Hotéis do Rio defendem livre mercado para tarifas na Copa

João Oliveira, do Procon, Alfredo Lopes e Sonia Chami da ABIH com Fernando Pimentel, Casa Civil e Juliana Pereira, Min. da Justiça

A adoção de uma política tarifária, durante a Copa do Mundo, coibida  de eventuais abusos, foi o tema de debate essa manhã, no Pestana Rio, entre hoteleiros do Rio e representantes dos órgãos de defesa do Consumidor, entre eles, Ministério da Justiça, Casa Civil, Procon e secretarias de defesa do Consumidor. Na ocasião, os hoteleiros defenderam o livre mercado,  e as autoridades fizeram um apelo para que sejam praticadas tarifas com preços dentro dos padrões de normalidade e que os preços das diárias de hotéis durante a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede do evento sejam equivalentes aos cobrados nos picos de alta temporada desses locais para não sejam considerados abusivos. A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão ligado ao Ministério da Justiça, pedirá às entidades hoteleiras das 12 cidades que enviem os valores cobrados em épocas de maior demanda para fazer uma comparação com os preços durante a Copa.

A secretaria pediu ainda que os valores dos picos de alta temporada sejam publicados nos próprios sites dos hotéis para que consumidor possa fazer a comparação e, eventualmente, denunciar abusos. A secretária da Senacon, Juliana Pereira, ressaltou que a medida é um pedido e não uma determinação. A fiscalização será feita em parceria com os Procons locais.A ABIH-RJ  se comprometeu a passar à Senacon os valores cobrados nos dois picos de alta temporada da cidade, que são o Réveillon e o Carnaval.Os hoteleiros do Rio se comprometeram a auxiliar os órgãos de fiscalização a controlar práticas de sobrepreço.Não se chegou a um acordo, porém, na questão de dar divulgação ao consumidor com relação às tarifas de períodos passados. Enquanto Juliana Pereira garantiu que os hotéis se comprometeram a publicar em seus sites os valores cobrados no pico da alta temporada, a vice-presidente da ABIH-RJ, Sonia Chami, disse que não era bem assim. A fala de Chami que contradisse a representante do governo federal, contudo, ocorreu quando a segunda já havia se retirado da sala.

O debate foi o primeiro de uma série organizado pelo Governo para discussão de prestação de serviços nas cidades-sede da Copa. A partir da próxima semana o tema será estendido as demais cidades. Segundo Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ o debate foi saudável e esclarecedor. “Os empresários hoteleiros sabem que não podem subir os preços das diárias acima de um padrão razoável. Minha preocupação maior é com o pós eventos já que o Rio até 2016 terá um crescimento de 48% da sua oferta hoteleira”.

No debate não faltaram críticas por parte dos hoteleiros a algumas questões como mobilidade urbana e a precariedade  dos aeroportos do Rio. A Secretária Nacional do Consumidor, Juliana Pereira, também manifestou sua satisfação com o encontro. “Tivemos boa receptividade por parte dos hoteleiros e o Governo está de fato preocupado com eventuais abusos praticados por alguns estabelecimentos. Temos tido notícias preocupantes, mas conto com a cooperação do setor”, explicou ela. A dirigente chegou a discutir com os representantes da hotelaria que reclamaram da postura do Governo na Rio + 20, sob alegação de que os preços abusivos foram adotados por uma agência contratada pelo próprio Governo. “Não vim aqui discutir a Rio + 20. Essa foi uma questão passada. Nosso foco agora é a Copa”, alertou ela.

Prestigiaram a reunião ainda o presidente do Procon-RJ, João Oliveira, a secretaria municipal de Defesa do Consumidor, Solange Amaral, a deputada Cidinha Campos, do Procon estadual, Fernando Pimentel, da Casa Civil e cerca de 80 hoteleiros. Entre eles estava Ricardo Kawa e Gerard Borgeaiseau, do Windsor, Paulo Dias, do Pestana, Tomás Ramos e Ana Cristina Andrade, do Othon, Hélida Cristina, do RioInternacional, Sônia Chami, da ABIH, Eric Funtowicz, do grupo Accor, entre outros. Na semana que vem serão realizadas reuniões com hoteleiros da Natal, Recife e Manaus. Até o Carnaval serão realizados debates nas 12 cidades-sede.