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Feiras e Eventos / Hotelaria

Erica Drumond lamenta decisão sobre vistos e alerta sobre possível impacto do fim do Perse

Erica Drumond do Ouro Minas Erica Drumond lamenta decisão sobre vistos e alerta sobre possível impacto do fim do Perse

Erica Drumond, diretora do Ouro Minas

SÃO PAULO – Duas importantes questões que impactam diretamente o turismo brasileiro estão preocupando profissionais que possuem anos de experiência no setor. É o caso da diretora do Hotel Ouro Minas, Erica Drumond. Ela classifica a retomada da exigência de vistos para cidadãos da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão como um grande retrocesso.

“É preciso analisar os números antes de tomar uma decisão como essa. O Brasil é um país pobre, com muito desemprego, não podemos exigir reciprocidade de destinos tão importantes para o nosso turismo. É necessário ter mais responsabilidade e lembrar que o nosso setor passou por dois anos muito difíceis”, alerta Drumond, em entrevista ao M&E na WTM-LA 2023.

Ela lembra que a política de isenção unilateral, que passou a vigorar em meados de junho de 2019 no Brasil, teve muito pouco tempo para mostrar resultados justamente por conta da pandemia. A decisão ocorre justamente no momento em que os fluxos internacionais estão em rápida recuperação em todo o mundo. Se a isenção dos vistos fosse mantida, estima-se que o resultado da medida poderia ter passado de 200 mil turistas e R$ 800 milhões por ano.

Segundo informou o Ministério de Relações Exteriores, a decisão foi tomada após consultas a esses quatro países sobre a possibilidade de concessão de isenção de vistos aos nacionais brasileiros, em respeito ao princípio da reciprocidade. A medida passará a valer a partir de 1º de outubro de 2023.

Fim do Perse

Outro tema que também tem deixado o setor em alerta é o possível fim do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). “O fim do Perse poderia impactar não só o turismo, mas a construção civil, o setor de tecnologia, de telefonia, entre tantos outros. Precisamos desses próximos quatro anos que foram prometidos. Os hotéis estão sucateados, defasados e os empresários estão aproveitando este momento para reformas. Os empreendimentos já se programaram contando com o Perse. Caso o ele seja revogado o impacto será gigantesco”, explica Erica Drumond.

O Perse engloba um conjunto de cinco leis (14.046, 14.148, 14.161, 14.179 e 14.186), que abrangem cinco pontos importantes para o segmento: refinanciamento de dívidas, créditos para sobrevivência das empresas, desoneração fiscal, manutenção de empregos e condições de adiamento e cancelamento de atividades.

Um estudo inédito da Fundação Dom Cabral, intitulado de “Os impactos da pandemia no setor de turismo e eventos e os efeitos do Perse na sua recuperação”, revela que a renegociação de dívidas tributárias e não tributárias com a União viabilizada pelo Perse possibilitará aos cofres públicos uma arrecadação que ultrapassará os R$ 18 bilhões. O programa recentemente completou um ano em vigor.

O estudo comprovou que, com o suporte do Perse, o segmento mostrou resiliência e se tornou o grande vetor da economia nacional no cenário pós-crise. Os números do PIB de 2022 terminaram com alta de 2,9%, impulsionados principalmente pelo crescimento de 11,5% das atividades classificadas como “outros serviços”. É o caso de turismo, hospedagem, alimentação fora do lar e recreação, que fazem parte do hub do setor de eventos.

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