mas apenas isto não é suficiente para atender as necessidades do setor que não para de se expandir”; explicou.

 

Outra questão que precisa ser revista é o valor das taxas portuárias brasileiras que figuram entre as mais altas do mundo e a falta de uma cobrança específica para o setor de cruzeiros que tem as mesmas taxações que o de cargas.

 

O Fórum é organizado pela International Business Communications (IBC) e segue até o dia 18de junho.