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Costa Fascinosa
Uma liminar da Justiça Federal proibiu o desembarque de tripulantes do navio Costa Fascinosa no Porto de Santos. A decisão, assinada pelo juiz Alexandre Berzosa Saliba, atende a um pedido da Procuradoria do Município de Santos e estabelece que só será permitido o desembarque de tripulantes que necessitem de assistência médica.
Nestes casos, a Autoridade Portuária deverá comunicar previamente o fato à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e secretarias estadual e municipal de Saúde, para adoção das providências previstas no Plano de Contingência do Estado de São Paulo para enfrentamento da Covid-19. Os procedimentos de traslado de pacientes na área portuária são de responsabilidade da Anvisa.
O navio atracou no Porto de Santos no último sábado (28), porém se manteve em quarentena por decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com a agência, sete pessoas já desembarcaram do navio sem seguir normas de segurança e, dessas, duas testaram positivo para o novo coronavírus. A Anvisa informou ainda que dos 757 tripulantes a bordo, 35 apresentam sintomas.
A Anvisa realizou uma inspeção de segurança na manhã desta segunda-feira (30) sem realizar mais nenhum desembarque. O órgão destacou que a tripulação está mantida nas cabines e sem acesso às áreas comuns. A Guarda Portuária isolou o local de atração do navio para impedir o acesso de pessoas não autorizadas e facilitar a circulação das equipes de Saúde.
Costa já havia determinado quarentena
A Costa Cruzeiros informou que está tomando todas as medidas de segurança necessárias e que o navio já estava em quarentena antes mesmo da determinação da Anvisa. A companhia, no entanto, não confirmou o número de tripulantes com sintomas e nem do total de tripulantes a bordo.
“A Costa Cruzeiros reforça que o navio Costa Fascinosa já estava em quarentena voluntária antes dessa determinação e assim irá permanecer. Todas as medidas de saúde necessárias, nessas circunstâncias, estão sendo realizadas e respeitadas diligentemente de acordo com as autoridades sanitárias locais. Há um médico a bordo, da Costa Cruzeiros, responsável por avaliar as condições de saúde dos tripulantes. Além disso, a Costa mantém os mais altos padrões de higienização e limpeza a bordo”, informou a Costa por meio de sua assessoria de imprensa.
A última operação do Costa Fascinosa foi um minicruzeiro de três noites, de 14 a 17 de março, com saída de Santos e passagens por Ilhabela e Balneário Camboriú. O cruzeiro foi o último antes do encerramento da temporada em virtude da pandemia do novo coronavírus. Com isso, a companhia já havia cancelado os embarques de 17, 23 e 31 de março e 6 de abril de 2020, além da travessia Brasil-Itália.
Sete tripulantes internados
A Prefeitura de Santos informou que, no sábado (28), foi avisada no pela Anvisa a respeito da suspeita de infecção por Covid-19 em tripulantes do navio da Costa Cruzeiros. Depois da notificação dos sete casos suspeitos, dois homens, um de 42 anos e outro de 28 anos, foram internados na UTI de um hospital filantrópico da cidade e os exames foram realizados por um laboratório reconhecido pelo governo estadual. Outros cinco tripulantes seguem internados em Santos, mas ainda sem comprovação laboratorial de infecção pelo novo coronavírus.
Segundo a liminar, a autoridade portuária deverá adotar providências para exigir da empresa responsável pelo navio a infraestrutura adequada e mecanismos de saúde e segurança dentro do navio para atender os tripulantes. “As determinações da liminar valem para outros navios que estão fundeados na Barra de Santos aguardando atracação no Porto”, reforçou a procuradora-geral do município, Renata Arraes.
