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Hotelaria

Fohb: hotelaria brasileira vive um bom momento, mas com desafios e gargalos para enfrentar

Orlando de Souza do FOHB Eric Ribeiro ME Fohb: hotelaria brasileira vive um bom momento, mas com desafios e gargalos para enfrentar

Orlando Souza, presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Eric Ribeiro/M&E)

O Forum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), através do seu presidente executivo Orlando de Souza, destacou que a hotelaria no Brasil vive um bom momento, embora ainda haja muito o que se fazer para sua recuperação. A entidade informou que segue atenta ao binômio atualização/crescimento da oferta hoteleira porque, segundo o próprio Fohb, somente assim o país terá um parque hoteleiro competitivo em relação aos melhores destinos do mundo.

Isso, por sua vez, só será possível quando recuperarmos as diárias médias, pelo menos no mesmo patamar de 2012. Efetivamente, há recuperação sustentada da demanda, mas os baques financeiros ainda não foram sanados. A maior parte das redes precisa recuperar o caixa, quitar dívidas contraídas com financiamentos para então melhorar resultados financeiros e remunerar investidores, tornando os ativos hoteleiros competitivos no mercado de investimentos. Só podemos falar de um cenário tranquilo daqui 18 meses, mantidas as taxas atuais de crescimento em vendas e se as tarifas forem corrigidas”, revelou Orlando de Souza.

“Há, de fato, crescimento em reservas quando comparamos com os dois últimos anos. Da mesma maneira, foi possível recuperar os 300 mil postos de trabalhos que desapareceram em 2020. No entanto, há menos hotéis em relação a 2019. Foram fechados, de forma definitiva, 700 empreendimentos. Estamos operando com uma sub-oferta”

Questionado se a hotelaria vai bem, ele informou que não está voando, apenas decolando. “Há, de fato, crescimento em reservas quando comparamos com os dois últimos anos. Da mesma maneira, foi possível recuperar os 300 mil postos de trabalhos que desapareceram em 2020. No entanto, há menos hotéis em relação a 2019. Foram fechados, de forma definitiva, 700 empreendimentos. Estamos operando com uma sub-oferta. A demanda vem crescendo e o Brasil, cujo turismo emprega milhões de pessoas direta e indiretamente, precisa de um número maior de hotéis, inclusive para manter sua competitividade e os preços mais próximos do patamar da hotelaria internacional. Uma escassez de hotéis cria gargalos no turismo, prejudicando toda a indústria a longo prazo”, disse.

Há espaço para novos investimentos? “Todos os estudos macroeconômicos mostram que precisamos ter um crescimento sustentável na oferta de quartos nos próximos anos. Não há investimentos importantes há cinco anos. É fundamental olhar para todas as oportunidades que os modelos hoteleiros de negócios podem oferecer para investidores. Os condohotéis, por exemplo, vistos hoje como patinhos feios no mercado de investimentos, por conta da defasagem das diárias médias, já foram grandes alavancadores do desenvolvimento de nossa indústria no Brasil”, revelou o presidente executivo do Fohb.

“Um IVA de 27% está fora de questão. A tributação atual é alta. Conforme estudos que realizamos, pagamos hoje entre 14 e 16% de impostos em um processo complexo e opaco”

Sobre as principais expectativas do segmento para 2024 e o que fazer para o turismo ganhar força no Brasil, Orlando afirmou que estamos em um processo de mudança radical no país com a reforma tributária, que terá impacto direto em todos os setores da economia, e é claro, também no turismo e hotelaria. “Um IVA de 27% está fora de questão. A tributação atual é alta. Conforme estudos que realizamos, pagamos hoje entre 14 e 16% de impostos em um processo complexo e opaco”, destacou ele.

O executivo revelou que dados apontam também que não somos competitivos com outros países que têm o IVA e onde o turismo é vetor importante na economia. “Esses mercados, altamente competitivos, adotam uma alíquota média de 10,3% para a hotelaria. Este é um primeiro desafio na condução agora de leis complementares que comporão a reforma tributária”.

“Temos enormes gargalos para alavancar o turismo brasileiro. Somos um país de dimensões continentais e com uma infraestrutura sofrível”

Então, o que fazer para o turismo ganhar força no Brasil? “Temos enormes gargalos para alavancar o turismo brasileiro. Somos um país de dimensões continentais e com uma infraestrutura sofrível. Problemas com aeroportos, oferta de modais de transportes limitados, estradas e rodovias em mal estado de conservação e inseguras, graves problemas de segurança pública, dentre outros entraves. Todos esses elementos prejudicam as tentativas do setor privado para atrair mais turistas internacionais e fomentar o turismo doméstico”, complementou.

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