Etnoturismo: povo Kadiwéu recebe liderança indígena de Roraima

Indígenas investem no etnoturismo para o desenvolvimento social de aldeias

Uma das principais lideranças da etnia Macuxi, Enroque Raposo, esteve com indígenas Kadiwéu, do Mato Grosso do Sul, para apresentar o etnoturismo à comunidade e mostrar os benefícios já constatados pelos moradores da aldeia Raposa Serra do Sol (RR) com a prática do turismo em terras indígenas, além da troca de experiências.

O etnoturismo tem gerado rentabilidade e desenvolvimento à aldeia Raposa Serra do Sol e, a exemplo do que hoje vive a comunidade indígena roraimense, o encontro entre as lideranças no Território Indígena (TI) Kadiwéu, em Porto Murtinho/MS, já resultou em benefícios para ambas as comunidades irmãs.

“Tive a possibilidade de conversar com meus parentes (irmãos indígenas) e conhecer um pouco das riquezas naturais e da cerâmica Kadiwéu, famosa mundo afora. Sem dúvida, foi uma oportunidade de troca, fruto do interesse dos povos originários e das parcerias firmadas com a Wetlands International Brasil, a Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal) e o Programa Bem Viver, de Roraima, que têm estimulado essa comunicação entre as comunidades”, enfatizou Enoque Raposo.

Para a liderança Kadiwéu, a visita representou um momento de imersão para entender o sucesso do etnoturismo em Raposa Serra do Sol e, ao mesmo tempo, realizar algo semelhante no TI Kadiwéu. “Eu acredito na possibilidade de, ao mesmo tempo, gerar renda e respeitar a natureza”, destacou Gilberto Pires, Kadiwéu que reside na aldeia Alves de Barros.

A ideia é fazer do etnoturismo uma realidade dentro do TI Kadiwéu e, ao mesmo tempo, fortalecer a economia dos povos originários a partir do aproveitamento dos pontos fortes de cada etnia. “Da escrita do projeto até a prática do turismo de base comunitária tem um longo trabalho. Mas, hoje somos referência no Estado de Roraima e no Brasil. Acredito que o povo Kadiwéu tem tudo para dar certo”, avalia Enoque.